Acabamos de chegar no hospital e como já tinha minha fixa, minha passagem foi liberada com mais facilidade.
Corro até a recepção e logo que a enfermeira me vê, faz uma cara confusa.
— Srt. Gabrielly? O que faz aqui?
— Eu quero saber como está o paciente Benjamin Stevens! — Digo direta.
A enfermeira assente e começa a teclar em seu computador.
— O Sr. Stevens foi levado para uma cirurgia de emergência com seus sinais vitais instáveis.
(Só pra deixar claro, estável significa controlado. Instável é descontrolado.)
— Mas... Ele está em segurança? — Pergunto temendo a resposta.
— Desculpe, mas não posso lhe dar essa informação. Terá que esperar a cirurgia acabar para a médica trazer as devidas notícias.
— O que?! — Pergunto nervosa. — Eu tenho que saber notícias dele!
— Any, se acalme... — Minha mãe dizia e eu a olho. — Você só vai piorar as coisas se ficar nesse estado!
Ela diz e dou um suspiro pesado.
— Vocês podem esperar a médica na sala de espera... Enquanto isso, peço que avisem os familiares do paciênte, pois não foi possível entrar em contato com os mesmos.
A enfermeira pediu e eu assenti.
Nos direcionamos para a sala de espera e pego meu celular.
Ben e eu ligamos algumas vezes para sua mãe para contar as novidades... Já a conheço, mas não faço a menor ideia de sua reação.
Entrei em minha lista de contatos e procurei por Sra. Stevens. Ao encontrá-la, ligo e ela rapidamente atende o celular.
“Bom dia, Any! Como vai?”
Sra. Stevens, por mais que fosse mãe solteira de Ben e tivesse sofrido muito com seu antigo marido, se mostrou muito simpática ao me conhecer, e assim foi. Um doce de mulher...
— Sra. Stevens... Eu não tenho boas notícias... — Digo com voz trêmula.
“Any... Aconteceu alguma coisa?”
A mais velha pergunta com temor.
— Aconteceu um acidente... — Falo e as lágrimas voltam a brotar em meus olhos. — Ontem a noite, quando Ben estava voltando da casa de meu irmão para o hotel o carro rodou na pista... — Falo e começo a chorar. — Me perdoa... Eu não queria que isso tivesse acontecido...
“Meu filho...”
Ela fala com voz trêmula.
— O levaram para uma cirurgia... Por favor, me perdoe... Eu não queria isso… — O sentimento de culpa por Ben não ter ido para minha casa me consome.
“A culpa não foi sua, Any... Isso foi um acidente...”
Ela diz tentando me acalmar mas não consigo... Não posso...
— A culpa foi minha... Não deveria ter deixado ele voltar sozinho...
“Não se culpe... Ele vai ficar bem...”
Ela fala, mas sinto que está tão desestabilizada quanto eu.
— A senhora virá vê-lo?
“Claro! Irei arrumar minhas malas e na primeira oportunidade estarei aí...”
Após dizer isso ouvimos passos e uma mulher de jaleco branco se aproxima.
— Alguém parente de Benjamin Stevens? Benjamin Stevens? Alguém?
Ela pergunta olhando para os lados e eu olho para ela esperando notícias.
— Aqui... Por favor, me diga que ele está bem! Por favor, eu lhe peço!
Digo, mas a mesma me olhava com aflição.
— Sinto lhe dizer, mas o Sr. Stevens veio a falecer no meio da cirurgia. — Minha respiração travou após sua fala.
Foi como se tudo tivesse parado, minha cabeça girava um loop de segundos e eu não conseguia reproduzir um som sequer.
De repente, foi como se tudo à minha volta tivesse desmoronado de uma vez. Parece que a realidade me deu um tapa, mas isso ainda era pouco visto o meu estado.
Estava completamente paralisada... Ben não poderia morrer... Não pode... Ele…
Acabo deixando o celular cair no chão e escuto sua tela rachando.
Minha cabeça está a mil... Ele não pode…
Uma pressão se fez presente em meu peito, tudo queimava e eu já não enxergava nitidamente devido as lágrimas ali presentes.
— Não... Não... Me fala que isso é mentira... Que ele está bem, que daqui alguns dias ele vai sair desse hospital, por favor me fale! — Peço já em prantos.
— Sinto muito… — Neguei levando a mão na boca.
Eu sentia meu corpo mole e minhas mãos trêmulas… Cai de joelhos com sua voz ainda ecoando em minha cabeça.
Ben... A pessoa que mais me fez feliz, se foi... Para sempre!
Passo a mão pelos cabelos enquanto lágrimas escorriam pelos meus olhos.
— Por que? Por que você tinha que me deixar... — Repito para mim mesma em meio ao choro.
Lembrar de sua promessa na noite passada fez meu coração doer ainda mais...
“Eu não vou te abandonar! Não importa o que aconteça, eu vou estar aqui com você!”
— Você não cumpriu sua promessa… — Sussurrei fechando os olhos com força.
Essa é a última frase que digo antes de cair em um choro inconsolável.
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彡 Eu não sei o que dizer...
Obrigada a Panda_Miih_que me ajudou a escrever esse capítulo.
