xxi. não me deixe

284 21 1
                                        

autora narrando

uma semana após a fuga. 

Os Mikaelson estavam nesse momento em Toscana, na Itália, num castelo com mais de vinte quartos e isolado de todos. Para qualquer um além dos Mikaelsons, dos híbridos, e de uma lista selecionada de pessoas, todo o terreno do castelo não passava de um terreno sem nada, totalmente vazio. E ninguém poderia entrar na propriedade sem um convite, cortesia de um feitiço de Cedric. 

No quarto que Delphi dorme, as coisas estão quietas, como sempre estão de dia. A herege costumava passar o dia pensando, repassando os acontecimentos relacionados à morte de Kai, tentando ver o que ela tinha feito de errado. Algumas coisas passavam pela cabeça dela. Como o simples fato de que ela não deixou que queimassem aquela bala de carvalho branco. Isso poderia ter mudado tudo.

— O que passa na sua cabeça? — a voz suave de Finn faz a ruiva se sentar em sua cama. Delphi o encara, sem saber o que responder. O que ela poderia dizer? Ao ver que ela não responderia, Finn se aproxima e se senta ao lado dela. — Delphi, desde que chegamos aqui, você não olhou para os gêmeos. — o loiro observa. A Farrington geme baixo. Era sobre isso. — Porque? Eles são seus filhos.

— Por que, Finn? Você realmente quer saber o porquê? — a ruiva pergunta em voz baixa. O Mikaelson pensa por uns segundos antes de assentir. A herege desvia o olhar para começar a falar. — Cada vez que eu olho para Daphne, eu vejo os olhos dele, e eu sinto vontade de morrer. E então eu olho para Cal, e fica pior, porque ele é a cópia perfeita do pai. E… — a herege geme baixo. Doía muito para ela falar sobre isso. Finn percebe a dor da mais nova e então a abraça. Delphi começa a chorar contra o peito do original. A dor dentro dela a consumia e ela tentava lutar contra mas parecia se intensificar a cada segundo. Maldito vampirismo. 

— Tá tudo bem. Você vai ficar bem. — o loiro repete como um mantra, para tentar convencer tanto a Farrington, como ele mesmo, de que essa dor passaria e que ela ficaria bem e conseguiria olhar seus filhos novamente.

três dias depois

O Mikaelson mais novo se delicia com o sangue da mulher que era empregada na casa onde ele estava morando com sua família. Aos poucos ele ouve o coração dela começar a parar, mas ele não para. Assim que aquele corpo caiu sem vida no chão, Henrik toma uma decisão. Delphi estava certa. Ele não deveria perder o controle, não agora. E só havia um jeito de ele não sentir a dor da perda de Davina. Henry teria que falar com Delphi o mais rápido possível.

[...]

A ruiva respira fundo antes de entrar no quarto dos seus filhos. Hayley tinha dito a ela que eles estavam dormindo, então não doeria a eles caso ela não aguentasse a pressão de olhá-los e fugisse. Assim que abre a porta, Delphine vê os dois berços. Com cuidado a herege caminha até eles. Era possível ver que Daphne dormia de forma inquieta, enquanto Caliban parecia estar num sonho feliz e tranquilo. Algo se mexe dentro da Farrington ao ver sua pequena inquieta. Delphine encosta na testa de sua pequena com cuidado. Segundos depois, a original se vê dentro da mente de sua filha mais nova.

Delphine fica surpresa ao ver o momento da morte de Kai na mente de Daphne. Parecia estranho que ela estivesse lembrando disso e sofrendo. A herege então manipula toda a situação. Agora Daphne estava no colo de Kai, ouvindo ele cantarolar alguma música que provavelmente é dos anos 80. A expressão da bebê, que até então era triste, se tornou alegre. A Parker realmente amava o pai. 

— Isso, minha filha, pode dormir tranquila. Papai vai sempre estar aqui. Sempre e pra sempre, certo? — o Parker deposita um beijo na testa da bebê. Era possível ver a emoção nos olhos do moreno.

THE OTHER ORIGINAL┃tvd, toWhere stories live. Discover now