24.

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- Castigar?- perguntei, mas não obtive resposta, ela limitou- se a fazer um sorriso perverso e a tirar a faca com que anteriormente me ameaçara do bolso, depois começou a aproxima-la do pescoço de John vagarosamente como uma espécie de provocação.

- PARA!- ordenei.

- Oh, Bethany, não devias armar-te em má menina, não te fica bem...Mas também não me ficava nada bem matar um convidado a meio da narrativa, pois não?- questionou guardando a faca de novo no bolso e regressando para a minha frente.- Mas para a próxima, escolhe as palavras com mais cautela. Depois...Ah! Sim! Como poderia esquecer-me da minha morte preferida? A Emily.

Emily.

Ao ouvir aquele nome lembrei-me da Hanna, do seu sofrimento, das suas lágrimas, do seu desespero...Tudo por causa da Amy, do que ela fizera.

- Nunca gostei dela...- começou.- Mas essa não foi só a razão já que, a) estava a atrair demasiada atenção para alunas do mesmo ano, visto que a Amber e a Jessica eram de anos iguais, e b) sim, eu nunca gostei dela! Sempre me ignorou, achava-se a maior por ser bonita, popular! Como eu a odiava! Ela era a distração perfeita para eu ter tempo para pensar o que fazer a seguir...Esperei, quando a aquela Barbie...- penso que se referia à Hanna.-...Saiu do court de ténis avancei. Agarrei a Emily por trás e...Bom o resto já tu sabes! Foi só por a raquete de ténis no lugar onde tinha espetado a faca, por a Emily a segurá-la e pronto suicídio!- exclamou terminando com um sorriso maléfico.

Engoli em seco.

Como era possível? Ela era apenas uma rapariga inocente, porque fazer tanto mal?

- Quando abandonei o court  vi aquela sonsa...- disse apontando para a Margareth, ainda deitada imóvel no chão.-...Fugi de imediato, mas eu sabia que ela me tinha visto...Mas iam achar que ela era maluca, então eu, uma das alunas de elite deste Colégio a assassinar pessoas com uma raquete de ténis? Absurdo, certo? Ela nem se incomodou a chamar alguém limitou-se a andar na direção oposta, assustadinha! Maricas...Durante as aulas fui até aos dormitórios, abrir a porta do vosso dormitório não foi difícil, um gancho de cabelo foi suficiente, mas tu sabes disso na perfeição, não é Bethany? Enquanto estava no quarto reparei nas bolachas de chocolate da pastelaria da vila na tua mesa de cabeceira, uma oportunidade perfeita não concordas?

Mas aquelas bolachas não eram minhas, eram da Carly...Ela é que as trouxe da pastelaria naquele dia...

Uma oportunidade perfeita...

Tudo se juntou na minha cabeça como peças de puzzle...

- O que é que tu puseste nas bolachas?

- Olha, afinal a Bethany consegue pensar! Como boa assassina tenho sempre um pouco de veneno à mão, foi só despejar um pouco de pó/veneno por cima das bolachas para pôr a Carly no hospital, claro que o meu objetivo eras a tu, e não ela! Mas pronto, tu ficas-te sozinha, perdida sem ela por isso acho que posso dizer que não foi tempo desperdiçado. O meu objetivo era matar a Margareth logo ali, mas ela não estava lá...

- Ela podia ter morrido...

- Boa observação!- exclamou sarcasticamente.

- ELA PODIA TER MORRIDO!- berrei.

Nos segundos que se seguiram senti que aquela não era eu...

Era uma Bethany que fora engulida pela raiva e sede de vingança...

Levantei-me ignorando as dores e empurrei a Amy com todas as minhas forças, que para ser franca eram praticamente nulas...

- Oh Bethany, eu já te disse para não seres má menina...- dito isto avançou até mim com a faca em punho, no entanto baixei-me e esta espetou-a contra a parede formando um buraco.

Colégio de St. PeterOnde as histórias ganham vida. Descobre agora