⭟ | capítulo cinco

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louis

---- bom dia! - acordo com minha irmã mais nova pulando em cima de mim. ---- louis! - ela grita quando a empurro para o chão, eu a ignoro mas me levanto. millie se levanta e sai bufando, dou risada e começo a me vestir para a escola.

---- bom dia - cumprimento a minha mãe, dando um beijo na bochecha dela e bagunçando o cabelo de millie, ela me xinga, mas mamãe está no telefone, então não escuta. esperta.

termino meu pão em três mordidas e bebo o suco, depois enfio uma maçã na mochila e aceno pra minha mãe, ela acena de volta e millie me segue pra fora da casa.

minha mãe sempre foi muito ocupada, ela é estilista e gerencia a filial da dior em londres. tenho muito orgulho dela, mas as vezes eu gostaria que ela fosse uma mãe normal e mais acessível.

---- tchau, pai - vejo julieta gritar enquanto passa pela porta de madeira de sua casa. ela olha em volta e espera, então olha em direção à minha casa e nossos olhos se encontram. eu aceno fraco e ela acena de volta, sorrindo de leve.

---- podemos chamar ela pra ir com a gente ? - millie pergunta.

---- não - eu respondo, indo direto pro carro.

---- por que não ? - ela me segue.

---- porque não - digo, simples. não quero explicar nada a millie no momento.

---- ei, julieta! - tarde demais, millie já a chamara e julieta voltou seu olhar para nós. ---- quer carona ? - pergunta, alto o suficiente para que julieta escute.

ela para, pensa um pouco, olha ao redor, para a rua lá na frente. esperando alguém, acho. e acena com a cabeça, vindo em nossa direção. penso nas consequências de esganar millie agora mesmo, quer dizer, tenho dezessete anos, posso ficar pouco tempo na cadeia.

millie corre em direção à porta de trás e entra, sei o que tá tentando fazer - nos reaproximar - mas não vai rolar. julieta seguiu com sua vida e eu segui com a minha.

quando julieta finalmente chega ao meu carro, eu abro a porta do passageiro pra ela, ela sorri e agradece. ---- ei, millie, como você tá ? - ela pergunta.

---- bem, mas com saudade de você.

julieta sorri sem mostrar os dentes. quando ainda éramos amigos, ela costumava ir à minha casa todos os dias e eu ia à dela. sempre que fazíamos algo ela convidava millie pois gostava muito de minha irmã, mas quando nós nos separamos, tudo mudou. incluindo a amizade que millie e j tinham. acho que millie já me viu chorar, depois do nosso término, e concluiu que não seria uma boa idéia ser amiga de julieta já que eu não éramos mais. me senti culpado, algumas vezes, por millie não ser amiga de uma pessoa que a fazia tão bem. mas eu ficava feliz ao saber que minha irmã me escolheu.

---- bem, minha casa é logo ali se você precisar de uma amiga, ou esmaltes de unha, ou ajuda para matar um homem - tossi e elas riram. julieta se virou de volta pra frente e o clima ficou estranho.

eu queria dizer algo à ela, qualquer coisa, mas estava entalado na minha garganta. o que eu poderia dizer ? me desculpa por ser um babaca, podemos voltar a conversar ? acho que não mereço alguém como julieta.

---- hum... você chegou atrasado na escola ontem ? - ju pergunta.

---- cheguei - digo, millie já pôs o fone há tempos, então não contará pra mamãe. mesmo se minha mãe ligasse... ---- tive de fazer algo no caminho e perdi a hora - olhei pra ela de soslaio e voltei meu olhar pra estrada.

---- você... você está bem, louis ? - lá estava a pergunta que eu torcia para que ela não fizesse. é óbvio que eu não estou bem! estou morrendo desde o dia da porra daquela festa e ninguém percebe! todo mundo seguiu com suas vidinhas, uns melhor que outros, mas seguiram em frente e eu continuo parado num looping infinito. é claro que eu não conto isso para ela, apenas dou uma resumida.

home. louis partridgeOnde histórias criam vida. Descubra agora