Capítulo 1

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- Posso dormir essa noite com vocês? - Deena murmurou na entrada do quarto, levemente assustada com os trovões que desabavam no céu com um barulho que ecoava pela casa inteira.

- Claro, meu amor. - Michael respondeu dando-lhe um espaço na cama para a filha.

Apesar de ser uma adolescente, Deena ainda morria de medo de relâmpagos e o estrondo dos trovões a deixava apavorada. A morena abriu um lindo sorriso de criança, mostrando seus músculos nasais, e se aconchegou no meio de seus pais.

Deena é considerada impopular pela maioria dos alunos, pois ela parecia ser muito egocêntrica e impaciente. Ela é conhecida normalmente por ser muito competitiva e sempre querer receber a parte que ela achava que lhe é direito. Ela é mais conhecida também por receber raspadinhas geladas no rosto.

Samantha Fraser é sua inimiga de carteirinha: a garota porpular capitã das líderes de torcida, o tipo de garota que todas morrem de inveja e de amores. Namorada de Peter Brady, mais novo membro do grupo dos populares, e que por ironia é o melhor amigo de Deena.

Óbvio, a muito contragosto de Fraser, Deena e Peter se tornaram melhores amigos quando ele veio há dois anos estudar na Harbor High School de outra cidade de um colégio interno só para meninos. Então ele não tinha muito jeito com as garotas, ele tem dislexia, por isso suas notas não são tão boas, mas a morena sempre o ajudava com esses problemas.

Ele tinha também seu lado nerd, adorava Star Wars, Harry Potter e Avatar. No começo recebia muitas raspadinhas por ser piada mas isso mudou há mais ou menos um ano quando resolveu entrar pro time de Futebol e quando começou a namorar a Fraser para ficar mais popular. Pois como era novo ali tinha medo de ser excluído socialmente, mas aos poucos foi se apaixonando por Samantha, e vice e versa.

Mas nem por esses motivos abandonou sua amizade com Johnson; Criada em um lugar de classe média-baixa. Era zoada por ser pobre e não ter condições como a maioria dos alunos, e pela maneira de se vestir mal, de modo infantilizado. Tal característica dada por uma de suas colegas, Kate, como Uma avó e ao mesmo tempo uma criança de cinco anos. Era virgem e não tinha vergonha em admitir. Também era vegetariana. No dia em que Deena nasceu ela ganhou uma pelúcia de estrela amarela de seus pais. Para eles, Deena era uma estrela. Pelo menos, é isso que ela vive dizendo a si mesma desde que ganhou seu primeiro concurso de dança com três anos de idade.

Ela ama estrelas, e sua assinatura é sempre seguida por uma de ouro, porque metáforas são importantes. É uma metáfora, e metáforas são importantes. Minhas estrelas douradas são uma metáfora para eu ser uma estrela.

Apesar de alguns -grande maioria- não concordarem com as coisas que ela faz. Deena era a voz essencial no Club de Coral.

- Quando eu for uma estrela da Broadway vocês vão se arrepender disso! - Exclamou verdadeiramente irritada por levar uma raspadinha de morango no rosto.

- Vem... Deixa que eu te ajudo. - Brady disse com um sorriso amigável no rosto.

Ele abriu seu armário que ficava ao lado do de Deena, e pegou uma toalha azul com os dizeres: Deeter Best Friends Forever e Always. Presente da própria Johnson que tinha uma igual, só que na cor lilás. O rapaz ajudou à se limpar.

- Esses brutamontes nunca vão me deixar em paz. - Resmungava. - Eles vão se arrepender quando forem motoristas das minhas limusines caras.

Peter riu concordando.

- Mas veja pelo lado bom... Pelo menos é de morango. O seu preferido. - Tentou forçar um sorriso e recebeu um simples de volta.

- Idiota. - Socou fraco o seu braço.

- Já está enchendo meu namorado de novo, sem teto? - Ela revirou os olhos ao ouvir aquela voz enjoada.

- Bom te ver também, corcunda assanhada. - Disse num tom sarcástico e ainda revirando os olhos de tédio.

