CAPÍTULO O6.

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O6. "Ninguém vai me pegar vivo."

▶️ JJ.

— E você acha que ela te seguiu?

A voz incrédula de Pope não estava fazendo nada para acalmar os ânimos da ressaca de JJ; apesar de ser quatro da tarde, fazia pouco que se arrastara para fora da cama e agora tinha os óculos de sol para cobrir os olhos vermelhos devido ao sono péssimo. No momento, também estava sendo forçado a sair do apartamento para comprar café com o outro; visto que ele não aceitou a chantagem emocional em ir sozinho.

— Eu não acho, ela confirmou.

Antes que o amigo pudesse continuar com seu discurso, o loiro o interrompeu com um grunhido.

— Podemos parar de falar disso? Já faz dias e você continua insistindo no assunto.

— Só acredito que foi injusto com a Kiara.

Caso os óculos de aviador não pousassem em seu rosto, o outro poderia o ver revirando seus olhos pela quarta vez naquela conversa. Não estava com vontade de discutir sobre o assunto, sequer sabia o quanto a vizinha do 303 vira quando estava no cemitério com um frasco de vodca em suas mãos e lágrimas em seus olhos, era vergonhoso e ridículo. Nem sequer contara todos esses detalhes para Pope, apesar de o amigo provavelmente já deduzir boa parte.

— Como seu amigo, eu sei como é se preocupar, e ela até agora só 'tava te fazendo bem, fazia séculos que não via você se alimentando direito.

— Porra, é diferente. — Pausou no meio da calçada e colocou-se em frente a este. — Você me conhece desde sempre, tem permissão pra ser um porre, agora ela... Ela é só minha vizinha, devia deixar ela me controlar?

As orbes castanhas do amigo se contorceram em algo que pareceu ser repreensão, mas Maybank não queria mais escutar o nome de Kiara; estava revoltado e constrangido, só de ouvir menção de seu nome começava a sentir várias emoções em simultâneo.

Felizmente, Pope pareceu entender o recado e permaneceu quieto enquanto os guiava até a cafeteria que pedira carona; e JJ raramente visitava o local, portanto, demorou algum tempo para perceber onde estavam. Apenas quando pausou atrás do balcão com o amigo e teve um relance dos cabelos cacheados e da voz familiar que percebera a enrascada que fora enfiado.

Pope... Você não fez isso. — Resmungou em um múrmuro para o jovem ao seu lado, pendurando os óculos na gola da camisa que usava e pensando em um modo de escapar daquilo.

Antes que pudesse achar um jeito de desaparecer, Kiara já estava vindo até eles.

— Em que posso ajudar?

Ela ergueu o rosto do bloco de notas e alargou o sorriso quando viu Pope.

— Olha só, quem é vivo sempre aparece.

Demorou um segundo para perceber JJ, e ele conseguiu notar detalhadamente quando as íris castanhas pousaram nele e o sorriso de seus lábios falhou, sua expressão endurecida e tensa. O mais alto decidiu desviar o olhar para a bancada.

— JJ... oi.

— E aí. — Respondeu em uma tentativa de parecer indiferente.

Um silêncio constrangedor colidiu com o momento, o loiro podia sentir a expectativa de seu amigo que olhava entre os dois; queria dar um soco em Pope por planejar aquele reencontro idiota, mas ao focar suas íris azuis em Kiara e perceber o modo que suas bochechas começavam a escurecer daquela maneira envergonhada, percebeu que sentira sua falta.

Ia abrir a boca parar falar algo, mas alguém o interrompeu.

— Kie! Tem certeza que não quer bolo de sorvete, porque eu-

Um Contrato Para Amar • JJ & KiaraWhere stories live. Discover now