20 - Combustão

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O vento forte chegou juntamente com o fim da tarde enquanto Alexia observava por uma janela o progresso de Bernard, que tentava improvisar proteção na guarita desgastada pelo tempo. Os pingos não demoraram a cair e a chuva foi aumentando gradualmente.

Ela sabia que ele não sairia do posto enquanto Josh e John não retornassem e a chuva constante dava a entender que eles não voltariam tão cedo.

x-x

A chuva forte açoitava o para-brisa e Johnson tinha dificuldade em controlar o carro entre a cortina d'água.

- Garoto, vamos parar e esperar um pouco. Essa chuva vai acabar nos matando!

O mais velho diminuiu a velocidade até encontrar um posto de gasolina anexo a um pequeno hotel de beira de estrada. Josh tentou contato com Bernard via rádio, mas não obteve sucesso algum.

x-x

Alexia andava de um lado para o outro. A casa de madeira rangia e os vidros tremiam diante da força da água. O caminho entre a porta de entrada e o velho portão de madeira ficaram resumidos a um grande lamaçal.

Bernard não havia deixado a guarita e já estava ensopado. Tremia compulsivamente enquanto a água fria escorria por seu rosto e corpo. Tinha a pistola em mãos, embora duvidasse que conseguisse ver alguma coisa antes que estivesse perto demais.

- Vem, vamos sair daqui. – Alexia tocou o braço do homem que mirou o rosto dela com a pistola nas mãos trêmulas.

- Você está louca? – Ele gritou irritado. – Eu poderia ter atirado em você!

- Mas não atirou! Vamos, sai logo!

Alexia vestia botinas que encontrou jogadas próximo ao hall da casa e um casaco totalmente encharcado. Tinha barro ao longo das pernas e o cabelo precariamente protegido debaixo de um capuz.

- Preciso nos proteger!

- Bernard, eu sei que muitas pessoas querem nos matar, querem me matar. Mas na boa, ninguém vai matar ninguém hoje. Vamos logo porque eu não vou sair daqui sem você! – Lexi bateu o pé em uma poça, sujando-se mais um tanto e encarando o homem em uma representação perfeita da teimosia em pessoa.

Bernard abraçou o casaco no corpo e sair da velha guarita, seguindo a ruiva que corria até a proteção da casa.

Ao entrar no hall, Alexia tirou o casaco, as botas, camiseta e o par de calças, totalmente encharcados. Bernard encarou a moça por um momento, analisando a pele clara e a nudez recém revelada. Ela, por sua vez, ajudou o homem a se livrar das peças molhadas. Lexi subiu as escadas e trouxe consigo dois cobertores. Enrolou-se em um deles e jogou o outro para ele que engoliu em seco antes de se enrolar em seu cobertor e sentar-se ao lado dela, diante da lareira acesa.

Alexia abraçava os joelhos contra o peito, encarando as labaredas dançarem uma contra as outras. Bernard, por sua vez, encarava a jovem enrolada em seu cobertor e tentava, sem muito sucesso esquecer que ela vestia nada além do conjunto de lingerie debaixo da coberta pesada. Resolveu falar algo antes que enlouquecesse. Limpou a garganta e reuniu o pouco de dignidade que ainda lhe restava.

- Obrigado.

Lexi virou a cabeça ao encontro dele, que tinha as bochechas coradas e encarava o cobertor.

Não era a primeira vez que ela tirava mais de um momento para encarar o homem ao seu lado. Já havia decorado a forma como seus olhos mudavam de cor, dependendo do seu humor. O azul e o verde estavam sempre presentes e se adequavam em sua íris quando e como queriam. Porém, ela nunca havia parado para perceber como o corpo dele se dividia em músculos definidos, não grandes, mas definidos e que eram totalmente apetitosos, principalmente quando ela sabia que ele usava nada além da cueca cinza.

Alexia pensou na última vez em que teve um homem e encarou o exemplar ao seu lado. Pensou em como gostaria de tê-lo para si naquela noite e pensou no que a impedia.

Antes que o segundo pensamento passasse por sua cabeça, já tinha o cobertor que a cobria no chão e os lábios de Bernard nos seus. Tocou o rosto dele com delicadeza e forçou sua língua contra a boca dele, que cedeu como se fosse arrebatado pelo mais doce dos sabores.

O homem abraçou a cintura dela como se ela lhe pertencesse desde sempre e livrou-se do seu cobertor com rapidez; não havia mais necessidade alguma de usá-lo.

Tocou o corpo dela com vontade e sentiu toda o sangue do corpo se encaminhar para a virilha quando ouviu o primeiro gemido dela. Beijaram-se como se precisassem um do outro para respirar, tocaram-se como se exigissem algo que lhes pertencia por direito.

Foram um misto de toques, gostos e prazer.

Ela gemeu o nome dele no momento em que ele entrou dentro dela e ele sentiu-se desfazer em mil pedaços quando ela arranhou suas costas com vontade.

Eram combustão.

Eram fogo e a gasolina.

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Espero que gostem!

Beijosss <3 

[Completa] - Behind The Enemy LinesOnde histórias criam vida. Descubra agora