- Quem você pensa que é, imbecil?

As duas se fuzilaram com os olhos e Peter olhava de uma para a outra assustado, sem saber exatamente o que fazer. Samantha já ia abrir a boca quando foi interrompida.

- Vamos parar? - Interviu o garoto.

- Não sei como você aguenta essa... coisa. - Continuou provocando.

- Não sei como você aguenta esse projeto de barbie azeda! - Retrucou.

- Ah, por favor. Vai pra lata de lixo que é o seu lugar. Aproveita e leva o resto da sua família. Aquilo que você chama de pai e mãe!

- Já chega! - O garoto disse firme.

- Não vou ficar aqui ouvindo suas merdas. A gente se vê depois, Peter. - Após isso, Deena saiu meio cabisbaixa.

Ela não suportava Samantha! Garota mais irritante. Ela não entendia o que Peter tinha na cabeça pra namorar algo como... aquilo! E daí que ela era popular e linda? Não passava disso! Era metida, fria, calculista. Uma vadia. Era isso que Deena pensava.

- Você não devia ter falado assim com ela. - Recriminou o garoto percebendo como a amiga havia saído triste.

- O quê? Vai ficar defendendo a sua amiga fedida agora? - Respondeu no mesmo tom.

Peter olhou pra ela completamente sério.

- Não se trata de defender ou em que lado estou. Só estou cansado da minha melhor amiga e da minha namorada brigando como cão e gato!

Samantha revirou os olhos e o garoto suspirou desistindo de conversar sobre aquilo.

- Não vamos falar disso agora... Ainda está de pé o convite para passar a noite na sua casa? - Ele tratou de mudar de assunto.

- Sim... - Sorriu encarando o garoto.

- Mas o senhor nem pense que só vai porque os meus pais não vão estar em casa, que vai rolar algo a mais além de dormirmos.

- Calma. Isso nem passou pela minha cabeça. - Sorriu malicioso.

(...)

- Mãe, já está em casa? - Gritou olhando os cômodos de sua casa enquanto trancava a porta da frente.

Peter morava apenas com sua mãe. Uma mulher que gostava de ocupar seu tempo com trabalho. Principalmente depois da morte de seu marido há cinco anos, depois disso nunca mais saiu ou se apaixonou por ninguém. Trabalhava como enfermeira em um dos melhores hospitais de Miami, onde ocupava todo o seu tempo. E como tinha que lidar sozinha sempre procurava fazer o máximo de horas extras possíveis, chegando em casa tarde e já cansada. Apesar de Peter entender a ausência necessária da mãe, isso não significava que ele não sentia falta da sua companhia. Mas essa sempre que tinha tempo livre não hesitava em passar com seu único filho.

O garoto percebeu que sua mãe não estava em casa mas encontrou um bilhete apegado na geladeira.

"Sinto muito, filho, mas chegarei mais tarde hoje. Terei que ficar de plantão. O almoço está na geladeira, só precisa esquentar no micro-ondas. Mamãe te ama!"

- Também te amo, mãe... - Sussurrou em um fio de voz naquela cozinha silenciosa.

Mas o que o alegrava é que ele, hoje, não passaria sua noite sozinho...

(...)

O plano era dormir de conchinha mas uma série de beijos calorosos iniciou-se entre os dois jovens. Peter já estava em cima de Samantha a beijando, estava ofegante e tentou tirar a blusa da garota mas foi impedido.

- Não... Eu ainda não estou pronta. - Murmurou se recompondo.

Sempre que ele tinha uma brechinha, tentava ir além dos beijos com Samantha. Não podia evitar, já estavam a quase um ano juntos e nada rolava além de amassos e beijos. Ele também nunca forçou nada, Peter a respeitava.

- Tudo bem, me desculpe. - Disse compreensivo saindo de cima dela.

- Que tal a gente só dormir de conchinha? - A menina pediu doce olhando nos olhos dele. O mesmo assentiu com um sorriso.

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Espero que gostem da adaptação. Volto depois. Beijos. :)

Se Eu Fosse Você (Sameena)Where stories live. Discover now