Viajem inesperada.

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A viagem de volta para casa foi totalmente silenciosa, nenhum dos dois falou nada, mas minha cabeça estava demais ocupada para dizer alguma coisa.

Chegamos a casa e ainda estávamos em silêncio. Sai do carro e ele apenas me seguiu, abri a porta e vi uma mochila de viagem ali na entrada, fiquei sem entender. Fui até a sala com Edward me seguindo. No sofá estava Hanna sentada, como se estivesse esperando por alguém. Ela não olhou para mim mesmo sabendo que eu estava lá. Oque está acontecendo?

-Hanna? - perguntei e ela ficou alguns segundos sem me olhar e finalmente ela me olhou.

-Filha?... Preciso falar com você?! - disse preocupada e ao mesmo tempo triste.

-Pode dizer! - afirmei sentando-me ao seu lado.

-Eu preciso viajar... Achei um registro sobre um meio vampiro e preciso encontra-lo para saber mais sobre você.

-Mas... Mas você precisa mesmo ir? Ricardo não pode ir em seu lugar? - perguntei, pois não queria que ela se afastasse de mim novamente, nunca pensei que poderia sentir isso, mas eu estava com muito medo de perdê-la.

-Ricardo precisa ficar aqui para sua segurança e não vai acontecer nada comigo, não vou demorar muito. Quando você menos esperar eu vou estar de volta. Não se preocupe meu amor.

-Mas mãe?... - ela me olhou surpreendida.

-Você disse o que? - ela perguntou como se não tivesse acreditado no que eu disse.

-Eu disse mãe, você é a minha mãe. - repeti com lágrimas nos olhos.

-Minha filha... Eu te amo e vou fazer isso por você, voltarei para você. - ela disse me abraçando, eu não queria que ela fosse, mas eu sei que não posso fazer nada pra isso mudar.

-Você promete? - perguntei.

-Eu prometo. - disse-me abraçando mais uma vez.

-Tudo bem, vai quando? - perguntei sentindo mais lágrimas caírem sobre minha face.

-Vou agora, só estava esperando você voltar. - respondeu limpando minhas lágrimas.

-Agora? - perguntei surpresa.

-Sim filha, não se pode perder sua localização.

-Mas mãe? Ele não é perigoso? Ele pode considerar uma ameaça. - perguntei preocupada, pois minha mãe teria que fazer perguntas e ele poderia se sentir ameaçado por descobrirem onde ele está.

-Eu sei, mas eu prometi que volto.

-Tudo bem. - disse completamente rendida, não tinha argumentos para fazê-la ficar.

-Eu te amo meu amor. Estarei aqui antes que de pela minha falta.

-Espero que sim, te amo. - nós nos abraçamos pela ultima vez antes dela ir e eu acompanhei ela até a porta onde ela pegou a mochila e saiu. Fechei a porta e fiquei algum tempo encarando a mesma e rezando para que ela voltasse o mais rápido possível, até que escutei uma voz, que logo deduzi sendo de Edward.

-É bem difícil ver você chorar. - disse em um tom de gozo. Virei-me para encara-lo.

-Eu te perguntei?

-Não.

-Ótimo.

-Voltando ao ass...

-Cala a boca. - interrompi-o.

-Ui que ela tá bravinha, é TPM? - perguntou sarcástico.

-O que? - que cara de pau.

-TPM é isso? - perguntou com um sorrisinho idiota no rosto.

-E porque eu te responderia?

-Porque eu perguntei, o normal nesses casos é que você respon... Onde você está indo? - fiquei calada. O que ele acha que está fazendo se metendo da minha vida desse jeito? Querendo saber de tudo? Idiota. Eu o odeio e se pudesse ele já estaria fora dessa casa há muito tempo, mas minha mãe Hannah disse que ele precisa ficar perto de mim para que mantenha a minha segurança.

