a r

28 6 14
                                    




E então eu voltei a pensar nele.

O que é pra sentir, não precisa fazer sentido.

Eu procurei viver assim. Foi difícil e ainda é. Não se desvencilha de medos tão rápido quanto os ganha, mas eu tentei, por mim e... por ele.

Não exatamente por ele, mas, ele fora a pessoa que me ensinou isso e eu não poderia me esquecer do mestre sendo que me lembrava da lição todos os dias. Uma coisa estava entrelaçada a outra e por mais que eu tentasse, era impossível desfazer o nó.

E depois de um tempo eu deixei de tentar. Talvez eu nunca tenha tentado.

A questão é que, eu procurei sentir mais do que questionar. E ele tinha toda razão. Minha vida começou a ser mais leve, senti como se tivesse tirado um peso da bagagem, um peso inútil? Não, um peso que foi necessário por um tempo, mas agora não o é.

Eu passei a não dar atenção às coisas que não mereciam. E isso também me deixou mais leve.

Coloquei-me em diversos desafios, eu passei a tentar enxergar significado nas coisas... incoerente? contraditória?

Não, jamais. Eu não me preocupava realmente com isso, mas nunca deixei minha mente descansar. Se formos criadores, como ele disse, e nossa alma realmente participa da nossa criação, eu fui em busca disso. Eu tentei e me desafiei a criar e encontrar significados que minha alma desenhava, pintava e fotografava.

O que minha alma via naquela pequena nuvem sozinha pairando no céu? O que minha alma ouvia ao sentir o vento soprar?

E no fim, eu ainda procurava desesperadamente por um despertar. Sentia que nada, nem o exterior, nem meu interior eram suficientes, era como se a bagagem nunca fosse preenchida.

O peso havia sido retirado, mas o vazio pesava mais.

Eu realmente não me importava em não enxergar um desenho criativo nos riscos do chão, o que me preocupava de verdade era o meu caminho. Se nem rabiscos bobos minha alma conseguia criar, como pode ela ter encontrado o caminho certo.

Eu sentia como se estivesse andando na escuridão. Eu nada via. Nem meus pés, nem um feixe de luz para me guiar. Nada.

E mesmo agarrada às frases da minha lua, eu me sentia amedrontada.

Eu me perguntava constantemente sobre o destino e sobre as escolhas que eu mesma tomei. Mas nunca obtive respostas, o medo do errado me assolava e me deixava inconsciente.

Eu teria errado? Eu estou satisfeita?

Talvez eu nunca possa voar.

Certa vez, lá pelos meus 25 anos fui a uma palestra como auxiliar de escritório. Sim, eu consegui um trabalho e ia a todos os lugares que meu chefe exigia que eu fosse. Naquela noite, meu chefe não pode ir, talvez ele nem estivesse tão interessado, mas como o convite tinha sido enviado especialmente para o escritório, ele mandou uma representante.

Ele havia me entregue seis flores, sim, o total de seis flores para um buquê. E eram aqueles, os tão temerosos, indiferentes e atrativos smeraldos. Ele havia dito que eu deveria entregá-los a alguém em especial, mas eu já havia me esquecido.

Eu estava exausta, fisicamente e mentalmente, mas adentrei àquele anfiteatro. Raras às vezes eram aquelas que eu me sentia autoconfiante para usar meu terno vermelho carmin, e lutando contra minha exaustão, eu resolvi desafiar meu eu e fingir estar autoconfiante.

E então, eu me vesti com meu terno vermelho carmin.

Não sabia nada sobre a palestra, o tema, os palestrantes, só sabia que eram importantes para o mundo jurídico. Eu estava ali apenas como representante, e não como ouvinte.

A quintessência de SeokjinOnde as histórias ganham vida. Descobre agora