Cap 25 - Blackjack enfim termina

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- Para dar continuidade ao julgamento, chamo Chris Evans para que deponha perante este tribunal - pediu o juiz, realizando toda a cerimonia de juramento. - Passo a vez para o advogado de defesa, que fez o pedido para este depoimento.

O advogado de defesa, Dr. Tavares vestido com seu traje preto, levantou do seu lugar e se caminhou para frente do agente Evans. Ninguém estava entendendo o motivo pelo qual aquele depoimento seria necessário ou apenas queriam acreditar que ele iria ajudar a "limpar à barra" que Natasha estava se envolvendo. Será que ele seria o que está faltando para fechar o quebra-cabeça? Todos sabiam que sim e temiam que só aumentasse o problema.

- O senhor é agente da CIA, parceiro da ré Natasha Romanoff. Vocês tiveram algum tipo de envolvimento fora de colegas de trabalho?

- Por que o motivo da pergunta? Que eu saiba minha relação com ela é algo que somente importa à nós dois.

- Tudo bem, já entendi. - disse encarando o agente. - No dia em que Henrique foi assassinado e o galpão eliminado, o senhor estava lá?

- Sim, estava - disse firme, causando um espanto na plateia - E as nada ocorreu como o senhor disse.

- Então, como foi?

- A agente Romanoff, mesmo fora da agência, conseguiu encontrar onde estava as vítimas, atitude que os meus superiores não tomaram. - cruzou os braços. - Henrique não foi assassinado, vocês gostam de reforçar que a Nat tem um passado, mas ela não é assim. A mulher que tratam como uma criminosa de alto nível, que realizou seus trabalhos por ordem, também ama e tem empatia por pessoas que precisam, como as mulheres que foram enganadas e Alicia que estava no meio de tudo sem ao menos pedir para entrar. - seu tom de voz foi aumentando a cada palavra dita, manter o controle estava sendo uma das tarefas mais complicadas.

- Se o senhor a julga como uma pessoa além dos treinamentos, por que eu deveria acreditar nisso?

- Porque quem estava do lado errado, sou eu - seu olhar voltou para o chão - Arrependo de ter entrado para ele, poderia ter sido diferente, mas o medo me consumiu e fez com que tomasse decisões erradas.

- Que medo? Que decisão?

- Há muitos anos atrás tive uma filha com a noiva do investigado e agora morto, Henrique - seus olhos já mudavam de aparência, antes com muita raiva, agora cheios de arrependimentos - Entrei para CIA, me formei em medicina para manter uma vida "normal" para não levantar suspeitas. Estava indo tudo "bem" - fez uma pausa - até que recebi esse caso, Henrique sabia que eu era pai de Alicia...

- Você passou dez anos sabendo que tinha uma filha e depois disso vai dizer que Henrique o chantageou?

- Não, ele não ameaçou contar. Ele só disse que o dinheiro que ele recebia pagava o tratamento da garotinha, por medo de perder minha filha aceitei ajudar. Natasha descobriu e armou para que a culpa caísse somente nela e assim livrando o culpado que cuidaria da criança quando a figura paterna dela fosse presa, mas ela não contava que uma das cartas desse jogo decidiria não seguir o movimento.

- Então o senhor afirma que ajudou Henrique, em que?

- Eu faria o carregamento e depois ajudaria a eliminar provas contra ele, o que me colocaria em risco, pois sempre estava com alguém da agência.

- Sem mais perguntas, excelência - disse Dr. Tavares voltando para seu lugar.

- Dr. Bernardes, alguma pergunta que deseja fazer? - o juiz dirigiu-se ao promotor.

- O senhor teve algum tipo de envolvimento no incêndio da CIA e do galpão?

- Não, Romanoff fez tudo sozinha, apenas ia ajudar a tira-la do local, não deu muito certo.

" - Vai embora, Chris - disse quase sem sair som abraçada com ele - Está tudo bem"

- Evans? - chamou o promotor, buscando recuperar a atenção do homem - Agradeço pela colaboração.

Os jurados saíram da sala, iriam tomar a decisão depois de um longo dia de perguntas e respostas, tudo para julgar se alguém fez o certo ou o errado. Cruel, poética ou cega? Ela pode ser. Para uns, ela é imposta demais, já para outros, ela é de menos. Dois pesos e duas medidas.

Os jurados, após duas horas debatendo, voltaram e entregaram nas mãos do juiz um papel, ali estava escrito a sentença. Na plateia, todos aguardavam o veredito.

- Pelos crimes de traição a uma organização de segurança federal, o senhor, Chris Evans deixará seu cargo como agente, perderá seus benefícios como um antigo participante, terá que devolver tudo o que recebeu enquanto trabalhou e cumprirá serviço comunitário em um hospital, por ser réu primário - mesmo não sendo o alvo daquele dia, as flechas acabaram o atingindo - Por traição, incêndio de um lugar do governo e por ocultar provas, a ré, Natasha Romanoff terá todos seus bens bloqueados e passará viver sob custodia do governo, monitorada por seguranças e tornozeileira eletrônica vinte quatro horas por dia, mas os primeiros meses permanecerá em regime fechado em uma prisão de alta segurança e no meio do atlântico, a balsa.

Natasha não ficara surpresa com a pena, por outro lado seu rosto se mostrava bem tranquilo, após ouvir tudo o que o juiz dissera, ela apenas sorrira de canto. Todos saiam do júri, Romanoff seria levada na tarde seguinte para sua futura casa durante alguns meses.

Os parceiros, Romanoff e Evans, entraram nesse jogo forçado a ficar juntos e iam terminar ele distantes. Foram embora um para cada lado, sem olhar um no outro: as vezes almas gêmeas estão destinadas a se encontrarem, mas não ficarem juntas.

- Será que ela vai me perdoar algum dia? - Chris se dirigiu a Nathan.

- Ela vai - ele voltou seu olhar para o homem - Ela te ama, nada, nem mesmo um adeus acabará com esse sentimento.

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Até o próximo!

        

Between love and profession - YngridienteWhere stories live. Discover now