Um pequeno infortúnio

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O mais cedo possível Mebuki quis sair de casa. O sol nem havia chego a raiar direito e sua mãe histérica já estava berrando pela casa para que a filha despertasse.

Fazia tempo que Sakura não tinha uma boa noite de sono, assim como fazia mais tempo ainda que ela não dormia em sua antiga cama em seu antigo lar. Elas podiam ir a qualquer hora para a mansão Uchiha, mas é claro que Mebuki queria chegar lá antes mesmo dos anfitriões terem a chance de acordar. Por sorte, Sakura conseguiu enrolar o máximo possível. Virou-se na cama centenas de vezes e murmurou: mais cinco minutinhos. Provavelmente a palavra mais odiada pelas mães de todos os países.

– Sakura levante-se logo! – resmungava Mebuki irritada. – O Sr. Felpudo precisa da sua ajuda para colocar a roupinha.

– Do que você está falando? – pergunta uma Sakura sonolenta sentando-se na cama e esfregando os olhos.

Mebuki bufou e colocou o gato em cima da cama de sua filha.

– Preciso arrumar mais algumas coisas antes de irmos e enquanto isso quero que você vista ele com isso e a coleira.

– Você vai levar ele para a mansão?

– Onde mais eu o deixaria? Ele faz parte da família. Não é mesmo, meu fofinho?

Com mimos e carinhos Mebuki fala com Sr. Felpudo e ele ronrona alto e se esfrega na mão dela em busca de mais carinhos. Sakura simplesmente respira fundo.

– Agora ajeite-o e ajeite-se, pois logo estamos indo! – ordena Mebuki antes de deixar Sakura sozinha com o filhote do capeta.

A Haruno e o felino se encaram e ele lambe a própria pata enquanto ela volta a suspirar.

– Você não vai colaborar comigo, né?

Sr. Felpudo simplesmente vira a cara e crava as unhas no colchão, indicando que isso era um verdadeiro e tremendo não.

Após vestir-se de acordo com o que sua mãe queria – que era basicamente um longo vestido de cor avermelhado e um espartilho completamente justo, que podia até ressaltar sua cintura, mas lhe deixava quase sem ar. E logo após vestir o gato, a Haruno pode descer e encontrar sua mãe colocando as malas na carruagem. Essa mulher parecia que iria viajar para a Europa de tanta mala que estava levando. A mansão Uchiha ficava a algumas horas dali, não é como se isso fosse um grande evento para Sakura, mas para Mebuki isso era a oportunidade de uma vida.

– Entre logo, querida! – dissera Mebuki, empolgada entrando na carruagem.

Sakura assente com um sorriso forçado e entra com o gato e logo o entrega para o colo de sua mãe. Com toda a certeza Mebuki era a única pessoa da vizinhança – ou do estado – que colocava uma coleira em um gato. Ela passeava com ele pela rua como se fosse um cachorro e isso chegava a ser bastante bizarro, porque esse gato às vezes conseguia afugentar até mesmo o labrador do vizinho.

A carruagem tomou partida e Mebuki foi falando quase o caminho inteiro, enquanto que Sakura apreciou a paisagem quase todo o momento. Ela apenas respondia com "sim, mãe" ou algum resmungo. A Sra. Haruno cismou em lhe dar instruções sobre o que podia e não podia fazer enquanto estivessem na mansão. Mais uma vez, Sakura parecia uma criança impertinente aos olhos da própria mãe.

Mebuki dera dicas de etiqueta e dicas do que não fazer. Até fez uma lista das palavras que Sakura não podia falar e que por sinal, eram muitas. A garota deveria se comportar como uma verdadeira dama – como alguém da alta sociedade ao qual foi criada, mas que não seguira os costumes impostos por sua matriarca.

Sakura simplesmente odiava tudo isso. Ela não gostava de ser podada ou vigiada a todo instante, mas infelizmente, era isso que aconteceria nos próximos dias. O inferno viera para a terra em forma de uma mulher chata e seu gato raivoso e fez questão de fazer da vida de Sakura a sua morada.

Amores em guerra - MadasakuDonde viven las historias. Descúbrelo ahora