Capítulo 1

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West Hill (cidade fictícia)

Pov. Lauren J.

Eu vou te contar uma parte da minha vida, adianto que não é nada de animador. Meu nome é Lauren Michelle Jauregui.

Perdi meus pais quando tinha 15 anos, estou com 18 agora, foi em um acidente de carro, meu pai sofria de problemas com alcoolismo e se negava a se tratar, estávamos voltando pra casa depois de um jantar em família que ele estragou e chovia muito, meus pais discutiam por ele ter bebido demais, não viu que a estrada estava de reforma e que havia um buraco enorme, perdeu o controle do volante e pow, a última coisa que lembro foi do barulho e da luz dos faróis, ah e do meu corpo sendo arremeçado.

Quando acordei os médicos me disseram que foi um milagre eu ter sobrevivido, mas tudo que eu queria saber era sobre meus pais, então veio a notícia, meu pai morreu na hora, traumatismo craniano, minha mãe chegou viva no hospital mas não resistiu por ter tido vários ferimentos graves. Fiquei quase um mês desacordada, tomei 5 pontos na lateral da testa, e um ferimento na barriga que por sorte não perfurou nenhum órgão, o pior foi a pancada na cabeça, foi o que me fez ir ao coma.

Continuo me perguntando até hoje porque não eu? Por que eles se foram e eu fiquei? Eu não merecia ter sido a escolhida.

— Lauren?

(Batida na porta)

— você vai se atrasar querida

Cecilia, irmã da minha mãe, vim morar com ela desde o que aconteceu, ela é viúva e não tem filhos, às vezes tem um cuidado excessivo comigo pelo meu quadro intenso de depressão e por já ter tentado, não só uma vez... Me suicidar.

— estou indo

— sem portas fechadas, a gente combinou

— não tá com chave

Girei o trinco e abri.

— não dormiu bem? Está pálida e com olheiras, andou tendo pesadelos de novo?

— eles vem e vão... Acho que estou mentalmente cansada, muita trabalho do Colégio

Menti, se eu tiver dormido 4 horas foi muito, tenho tido muitos pesadelos com o acidente, eles haviam parado, mas quando estou um pouco mais deprimida eles voltam pra tornar tudo pior.

— seu lanche está na mesa, quer carona hoje?

— não precisa, eu vou de bike

Ela trabalha na prefeitura, passa praticamente o dia inteiro fora.

Não queria ter que ir a escola e ver aquelas pessoas superficiais e mesquinhas. Eles me tratam como um ser de outro planeta, quando chego eles riem, ou ouço piadinhas sobre eu ter tentado me suicidar, me rotulam de louca... Enfim, não entendo como o ser humano consegue ser tão filho da puta.

Fragmentos - CamrenWhere stories live. Discover now