3.700 Anos de amor (Senku X Leitora)

Juntos sempre

Admito que trançar os fios de ouro era uma atividade incrivelmente chata e exaustiva, conforme o tempo passou minha garganta foi se recuperando, e agora eu falava normalmente com as idosas, então em um certo dia eu falo que vou sair um pouco, e elas já sabendo o que eu iria fazer me lançam sorrisos contentes.

-- siga sempre o seu coração menina, ele te trouxe até aqui e te levará além -- uma das idosas diz segurando uma de minhas mãos entre as dela -- como eu gostaria de ter tido a sua coragem quando eu era mais nova, talvez eu tivesse fisgado meu marido mais cedo.

Rimos um pouco de suas palavras, essas idosas eram gentis e amáveis, eu adoro estar perto delas.

Levanto e saio da roda que fizemos e vou até Senku, como ele estava distraído eu dou uma puxadinha na roupa dele, depois, quando ele olha para mim, aponto para a floresta, ele fica confuso mas me segue, entramos na floresta e eu olho para os lados para ter certeza que não tem ninguém perto, eu podia sentir meu coração batendo rápido no meu peito, o nervosismo aumentando, mãos suando, mas me forço a respirar fundo e me acalmar, ele já havia se declarado para mim, então porque ficar nervosa? Os sentimentos são recíprocos.

-- algum problema? Você parece nervosa -- ele fala preocupado me olhando com aqueles deslumbrantes olhos vermelhos.

Eu levanto a minha mão pedindo silêncio, ele não fala mais nada, porém o seu olhar preocupado continua. Eu respiro fundo tomando coragem, eu podia sentir as minhas bochechas quentes, o que significa que estavam vermelhas.

-- Euamovocê -- falo tão rápido que eu mesma não consegui entender, então repito mais devagar, mas ficando cada vez mais envergonhada -- eu amo você, Senku.

Senku fica sem palavras, o que por si só já seria um feito maravilhoso, mas o rosto dele fica tão vermelho quanto seus olhos, e ele parece entrar em "pane". Se Senku fosse um robô eu diria que ele foi desconfigurado.

-- sabe, eu acabei ouvindo você naquele dia que eu acordei... -- falo sorrindo contente, Senku nunca tinha ficado tão corado, e também nunca tinha ficado sem palavras -- fico feliz que sinta o mesmo que eu, e desculpe por falar só agora, eu achei que seria melhor esperar até minha voz voltar totalmente.

-- você também gosta de mim...? -- ele parecia em completo choque -- mas e aquelas vezes que você estava extremamente próxima do Gen e Kinrou?

-- do que você tá fal- ah, entendi -- Rio por Senku ser tão ingênuo, ele é o tipo de pessoa que só demostraria tanto afeto com a pessoa que estivesse namorando, mas eu não, eu demonstro afeto para todos aqueles que são importantes para mim -- eu apenas os considero como família da mesma forma que a Suika. Ela é como minha irmã, e eles também, na verdade o Reino da Ciência inteiro virou uma enorme família, mas eu sempre amei você, Senku.

-- sempre? Espera, desde quando você sente isso? -- ele parecia repentinamente ter ficado nervoso.

-- desde que nos conhecemos, lembra aquela vez no piquenique? Claro, eu chamei o Taijou e a Yuzuhira, mas eu queria passar um tempo com você -- falo tentando entender por que ele estava tão nervoso, e é então que uma lâmpada se acende na minha cabeça -- Senku... -- eu o chamo segurando suas mãos -- não importa se você percebeu que me ama só agora, o importante é: você me ama, e isso já é tudo.

Eu o abraço tentando passar conforto, ele parecia meio congelado, mas logo me abraça de volta com força, mais força do que ele geralmente usava (não que fosse forte o suficiente para me machucar mas okay).

-- eu quase perdi você, várias vezes, eu fiquei com medo -- ele fala quase chorando, sua voz mantinha o tom choroso que fez meu coração apertar -- eu fiquei tão aliviado quando te vi lá na costa quando você chegou, eu pensei que iria te perder quando você caiu daquela árvore, eu fiquei preocupado quando você e a Suika não apareceram na Grande Luta, e eu fiquei com tanto medo de te perder naquele incêndio...

Senku chorava, ele finalmente estava desabafando tudo, eu era o apoio dele, o pilar que o mantinha firme, Senku sempre se fez de forte na frente dos outros, mas comigo ele poderia desabar por que eu iria o erguer novamente, e nós dois sabíamos disso melhor do que ninguém.

-- eu estou bem, graças a você, foi você quem me salvou, você e esse seu cérebro brilhante -- eu solto um riso leve, ele desfaz o abraço e eu aproveito para deixar um beijo na testa dele -- nós sempre vamos salvar um ao outro.

Ficamos um tempo abraçados, era reconfortante, para nós dois, estávamos precisando disso desesperadamente, e finalmente conseguimos, agora não precisávamos nós preocupar com nada, apenas nós dois, juntos, para sempre, era isso o que estávamos sentindo.

-- você quer namorar comigo? -- Senku fala depois de alguns minutos, desfaço o abraço para poder olha-lo nos olhos.

-- Dez bilhões por cento que sim -- falo e o vejo corar novamente, eu solto um riso e então o puxo para um beijo, não um na bochecha como sempre fiz, mas sim um beijo de verdade.

Sentir os lábios macios e quentes dele foi como ir ao paraíso, nada mais existia, nem o tempo, Senku estava claramente nervoso, pois não sabia como corresponder o beijo, mas eu também nunca havia beijado, mesmo assim estávamos nos saindo bem, meu coração disparando enquanto nossas línguas dançavam juntas, esploravamos a boca um do outro, um beijo quente, calmo e repleto do mais puro amor.

Nos separamos ofegantes, encostando as testas enquanto mantinha-mos os olhos fechados, apenas aproveitando o momento, mas acabamos rindo juntos.

-- precisamos voltar, os outros devem estar procurando o líder deles -- comento me afastando um pouco e seguranando na mão dele -- quer contar ou deixar escondido?

-- contar, todos precisam saber que o vilarejo possui um chefe e que esse chefe possui uma patroa -- ele brinca ao tentar fazer uma piada, não consigo evitar de gargalhar, Senku não era de falar esse tipo de coisa, mas me senti muito importante ouvindo isso.

-- okay então, mas já vou avisando, eu sou carente.

-- você fala como se eu já não tivesse percebido -- ele sorri meio debochado.

Acho que eu corrompi ele.