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Eu não me lembro de muita coisa, mas sim de sair correndo da sala de aula.

Estava ansioso, nervoso, animado e feliz por ver Noah mais uma vez. Nem acredito que tenho tantos sentimentos somente por causa dele. Parece inacreditável, mas o meu coração batendo rapidamente quando vejo o moreno diz o contrário. É real, muito real.

— Oi! — digo.

— Oi, príncipe — ele beija minha testa. Eu sempre odiei ser um pouco baixo, mas, agora, ser menor do que Noah parece uma ótima qualidade. — Está pronto?

— Sim.

Ele segura minha mão e me leva até o seu carro que, quando abro a porta e entro, percebo que tem o mesmo cheiro dele. É mais do que perfeito.

Noah começa a dirigir e liga o rádio, começando a tocar uma música animada que me faz dançar de um jeito desengonçado e ele me acompanha. Ele está tão fofo fazendo movimentos com os ombros que não resisto e tiro uma foto. Talvez seja o meu novo papel de parede. Talvez.

Eu não consigo parar de sorrir, talvez seja inevitável por conta da companhia. É que Noah me faz tão bem e me sinto tão leve ao lado dele, mesmo fazendo nada, só tê-lo ao meu lado deixa tudo mais bonito.

Eu estou tão brega pensando nisso, nem me reconheço. O que você fez comigo, Urrea?

— Chegamos — ele diz e desperto do meu pequeno transe. Sorrio quando Noah sai do carro e abre a porta lateral.

— Que cavalheiro — beijo sua bochecha rapidamente e tenho um sorriso como resposta.

— Vem, vamos entrar — ele segura minha mão e me guia até a porta de sua casa, abrindo-a em seguida.

Aproveito para fazer uma avaliação breve do lugar. É um pouco maior que é minha, o que me faz pensar que Noah não mora sozinho. Muito bem decorada, tem aquele toque de lar aconchegante, o que me faz sorrir.

— É linda, eu adorei — falo para o menino ao meu lado. Ele deveria parar de sorrir assim, faz meu coração dar cambalhotas. — Você mora sozinho?

— Eu... É, pode-se dizer que sim. Quer ir para o meu quarto? — assinto e subimos as escadas.

Quando Noah abre uma das portas, penso em como o seu quarto é perfeito para ele. Cada pequeno detalhe se parece com o moreno, desde os pôsters nas paredes até alguns sapatos jogados em um canto.

— Ei, você toca violão? — pergunto surpreso ao ver o instrumento ao lado do armário. — Toca para mim?

— Outro dia, príncipe. — ele se senta na cama e bate no espaço ao seu lado para eu sentar. — O que achou do quarto?

— Ele é incrível, é a sua cara — Sorrio, mas paro de sorrir e fico confuso quando vejo uma menina conhecida em um porta-retrato na mesinha que Noah tem.

— Josh? Você está bem?

— Noah, quem é essa menina? — levanto o objeto e entrego nas mãos dele.

— Ah, essa é Sabina, minha melhor amiga. Meu pai é mexicano, então eu fui para lá algumas vezes quando era criança e a conheci, ela é incrível. Por quê?

Tenho vontade de rir, de gritar de emoção, de fazer muitas coisas.

— É sério?! Eu conheci Sabina em uma viagem que fiz quando eu era pequeno. Eu sinto falta dela, acho que nem se lembra de mim.

Os olhos de Noah brilham de felicidade, acho que está tão surpreso quanto eu.

— Bom, vamos descobrir — ele tira seu celular do bolso e mexe nele rapidamente. Não entendo nada. — Hola, chica!

Eu não acredito.

— Noah! Que saudade, chico! Como você está?

A voz que sai do celular é tão familiar, mas ao mesmo tempo tão diferente, mais madura. E a menina de cabelos pretos que aparece na tela é idêntica à criança que está no meu quarto. Ela continua a mesma.

— Bem, obrigado por perguntar, mas o foco de hoje não sou eu. Escuta, você se lembra de um garotinho que te conheceu aí no México? Loiro, olhos azuis...

— Ah, lembro! Josh, se eu não me engano. Uau, faz tanto tempo que não o vejo — ela sorri. — Por que a pergunta?

— Nada demais, ele só está do meu lado agora.

Ela dá um grito animado, o que me faz sorrir. Fico feliz que ela tenha se lembrado de mim.

— O quê?! Cadê? Quero ver a cara dele. — Noah me dá o celular e posso ver a garota com mais clareza. — Josh! É tão bom te ver!

— Oi, Sabina, pensei que não fosse te encontrar de novo — faço um biquinho triste.

— Ei, ei, não faz esse bico na minha frente — Noah diz.

— Por que não?

— Espere a Sabina desligar e eu te digo o porquê.

— Meninos?

— Oi, chica.

— O que vocês estão fazendo juntos? De onde se conhecem?

— Ah, nós estudamos na mesma escola e... — olho para Noah sem saber o que dizer que somos. Amigos? Namorados? Ficantes?

— Gostamos um do outro — ele responde por mim. Ok, foi a melhor resposta.

— Que fofo! Quando se casarem, eu quero ser a madrinha.

— Claro, claro — o moreno diz, rindo. — Temos que desligar, tá? Adiós, chica!

— Adiós, enamorados!

Noah desliga a chamada e olha para mim enquanto sorri. Dou um sorriso também, estou muito feliz.

— Faz aquele bico de novo.

Faço o que ele pediu e seu sorriso aumenta. Noah se aproxima de mim e coloca a mão no meu pescoço antes de sussurrar:

— Você é irresistível, Beauchamp.

E me beija. 

Prince | NoshDove le storie prendono vita. Scoprilo ora