20. Alta Inquisidora

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Alguns dias tinham se passado desde o incidente com o molho, Ophelia prestava atenção ao que Harry falava sobre Voldemort.
- Estou dizendo, ele vai ferir Sirius!
- Se acalme Harry, não deve ser nada além de uma falsa visão. Talvez ele só esteja tentando te enganar. - Hermione respondeu.
- Claro que não, Hermione! Eu sei o que eu vi. - Potter respondeu grosseiramente.
O resto dos participantes da armada haviam chego para a lição do dia, de uns tempos para cá todos eles já haviam melhorado muito.
Os olhos de Umbridge estavam grudados na nuca de Potter e seus amigos, chegava a ser irritante a obsessão que aquela mulher tinha por eles.
- Está faltando alguém. - Ophelia comentou, havia contado as cabeças de todos os alunos durante as reuniões.
- Quem? - Ronald perguntou.
Antes que a garota pudesse responder, a parede que protegia a sala explodiu, assustando-os.
- Ora se não é o senhor Potter. - a voz aguda de Umbridge soou - Imagino que tenha achado que podia me enganar.
Os garotos se entreolharam.
Marieta Edgecombe, amiga íntima de Cho Chang, surgiu detrás da velha. Seu rosto estava tomado por bolhas que formavam a palavra "DEDO-DURO" em sua testa.
- A lista de nomes! - Pansy Parkinson apontou.
Draco se dirigiu a ela, andando de forma esnobe enquanto se agachava para pegar o pedaço de pergaminho.
Aquilo já era prova suficiente para Umbridge incriminar o diretor Dumbledore.
- Peguem o Potter, a Granger e o Weasley. Vamos ter uma conversinha especial com eles na minha sala. - comandou a professora.
Crabbe, Goyle e Malfoy não tardaram em segurar os três de maneira bruta.
Ophelia não podia deixar aquilo acontecer.
- Esperem!
Os três garotos pararam.
- Precisa de algo senhorita? - perguntou Dolores.
- Soltem-os.
Os rapazes olharam dela para a professora, indecisos.
- Perdão?
- Creio que escutou bem, professora. Solte Harry, Hermione e Ronald!
Crabbe, Goyle e Malfoy se entreolharam, afrouxando as mãos nas roupas dos "prisioneiros".
- Eu, Alta Inquisidora de Hogwarts, digo que é para levá-los a minha sala! Você, ponha-se em seu lugar como aluna e não me questione. - Dolores respondeu irritada, apontando o dedo no rosto de Ophelia.
A garota tolerava muitas coisas, menos desrespeito para com sua pessoa, e aquilo fez com que seu sangue borbulhasse.
- Eu, como princesa e futura rainha, digo que qualquer um que ousar tocar em Harry, Hermione e Ronald, sofrerá com punições severas! - ela disse, usando seu "tom de voz real" - E você, professorinha, tire seu dedo da minha cara antes que eu corte ele fora.
A mulher grunhiu, abaixando sua mão levemente comandou para que soltassem os três amigos.
- Isso não ficará assim.
"Não mesmo", Ophelia pensou.
A guarda inquisitorial e sua líder saíram de cena rapidamente, os alunos estavam assustados pela forma como Ophelia falou. Até mesmo aqueles que apenas observavam a cena ficaram com medo, muito se encolheram em seus lugares.
- Vocês estão bem? - ela perguntou docemente.
- Sim... - os três disseram.
Cho havia saído atrás de sua amiga, e Harry não tardou em sair de lá também.
Agora só haviam sobrado Hermione, Ophelia e Ron, eles ficaram para limpar a bagunça que Umbridge havia feito.
- Nunca te vi usar aquele tom de voz, é realmente assustador. - Hermione falou rindo.
- Só uso quando necessário, não vejo motivo para falar daquela forma o tempo todo.
- Eu apelidei isso como o "tom de voz real", já que você só usa ele quando precisa se impor e falar "eu sou a futura rainha bla bla bla"! - Weasley falou zombeteiro.
Ophelia deu um tapa em seu ombro e voltou a varrer os pedaços de pedra.
- Vocês dois podem terminar? Vou procurar o Harry, estou preocupada com ele. - Hermione falou largando sua vassoura.
Ronald e Ophelia assentiram.
Eles estavam sozinhos novamente, para o terror de Weasley.
O garoto pensava em tudo que poderia fazer caso não estivesse namorando Hermione, ele poderia dizer para a princesa que a amava, poderia dizer que queria ela como sua namorada, poderia beija-la.
Nos últimos meses, mesmo que sem perceber, o ruivo havia se apaixonado pela garota. Pelo seu sorriso, por sua inteligência, pelo seu carisma e seu carinho, por tudo que Ophelia era e pelo o que ela oferecia a todos, inclusive aos seus inimigos.
- Tem um pouco de pó no seu suéter. - ela falou.
- Ahn?
A garota riu, batendo levemente a mão no peito e ombro dele. Eles estavam próximos, próximos de mais para Ronald. Ele puxou seu corpo bruscamente para trás.
- Eu te machuquei? - ela perguntou assustada.
- Ah... Não! Não machucou.
Ronald estava vermelho.
- Cara você tá bem? Parece que está com febre... - Ophelia falou colocando a mão na testa do garoto.
Ronald bateu na mão dela, fraco mas forte o suficiente para afastá-la.
- EU TENHO NAMORADA! - ele gritou.
A princesa o encarou confusa.
- Eu sei, não precisa gritar.
- Desculpa... - Ronald disse, sentando-se no chão.
- O que foi Ron?
Ele precisava falar, ou então afastaria Ophelia e Hermione.
- Eu... - ele começou - Eu gosto...
- Você gosta? - ela disse, abaixando-se de frente para ele.
- Eu gosto de você! Mesmo com a Hermione, eu só consigo pensar em você... Eu gosto dela também e isso não é justo, eu escolhi ela mas continuo pensando em você! Não quero magoar nenhuma das duas, por isso fico me afastando toda vez que você encosta em mim, porque a verdade é que eu quero te beijar a cada toque seu.
Os olhos de Ophelia estavam arregalados, não esperava uma declaração vinda dele, justamente por estar com Hermione.
- Ron, eu não sei o que falar...
- Não fale nada, apenas esqueça o que eu te disse.
O garoto saiu consternado de lá.
Ophelia ficou para trás, digerindo sozinha cada palavra que ele havia dito.

