THE OTHER ORIGINAL┃tvd, to

ii. eu sofri tanto

Encaro o visor do meu celular. Um número desconhecido por mim, me ligando em pleno natal. Não atendo e continuo meu caminho para visitar minha família. Desde que Klaus tinha resgatado a mim e a Elijah da mãe doida deles, eu tento buscar uma forma de descobrir o que a Mikaelson tinha feito comigo. Esther havia me dito que estava me dando o que ela tirou de mim, então fica difícil eu saber o que, já que a vadia já tirou muito de mim.

Paro meu carro e desço. Corro até Rebekah para abraçá-la. A saudade que eu senti da loira foi enorme. Dou abraços rápidos em Finn, Kol e Henrik. Logo vejo Elijah balançando a pequena Hope. Me aproximo e deposito um beijo na testa do moreno. 

— Posso? — ergo meus braços com a intenção de pegar Hope. Elijah sorri e deixa o caminho livre. Coloco a pequena em meus braços. Me seguro para não derrubar uma lágrima. Eu sempre quis isso. Um filho com o homem que um dia eu amei incondicionalmente. Não que isso tenha mudado, meu sentimento por Klaus só cresceu. Mas suas intenções não são as mesmas. Meu amor por ele não necessita de sexo, não mais. Ouço o barulho de carro e me viro. Hayley desce do carro apressada. Ando até ela e a entrego Hope. A morena sorri. 

Quando Klaus se aproxima para segurar a filha, acaba sorrindo. Isso sempre foi tudo que eu quis pra ele. Felicidade. Acabo lembrando do nosso primeiro término. Eu que pedi para acabarmos. Foi muito difícil para mim, mas eu sentia que precisávamos disso para sabermos o que queríamos. O vampirismo era novo para nós, e não seria bom ter um relacionamento sério naquelas condições. Ambos sofremos. Ele calado e sem demonstrar, e eu fazendo sexo com todos os irmãos dele. Era minha forma de encarar as coisas na época. Imatura, eu admito. Mas era só o que eu sabia fazer. Nos machucamos tanto naquele tempo. Mas nos acertamos. Ficamos juntos por mais 100 anos. Um lindo relacionamento. Baseado na confiança e no amor, algo que sempre existiu e sempre existirá entre mim e Klaus. Nesses 100 anos, Klaus descobriu as adagas e acabou se vingando dos irmãos que dormiram comigo. Logo eu convenci ele a deixá-los dormindo por apenas 5 anos. 

Sou tirada dos meus pensamentos quando Rebekah nos chama. Encaro ela começar a organizar a fogueira e reviro meus olhos. Me aproximo. Klaus começa a falar sobre a maldição do primogênito que Finn nos contou sobre. 

— Sinceramente, eu devia ter matado essa velha a mil anos. — digo. Klaus me encara com um sorriso sapeca. Retribuo. Meu celular volta a vibrar. O maldito número que me liga desde qu eu vim de Nova York para cá. — Alo? — atendo rude. Escuto uma risada ao fundo. Barulhos de carro. 

— Depois de tanto tempo você me atende assim, Delphi? — fico paralisada. Não, não pode ser ele. A menos que... O maldito com certeza deu um jeito de sair. Sorrio. 

— Malachai Parker. — digo com animação. Klaus me encara com raiva. O loiro sempre teve certo ciúmes de Kai. Mesmo porque Klaus sabia que eu tinha me apaixonado pelo Parker. Elijah me encara surpreso, provavelmente por não ouvir aquele nome a tempos. — Você sempre ganha né? — o moreno riu do outro lado da linha. Me sinto feliz. Há tempos eu não escutava aquela risada. Todos os sentimentos que eu guardei por 18 anos parecem voltar. Me afasto dos Mikaelson para ter mais privacidade com o meu namorado… ou seria ex? Um assunto de cada vez Delphine. Escuto de longe Klaus dizer para Hayley, Finn e Kol sobre com quem eu estava conversando. — Onde você tá? 

— Indo para Whitemore. Parece que minha família está toda lá. — sorrio com a clara obstinação de Kai para cumprir sua vingança. Me pergunto porque sempre me apaixono por psicopatas vingativos. — Se quiser vir para a festa está mais que convidada. — consigo sentir o sorriso malicioso no rosto dele. 

— Eu com certeza vou. E também vou precisar de sua ajuda com uma coisa. — minhas costas ardem. Me viro e vejo Niklaus com umas pedrinhas na mão. Mando um dedo do meio para ele. — Agora eu vou precisar desligar, Niklaus está precisando da minha ajuda com algo. Mais uma coisa Kai: — suspiro feliz antes de continuar. — te amo.