Se auto-libertar

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Queria parar naquele instante apenas para obervá-la o tanto necessário, mas tinha medo. Medo de algo barrar Lisa e fazê-la ceder ao bom senso e isto era a última coisa que poderiam fazer. O afastamento dela lhe causaria uma dor quase colossal.

Imaginar que ela daria prazer e estava sendo aceita por quem mais pensava, causava inquietação no coração da Park, que por sua vez, estava temerosa de ter algum ataque ali mesmo.

Assim que o sutiã caiu no chão, Rosé imediatamente parou de beijar a companheira, notando-a curvar os ombros meio desprotegida e envergonhada.

O que elas estavam fazendo? Não era certo.
"O que há de errado comigo?"

A loira percorreu os olhos pela parte exposta da outra, as pupilas dilatadas em razão do desejo. Lisa era como uma arte conceitual e a mais velha estava refletindo sobre tudo no qual já havia vivido. Dizer que Lisa era bonita seria pleonasmo.

Rosé desceu os beijos molhados ao maxilar da ruiva, escutando-a suspirar de modo falho. Queria dizer o quão ansiosa estava para escutar os gemidos.

Correu uma das mãos até as costelas, arfando por sentir a epiderme. A outra mão repousou ao lado da cabeça da Manoban, tentando regular o peso.

Assim que sua cabeça afundou no oco do pescoço entre a clavícula, ela expirou profundamente, não se censurando por sentir o olor inebriante que somente Lisa tinha. Era maravilhoso e ela tentou ignorar o suspiro que queria escapar acompanhado do "amo você".

Os pensamentos fizeram Rosé se sentir estúpida e somente parou de brigar consigo mesma no subconsciente, assim que a tailandesa remexeu a cintura para cima, tentando ganhar atenção.

Ela era apaixonada pela melhor amiga e não tinha mais nada que poderia dar errado.
A mais velha, em um movimento rápido, dedilhou até o cós da calça, abaixando a peça de roupa acompanhado da outra vestimenta, por fim deixando Lisa finalmente nua.

Acharia fofo o fato de vê-la cerrar os olhos, as bochechas rubras e os ombros encolhidos.
Em vez disso, o palavrão surgiu no silêncio assustador, assim que em meio da penumbra ela visualizou o ser vivo mais belo já existente na Terra.

Naquele instante, teve certeza de uma coisa: sequer Van Gogh seria capaz de desenhar algo mais apolíneo quanto Lalisa Manoban; cada detalhe, desde as pintas espalhadas em escalas pelo corpo – da cor leitosa que se mesclava pelo rubor na epiderme em razão da pressão na parte envolvida... tudo era para ser admirado naquela mulher e mesmo que tentasse, jamais seria apta em expressar tamanha beleza. Mina era um eufemismo.

Ela era inefável.

A atenção de Rosé desceu para o interior das pernas da morena, assim que ficou de joelhos no sofá e a trouxe para mais perto, ganhando em resposta um murmúrio de afirmação. Ver Lisa naquele estado, por sua causa, não tinha preço... a deixava tão excitada quanto.

Os dígitos encaminharam até a intimidade da companheira, a tocando solenemente. Pôde dizer algo desconexo ao que seu caminho estava fácil demais, os dedos percorrendo na umidade vergonhosa em tão pouco tempo.
Ela própria precisou de um tremendo esforço para não gemer e entregar de bandeja que sempre quis isso.

Lisa agarrou-a pelas omoplatas, sua boca chocando na dela em um desespero imensurável. Seus olhos estavam fechados com força, os punhos cerrados e as pernas envolvidas na cintura alheia, inclinando para que pudesse ser tocada de verdade.

Algo reverberando de um jeito severo, causando um formigamento surreal no ventre. Era diferente, era diferente, era diferente.
Nesse mesmo momento em que Rosé dedilhou para que se afastasse, a boca ainda na dela formou um sorriso presunçoso.

Lei de Murphy (Chaelisa)Where stories live. Discover now