CAP. 21 - A OUTRA FACE DO INIMIGO

106 40 6
                                    

Pesadelos e angústia definiam a noite de Thomas. Era natural, que após tudo isso estivesse péssimo, o corpo doía e sentia como se estivesse de ressaca, tamanha a dor de cabeça.

Arrastando-se da cama foi para o banho. Mais um dia não ia correr, nem malhar. Hoje iria até as novas obras, não usaria terno e gravata. Apenas um jeans e camisa polo.

Teria que suportar Marcos boa parte do dia, mas para sua satisfação antes da noite estaria em casa, ou melhor no hotel.

Às nove horas, após o café da manhã, encontrou Marcos e foram juntos para as obras. Evitou puxar assunto, não tinha a menor intenção de criar laços com esse homem, em breve ficaria claro que estão em lados opostos.

Não conhecendo as intenções de Thomas, Marcos resolveu iniciar uma conversa.

— Esperamos por você ontem à noite. Flávio pensou que apareceria ao menos para jantar.

— Eu já havia planejado ficar no quarto e descansar. Só isso — Esclareceu.

— A mulher da noite anterior quis saber de você. Ficou muito infeliz quando dissemos que não desceria — Marcos provocou.

— Não me importo. Não prometi nada a ela. Aliás nem conversamos, se quer me lembro o nome dela. — Thomas tentou não parecer ácido, mas acha que não teve sucesso.

— Eu sei. Mas sabe como são as mulheres, quando criam expectativas é difícil convencê-las do contrário.

— Sabe Marcos? Não sei como são as mulheres. Nunca tive um relacionamento sério. Por isso, deixo claro desde o começo tudo que vai acontecer. Gosto de evitar surpresas e mal-entendidos.

— Está me dizendo que nunca teve ninguém? Um amor ou ao menos se apaixonou, Thomas?

— Não! Desconheço esses sentimentos. Amor, paixão, ao menos essa paixão romântica. Sempre vivi as paixões momentâneas com mulheres dispostas a oferecerem tudo de si sem exigir nada em troca.

— Isso é uma boa escolha, e posso te garantir que evita muitos problemas. 

— Pelo que ouço, nem sempre é uma escolha, mas talvez eu esteja disposto a mudar de ideia – falou pensando em Eva.
— Está se apaixonando por alguém? — Marcos debochou.

— Como não é algo conhecido por mim, não sei os sintomas,  mas estou muito interessado em uma mulher. Acho que fascinado me definiria. 

— Esse pode ser um começo da paixão, mas vai precisar de tempo para descobrir.

— Está apaixonado por alguém, Marcos?

— Estou apaixonado há pelo menos vinte e três anos, mas pela mesma mulher. É uma amiga de infância, irmã do meu melhor amigo. Para ser sincero eu a amo muito, sinto falta de tudo que vivemos e experimentamos juntos.

Thomas sentiu o estômago embrulhar e a cabeça começar a girar. Não era possível que Marcos falaria do seu amor por Eva, logo com ele. Puta que pariu!

— Não sei o que falar. —Thomas fez um muxuxo.

— Não precisa falar nada. Só sei que ela é o amor da minha vida, a mulher perfeita para mim. A quero na minha cama e na minha vida novamente, onde é o seu lugar.  Vou me casar com ela. Teremos filhos e seremos felizes.

— Você tem certeza disso? — Thomas questionou puto da vida.

— É a única certeza que tenho. Terei Eva de volta, vou adorar aquela mulher todos os dias da minha vida.

Thomas se perguntou que tipo de problemas teria se ele desse um soco em Marcos. 

— Ela sabe dos seus planos com ela? – Thomas tinha muito medo da resposta, mas queria saber.

Com açúcar, com afeto (Concluído)Where stories live. Discover now