Consequências - JJ Maybank

Capítulo 1

Meu peito doía a cada batida forte do meu coração, o chão do banheiro parecia cada vez mais turvo e no teste colocado sobre a pia nenhum sinal do resultado. Nenhum sinal de uma resposta.

O sabor salgado das lágrimas confundiam os meus sentidos e me faziam ter ainda mais vontade de chorar, de chorar mais e mais.

Me sentei no chão sem ter coragem de continuar encarando o teste, com medo da resposta que ele me daria e da consequência que viria junto com isso.

Minha família é uma família "tradicional" meu pai é pastor e a minha mãe gosta que as pessoas acreditem que somos bons como toda a família Kook de Outer banks, gosta que sejamos perfeitos.

O que eles vão pensar quando descobrirem que eu precisei de uma noite para estragar todos os planos de vida que eles fizeram para mim? Para acabar com cada um dos detalhes me deitando junto ao pogue mais pogue desse lugar?

O que os meus avós vão pensar quando descobrirem que a neta ao invés de ir para a universidade vai ter um filho, um filho aos 16.

Um milhão de desgraças passaram por minha cabeça enquanto eu me levantava e sentindo as minhas mãos tremerem segurava o teste, engoli em seco vendo as duas linhas bem marcadas.

Deixei o teste e peguei a bula para tentar entender o significado, cobri a boca com a mão e tive a absoluta certeza de que eu estou grávida.

Eu estou grávida de JJ Maybank.

— Olivia, o jantar está pronto — me apoiei na pia tentando não cair quando ouvi minha mãe chamar do lado de fora — Pode por favor não se atrasar hoje?

Respirei fundo algumas vezes tentando normalizar a minha respiração.

— Olivia, estou falando com você filha — vi a maçaneta girar e me agradeci mentalmente por ter me lembrado de trancar a porta.

— Eu posso ter um pouco de privacidade?

Ela repetiu o movimento e eu me adiantei em colocar tudo o teste junto a bula na minha bolsinha de higiene, exatamente um segundo antes que ela abrisse a porta com uma das chaves reservas.

Uma chave reserva pro banheiro do meu quarto, é, soa tão absurdo quanto é.

— Está se sentindo bem? Quer que eu chame o seu pai?

Joguei um pouco de água no rosto tentando voltar a normalidade.

— Me sinto perfeitamente bem, acho que fiquei um pouco enjoada com o cheiro das flores do meu quarto, já disse que não gosto de flores no quarto.

Ela bufou descontente.

— E eu já lhe disse que mulheres precisam gostar de flores, por tanto se acostume — Saiu do pequeno cômodo — Anda, não queremos comer nada gelado por sua culpa.