Dois copos com gelo em cima da mesa e ao lado uma garrafa de bebida recente aberta, dois homens sentados de frente um para o outro, ambos olhavam-se nos olhos e permaneciam-se calados.
- Cansei de ficar olhando - disse bebendo um pouco do líquido - Vamos lá, Chris. Não gosto de você e acho que também não morre de amores pela minha pessoa, então vou ser curto. - abriu a garrafa e encheu seu copo - Primeiro, não vou contar para Nat.
- A que devo esse sigilo? - interrompeu - Sempre achei que faria tudo pela sua irmã. - riu encarando Nathan.
- Segundo, vou te ajudar com Henrique - ignorou - Vamos trabalhar juntos - disse causando espanto em Chris.
- Deixa eu ver se entendi - se curvou - Você não vai contar para sua irmã e ainda vai estragar a última missão dela?
- É.
- Ter você como irmão não precisa de inimigo. - voltou a posição erguida.
- Eu não estou contra ela - cruzou os braços - Pelo contrário, faço isso porque amo muito a Natasha e não quero você perto dela. É só mais um caso, ela escolhe outro e sai.
- Você não conhece sua irmã - levantou e foi em direção a sacada - Esse caso é importante, e ela vai até o fim, nem que precise passar por cima de quem estiver no caminho.
- Meu caro Evans, agora você está muito enganado - se colocou ao lado do agente - Se você estiver na linha ela não atira, estranho não é verdade? Para alguém que foi treinada para matar e não nutrir sentimentos hesitar é um erro, uma conta vermelha, mas uma promessa e um amor é capaz de abalar todo o treinamento.
- E como planeja enganar a melhor agente da CIA? Não será fácil.
- Como eu já sabia que você estava do outro lado da moeda, planejei tudo.
- Muito eficiente!
- Bem que ela avisou que é um debochado. - pegou um envelope dentro de sua bolsa - Preciso que você assine, os outros agentes que estavam no caso já assinaram - colocou sobre a mesa um papel e caneta.
- Do que se trata?
- É um pedido de afastamento, Natasha não tem condições de continuar nesse caso, isso fará com que ela abandone as investigações de forma definitiva.
- Então ela teria que continuar na CIA por não concluir o caso?
- Exatamente, deixando o caminho livre para nós colocarmos o plano em prática.
- Eu não posso assinar, esse era o último, ela sairia dessa vida e construiria outra. Eu não vou assinar.
- Ah coitado, finge que se importa que eu finjo que acredito. E não será a última oportunidade dela sair, só terá que ficar um pouco a mais dentro da agência.
- Você sabe quando somos afastados a pena é grande, 10 anos cumprindo tudo o que mandarem. E você acha pouco? - gritou com Nathan.
- Evans você é muito burro. - balançou a cabeça e começou a rir.
- Não entendo o motivo dos risos.
- Pensa comigo, você tem que ajudar Henrique a fugir e levar as mulheres com ele. Qual é a missão da minha irmã?
- Resgatar as mulheres e prender Henrique.
- E você tem que fazer ela fracassar logo, ela sofrerá uma pena do mesmo jeito e se for pelo fracasso será pior. E você sabe qual seria se isso acontecesse?
- Ela seria levada para balsa.
- Então qual é pior? - indagou, colocando em cima da mesa próximo de Chris, caneta e o pedido de afastamento.
Sem hesitar, Evans abriu a tampa da caneta depositando a tinta em forma de assinatura, pronto estava feito não tinha como voltar atrás.
- Arrancou pedaço?
- E como exatamente além de tirar Romanoff do jogo você fará? - ignorou a provocação de Nathan.
- Sei que está para receber uma ligação do seu querido amigo cobra, assim que ele entrar em contato vou com você e garanto que ocorra dentro do planejado.
- Henrique pode desconfiar, ele sabe que você é "filho" do diretor da CIA, qual a chance de acreditar na sua boa vontade?
- Meu histórico, fui mandado para a balsa por tentar assassinar um agente, fui levado para Rússia por assassinato, e sabe também era um agente da CIA que neste exato momento está a sete palmos do chão - enumerou nos dedos - Mas eu não consegui quebrar os recordes da minha amada irmã.
- Se você está tão confiante quem sou eu para destruir suas expectativas.
Os dois se calaram, o assunto morrera. Chris estava digerindo tudo o que Nathan acabara de dizer, trair a confiança de Nat ou perder a filha? Parecia algo simples de escolher, para um pai certamente a filha seria a escolha mais óbvia, porém por que só agora se importou com a filha e esses últimos 10 anos? Agora porque não ficar do lado de Natasha, era por ela que seu coração batia descompassado e não tinha o direito de destruir as oportunidades da mulher que ele julgava que amava não fazer os últimos desejos da mãe.
Por minutos permaneceram se encarando, até que o celular do agente Evans começou a tocar. "Trrrim-trrrim".
- Atende, e deixa no viva voz - ordenou Nathan.
- Chris... - a voz doce e rouca disse do outro lado da linha.
- Nat, você está chorando? - perguntou preocupado.
- Chris por favor... - pausava para deixar o choro tomar conta e se recuperar - Eu preciso de você, por favor venha para hospital onde minha mãe está...
- Por que Nat, o que aconteceu? - não obteve respostas - Natasha, conversa comigo, por que ligou para meu número?
- Porque preciso que você venha... - começou a chorar novamente - Ela... ela... Era só um minuto - disparou a chorar.
- Estou saindo agora, se acalme já estou indo. - disse pegando seu celular e chave do carro deixando seu apartamento aberto com Nathan dentro.
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Olá! Mais um capítulo da narrativa!
Nathan parece querer muito ajudar Chris, diferente.
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Até o próximo!
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Between love and profession - Yngridiente
FanfictionUm médico que no passado assumiu uma segunda profissão coberta de mentiras, segredos e perigos. Uma escolha entre seguir o amor ou sua velha e amarga escolha. Nada conspira para que as decisões sejam as mais fáceis nem mesmo quando se coloca em jogo...