PRETENDENTE- Ronald Weasley

19. Segunda-feira

Era segunda-feira, dia de aula para todos os alunos de Hogwarts, o dia que todos preferiam pular. Afinal, de que adianta dois dias de descanso quando se tem Dolores Umbridge como professora?
- Do que você acha que ela vai falar hoje? - perguntou Ophelia.
- Provavelmente dos O.W.L's, de novo. - respondeu Hermione.
As duas se encararam e suspiraram, estavam de saco cheio da forma como a professora ensinava e dos assuntos repetitivos.
- Como ela quer que nós aprendamos a nos defender das artes das trevas se ela não nos ensina?
- É porque ela não quer, Hermione. Tem algo de errado com essa mulher, além da cara feia e das punições...
As duas riram.
O resto da aula foi normal, teoria e mais teoria, o grande problema estava no fim do dia.
Numa breve recapitulada, na semana passada, Ophelia e Harry perceberam os olhos cinzentos de Malfoy em cima deles, sabiam que tinha algo haver com a Armada. Draco fazia parte da Guarda Inquisitorial, algo criado por Umbridge na esperança de manter a ordem na escola, provavelmente estava ciente dos encontros secretos entre os membros da Armada.
- Vamos nos encontrar que horas hoje? - falou Ophelia.
Hermione cerrou os olhos, algo que ela sempre fazia quando tentava lembrar de alguma coisa.
- As dez horas, depois que todos já estiverem na cama e o Filtch estiver fazendo ronda nas masmorras.
Ophelia assentiu e voltou a prestar atenção no caminho, mais especificamente em duas pessoas que estavam nele.
Harry e Ron caminhavam mais à frente, quietos e mais mal humorados do que de costume, Ophelia entendia o mau humor de Potter, mas o de Weasley não. Ele estava livre para amar Hermione, para beija-lá em público e para fazer qualquer outra coisa que quisesse com qualquer outra pessoa, então por quê ele estava tão irritado? Talvez fosse pelo término com Harry, mas isso não era motivo para ele a ignorar, talvez fosse pelo fato dela mal conhecer Edgar, porém isso também não era motivo...
- Você deveria falar com ele, sabe, com o Ronald.
- Ele me ignorou a aula toda Mione, duvido que queira falar comigo.
Hermione suspirou.
- Sabe que ele gosta de você, não sabe?
Ophelia arregalou os olhos e corou.
- Não romanticamente falando, é óbvio. - Hermione se apressou em dizer, um leve desprezo era presente em sua voz.
- Eu sei.
- Mas ele gosta, como seu amigo e ex noivo ele tem um carinho enorme por você, talvez só esteja chateado por você ter chateado o Harry.
Ophelia parou para pensar, respirou fundo e voltou a olhar para frente. Hermione tinha razão, não tinha outro motivo para Ronald estar tão irritado... Mas aquilo não era culpa dela! Não, era culpa do seu pai e do rei Fillipe, não dela. Não é como se ela pudesse dizer "não", sabe-se Merlin lá o que aconteceria se ela negasse o casamento com Edgar, talvez uma guerra fria entre a França e a Inglaterra, na melhor das hipóteses.

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- Não acho justo a Ophelia ter terminado comigo assim, ela nem conversou comigo direito...
- Harry ela ia conversar com você, eu acho, só estava pensando numa forma de como fazer isso! - Ronald falou.
Harry bufou irritado.
- Por que ela tem que se casar com o príncipe da França? O casamento com você já estava acordado, quero dizer, vocês iam encenar até o fim dos estudos, ai quando ela assumisse a coroa vocês iam romper o noivado e tudo terminaria bem! O que aconteceu?
Ron ficou quieto, encarou o chão por alguns segundos e respirou fundo antes de dizer:
- Acontece que eu sou pobre e não sou de uma família "respeitável".
Potter o encarou irritado.
- Como assim?
- O rei Fillipe e a rainha Marietta da França deixaram claro com todas as letras que a minha presença envergonhava a corte britânica.
Potter abriu a boca incrédulo, como alguém poderia humilhar outra pessoa na maior naturalidade?
- Mas não fique bravo com ela Harry, não foi culpa dela.
Harry suspirou e assentiu, sabia que o amigo tinha razão, de que adiantaria ficar bravo com Ophelia se ela não tinha culpa por ter nascido princesa.
A parte mais difícil era superar o coração partido, mas ele poderia fazer aquilo, afinal, tinham coisas mais importantes do que desilusões amorosas.
- E você? - Harry perguntou.
- Eu o que?
- Por que ignorou ela hoje?
Ronald pareceu distante naquele momento. A verdade era que nem ele sabia o motivo de estar ignorando a princesa, ele não havia tido seu coração partido, certo? Ele estava bem com Hermione, e agora não tinha mais nenhum impedimento, além da própria vergonha, para agarrar a namorada em público!
Resolveu não responder, nem ele sabia a resposta afinal.
Harry entendeu que o amigo não tinha resposta, então só trocou de assunto, ignorando a curiosidade.