Entrei no meu quarto e bati a porta na cara dele, já que ele estava me seguindo. Não estava com saco nenhum para sua conversinha. Respirei fundo e fui procurar uma roupa para usar, precisava de um banho e esvaziar a minha mente. Escolhi uma camiseta que era bem maior que eu, amava-a para ficar em casa e uma roupa intima. Fui para meu banho que demorou um bom tempo me ajudando a ficar calma e reorganizar meus pensamentos.

-Que roupa é essa? - me virei lentamente para Edward que me olhava com um sorriso malicioso nós lábios.

-A roupa que sempre usei e você não é meu pai e nunca vai ser então cala a sua boca e não se meta na minha vida. Ok ou é pedi muito?

-Com essa eu até saio. - disse saindo com as mãos para cima em sinal de rendição.

-Ótimo. - sai da cozinha e fui para a sala me sentando no sofá. Ligo a teve e estava dando um filme que era muito bom. Quando deu o intervalo senti um cheiro de sangue e me lembrei de que eu já deveria ter me alimentado.

Se controle, se controle se controle. Repetia para mim mesma, me agarrei a uma almofada tampando o nariz tentando não sentir o cheiro que emanava como se me chamasse, minha garganta queimava como se estivessem abrindo com uma adaga, o cheiro não se decepou, mas tinha aliviado com isso subi para meu quarto correndo para me trancar no banheiro. Bati contra alguma coisa dura e gelada, olhei para cima ainda com a almofada no nariz e vi que era Edward.

-Porque está assim? Parece desesperada? - perguntou desentendido.

-Sangue Edward, sangue, eu preciso sair daqui é horrível. - falei desesperada a dor era pior do que qualquer uma que eu tenha sentido alguma vez na minha vida. Sua expressão logo ficou tensa, ele parecia literalmente preocupado.

-Me desculpe eu devia ter te alertado e te dado sangue, esqueci-me literalmente. Desculpe-me. - a dor só aumentava e havia também a ardência nos olhos que estava ficando pior.

-Edward... A minha... Garganta tá doendo, por favor, eu preciso de sangue... - implorei.

-Bella, seus olhos estão tomando um vermelho diferente do normal deles... Oh me desculpe. Vamos. - sai atrás dele com medo de sair e atacar alguém. Fomos para a cozinha e para minha surpresa tinha sangue na geladeira. Ele perguntou o saco de sangue e me entregou um copo com o sangue, enquanto ele despejava o sangue, senti o cheiro maravilhoso que eu tanto precisava. Depois de tomar um copo cheio à dor na garganta diminuiu muito, mas ainda existia, tomei mais um copo e minha sede já não existia.

-Melhorou? - perguntou Edward.

-Sim, muito. Obrigada já não aguentava mais. - disse aliviada.

-Foi um erro meu, eu que deveria estar me desculpando.

-Tudo bem, mas... - fui interrompida pelo toque do meu celular. Corri e parei para escutar melhor para saber onde estava. Estava na minha bolsa, peguei-o e vi que era Marlon. Droga. Esqueci-me de avisar que não ia à aula.

-Alô? - perguntei quando atendi.

-Bella, tudo bem? - disse Marlon.

-Sim e você? - respondi.

-Tudo ótimo. - disse animado. Vi Edward encontrado na porta com os braços cruzados. Estava tão lindo. Para Bella, não pense nisto. - Bella? - escutei a voz do Marlon. Putz me esqueci dele.

-Então qual o motivo de ter me ligado? Já está com saudade é? - perguntei fingindo.

-Hm então tá, mas amanhã você vai à aula, vem não é? - perguntou animado.

-Sim. Qual é a novidade da vez?

-Como você sabe? - ele perguntou surpreendido.

-Não sei, só sei que eu sei. - rimos da minha idiotice, olhei para Edward e ele sorria. Bisbilhoteiro! - Então? - perguntei curiosa.

-Amanhã eu te conto. Preciso desligar. Beijos.

-Beijo e me conte ou eu morro de curiosidade. - disse e desliguei sorrindo igual uma boba, adorava momentos como esse, normais, entre amigos.

A Meio VampiraOnde histórias criam vida. Descubra agora