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- Ele terminou comigo! - Hermione falou chorando.
As garotas no dormitório se levantaram para consola-la.
- Por que ele faria isso? - comentou Ginny.
- Ele disse que não era certo continuar comigo gostando de outra pessoa...
A morena chorava e chorava, as amigas tentavam acalma-lá, mas Ophelia apenas observava a situação de longe.
Se Ronald havia terminado com Hermione, então o que ele tinha dito era verdade, e ele estava tão confuso e angustiado quanto ela.
- Eu sinto muito Mione... - ela disse - Vou falar com ele e pedir para ele reconsiderar!
Os olhos de Hermione encontram os de Ophelia, ódio, muito ódio estava presente ali.
- Não! Ele me deixou porque está apaixonado por você, princesa.
Ophelia respirou fundo.
- Me desculpe mas eu não posso controlar por quem ele se apaixona, não fique brava comigo.
Todas as garotas olharam para Ophelia.
- Acho melhor você sair do quarto. - Ginny falou, puxando Hermione para se sentar.
Ophelia fez o que a ruiva sugeriu, a presença dela só iria atrapalhar mesmo.
Ela saiu do quarto rapidamente, escutando os xingamentos de Hermione e os múrmuros das outras garotas. "Não é minha culpa", ela pensou.

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Deitada no sofá da comunal, Ophelia encarava o teto pensativa. Não se deu conta quando os olhos azuis de Weasley a encararam.
- Ophelia? - a voz rouca dele chamou, ele estava chorando.
Ela olhou na direção dele, sentando-se logo em seguida.
- Vem. - ela falou, batendo no sofá e dando espaço para ele se sentar.
Ronald sentou e voltou a chorar.
Com o coração aflito e sem saber o que fazer, ela simplesmente o puxou para um abraço, encostando a cabeça dele em seu peito enquanto afagava seus lindos cabelos ruivos.
- Não devia ter terminado com ela se também a ama, Ron.
- Não a amo o suficiente para ser todo dela, então não vou continuar com algo que iria nos machucar mais futuramente.
Ophelia suspirou.
Os braço de Ron fecharam-se com mais força em volta de sua cintura.
- Sabe que você poderia me esquecer, não é?
- Mas eu não quero.
A respiração deles ficou pesada, os dois estavam com muito calor.
- Olhe para mim e diga isso, Weasley.
Ronald levantou a cabeça, encarando-a falou:
- Eu não quero te esquecer.
Sem tardar, a princesa juntou os lábios dos dois, num beijo profundo e cheio de sentimentos.
As mãos dela percorriam a nuca dele, e as mãos dele seguravam firmemente a cintura dela.
Por um momento eles esqueceram de tudo, de Hermione, de Voldemort, de Edgar, de tudo! Só eles importavam, só os lábios um do outro.
Então, eles se afastaram para recuperar o fôlego. Se encarando, sorriram bobos.
- A quanto tempo eu queria fazer isso. - ela disse rindo.
- Você também queria? - ele perguntou ofegante.
Ophelia assentiu.
- Já está tarde... - ele disse.
- Eu não posso voltar para o quarto até Hermione dormir.
Weasley sorriu maroto.
- Que bom.
O garoto colou os lábios deles novamente, uma atitude nada condizente com o Ronald de sempre, mas Ophelia havia gostado.
Não haviam tido o melhor dia de todos, estava bem longe disso, mas aquele momento onde os dois confessaram o que sentiam e se beijaram superou qualquer coisa de ruim que pudesse acontecer.
Ophelia se sentiria culpada por isso depois, pois gostava de Hermione, mas não naquele momento. Naquele momento tudo que importava eram os lábios de Ron colados no dela e suas mãos apertando sua cintura.

PRETENDENTE- Ronald Weasley Onde histórias criam vida. Descubra agora