8 - Decidido

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Alexia passava rapidamente por todos os canais da televisão sem realmente prestar atenção em nenhum. Josh folheava uma revista enquanto Johnson encarava a janela a sua frente.

Franziu o cenho ao ouvir a porta.

- Recebemos um convite. – Bernard jogou o envelope sobre a mesinha de centro.

Alexia encarou o objeto de longe e então decidiu desligar a televisão a sua frente.

- Convite? – Josh se aproximou, prestes a pegar o objeto, porém, Bernard o trouxe para si.

- Posso? – Johnson arqueou uma sobrancelha. 

O investigador deu de ombros, esticando o envelope na direção do velho. Abriu-o e analisou a fonte bem desenhada escolhida pelo casal para os convites, que aparentemente haviam sido produzidos em larga escala.

- O convite menciona o senhor e a senhora Simons... – Alexia, que permanecera em seu lugar até o momento, andou até Johnson, lendo o bilhete.

- Não menciona vocês – Ela acrescentava, encarando Josh e John.

- Suspeito, não acha? – Bernard lhes deu as costas. –Eu sabia, eu sabia que aquele velho daria um jeito para que nos uníssemos a sua teia enorme de crimes...

- Crimes? – Johnson o interrompeu, fazendo com que Bernard virasse em sua direção abruptamente.

- Steven Mayer? – Ele citou o nome como se fosse óbvio. Aparentemente não era. – Steven Mayer: dono de um dos maiores laboratórios de cosméticos do mundo, um dos maiores traficantes de drogas de todos os tempos; trabalha em conjunto com quem pagar mais. Independentemente de quem estejamosfalando.

- E então, o que vocês vão fazer a respeito do convite? – disse Josh pegando o bilhete das mãos de Johnson. – Há uma pequena nota, grafia feminina, falando sobre uma suposta recusa.

- É claro que nós vamos! – Alexia se pronunciou pela primeira vez. Estava afirmando, não somente dando sua opinião.

- Como? – Embora houvesse entendido cada palavra que ela dissera, Bernard precisava de uma confirmação.

- Nós vamos ao baile. – Os olhos de Alexia estavam prestes a engolir os de Bernard, que se mantinham na mesma linha de visão dos dela, em desafio.

- Não vamos entrar, somente os dois, em enorme desvantagem na casa de um dos maiores traficantes do mundo. – O investigador cuspiu as palavras. – Precisamos manter a discrição. E, aliás, você não decide isso.

- Discrição? – Alexia estava em pé, a centímetros de Bernard. – Somos “novos” nessa porcaria de bairro. Somos convidados para um baile pelos vizinhos que impediram que eu fosse para um hospital “chamar atenção” – Lexi fazia as aspas com as mãos. ­– Se não formos, não será ainda mais suspeito? Pois seria exatamente o que eu esperaria de alguém que tenta se esconder de algo.

Bernard procurou algo para questionar, negar ou reclamar. Não encontrava. Ela estava certa. E isso o irritava mais do que deveria.

- Chefe... – Johnson interrompeu, esperando alguns segundos antes de continuar – A garota tenha um ponto a ser consider...

- Amanhã falaremos sobre isso – O investigador deixava a sala, resignado. – Smith, o turno é seu. Johnson, você assume as quatro horas.

Ambos assentiram, enquanto Alexia sentava no sofá, de braços cruzados e emburrada.

x-x

- Quem ela pensa que é? – Bernard bufava tirando os sapatos. – Onde foram parar as testemunhas omissas e apavoradas que aparecem nos filmes?

[Completa] - Behind The Enemy LinesOnde histórias criam vida. Descubra agora