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Eu não me lembro de muita coisa, mas sim de encontrar com Noah no intervalo. 

Ele está encostado em um dos armários e sorri quando me vê. Me aproximo dele. 

— Nos encontramos de novo. — brinco e Noah ri. Acho fofo como os olhos dele ficam pequenos e os dentes brancos à mostra quando ele está rindo. Tenho vontade de tirar uma foto, mas me contenho. 

— Parece que sim. Você tem certeza de que não está me perseguindo? 

— Você me descobriu! Tenho que voltar para o meu esconderijo secreto. — Noah gargalha. O som de sua risada é tão alto que tenho medo de alguém, além de mim, ouvi-lo. Nunca ouvi sua gargalhada, quero guardar esse momento como apenas meu. 

— Você é muito divertido, príncipe — ele diz, após parar de rir. — Gosto de passar tempo com você. 

Sorrio.

Olho para os lados porque estou me sentindo observado. De fato, tanto eu quanto Noah estamos recebendo olhares seguidos de cochichos. Não muitos, mas para alguém desconhecido como eu, isso significa muito. O que eu perdi? 

— Noah? — ele me olha. — É impressão minha ou algumas pessoas estão falando da gente?

— Ah, eu esqueci de te falar. Nas primeiras aulas, eu ouvi murmúrios sobre nós dois. Basicamente, acham que estamos namorando. 

Oi? Quando isso aconteceu? Mal tive tempo de nutrir uma amizade e me empurraram para um relacionamento? 

De onde essas pessoas me conhecem? Do dia para a noite, eu virei motivo de conversa pelos corredores só por andar perto de Noah? Minha cabeça dói. 

— Por que achariam isso? — eu estou confuso, não sei se estou me importando demais com esse assunto ou se devo deixar para lá. — Digo, somos só amigos, não tem um motivo para pensarem que somos um casal. 

— Eu não sei, Josh — ele responde, olhando para o chão. Percebi que, desde que nós dançamos na minha casa, é a primeira vez que Noah não me chama de príncipe. Uma pequena parte de mim se incomoda com isso, mesmo sendo algo fútil. 

É só um apelido, Joshua, não tem nada demais nisso. 

Continuo a olhar para Noah, ele está cabisbaixo. 

— Você está bem? — pergunto. — Eu disse alguma coisa? 

— Não foi nada, estou bem — ele volta a me olhar. — Eu preciso ir. Nos vemos depois, tá? 

— Tá... — e ele vai embora. Que esquisito, ele ficou triste de repente. Bem, eu não sei se era tristeza, mas não parecia estar bem. 

Após Noah ter ido embora, percebo que ele não comeu. E eu não o levo algum alimento porque não sei aonde ele foi e não quero incomodar. Acho que quer ficar sozinho. 

Isso foi estranho, mas ignoro e vou até o refeitório. 

Prince | NoshWhere stories live. Discover now