⭟ | capítulo sete

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ATUALMENTE

julieta

---- vai sair com o payton hoje ? - meu pai pergunta.

---- não - respondo, ainda deitada no sofá perto da janela do meu quarto. ---- quero ficar com vocês - olho para ele e sorrio. alex me tira de onde estou e se encaixa encostado na parede, eu me deito entre suas pernas, ele começa a afagar meus cabelos, adoro quando ele o faz.

---- quer me contar algo ? - ele pergunta. meu primeiro pensamento é dizer que não, não que eu esteja acostumada a guardar as coisas para mim, ao contrário, eu só não quero falar sobre o que me incomoda no momento, mas falar sobre isso com alguém que entende e te escuta é tão tranquilizador.

---- louis me deu carona hoje, pai - digo, meu pai para de acariciar meus cabelos por um segundo, depois continua mexendo neles. ---- eu preferiria ir à pé, mas a millie quem me convidou, ela estava falando comigo outra vez e eu estava tão feliz que nem notei louis. meu plano era apenas sentar no banco de trás pra por as fofocas em dia com ela, mas ela ocupou todos os três brancos de trás então eu tive de sentar ao lado de louis...

----- e o que houve ? - ele continua afagando meus cabelos, tenho vontade de dormir, mas continuo contando a história.

---- ela disse que estava com saudades de mim, eu disse que minha casa ficava bem ao lado caso ela precisasse de mim. então o carro ficou num silêncio constrangedor, eu não sabia o que dizer. então eu perguntei à louis se ele estava bem, ele não parecia bem, pai. pensei que fosse a coisa certa a se fazer, tentei demonstrar que estava lá para ele caso ele precisasse, mas ele gritou comigo. nem tive tempo de me despedir de millie direito, fiquei com tanta raiva que saí correndo do carro e bati a porta. talvez se eu tivesse insistido mais um pouco....

---- as vezes pressão não resolve problema nenhum, meu amor.  - comecei a pensar, eu pressionei por um tempo, mas não tive culpa nenhuma. queria que ele apenas esquecesse, mas ele parece obcecado com o passado.

---- você tem razão... - dou uma pausa, então me levanto da posição anterior e sento de frente para ele. ---- obrigada por isso, pai - o abraço forte, por cima do ombro dele vejo louis saindo do carro.

antes de entrar na casa, louis olha na direção da minha janela, nossos olhos se encontram, eu aceno de volta. não sorrio para ele pois ainda estou com raiva por mais cedo. meu pai percebe que estou olhando para fora e vê louis, ainda olhando para nós. papai então abre a janela de vidro e grita para louis ---- venha jantar aqui hoje! - quase morro de humilhação, queria enterrar minha cabeça na areia. consigo escutar louis respondendo depois de um longo tempo em silêncio.

---- eu adoraria, sr. l'amore! - então ele olha para mim. eu aceno de novo, ainda estou brava com ele, mas é óbvio que não vou impedir meus pais de fazer o que querem (convidar louis) em sua própria casa.

quando louis entrou em sua casa, fiz cara feia para meu pai.

---- o que eu sempre digo? - odeio quando ele ativa o lado terapeuta. qual é! tem umas coisas que é melhor não mexer.

---- enfiar o trauma no bolso de um casaco velho?

---- july... - ele repreende. eu sei exatamente o que ele sempre diz - "enfrente suas batalhas" - mas falando sério, eu realmente não quero fazer isso agora. louis está bem sem mim, assim como estou bem sem ele. qual o problema em aceitar isso? não é como se fossemos voltar a ser como antes depois de um jantar.

---- tá bom, doutor, já entendi - bato a lateral da mão na testa como um soldado e aponto pra porta. ---- agora sai, tenho que planejar meu suicídio.

home. louis partridgeOnde histórias criam vida. Descubra agora