2.

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Reparei imediatamente no edifício principal. Notava-se que não via obras há anos! Tinha um ar degradado, paredes envelhecidas e em mau estado.

A sua cor era branca suja, provavelmente dantes era apenas branca mas agora o sujo também constava no seu tom.

 À medida que nos aproximávamos do parque de estacionamento começava a fazer parte da paisagem um campo de futebol, um court de ténis, uma piscina, outros dois edifícios e ao fundo de tudo um prado verdejante que parecia ter vida sempre que o vento passava.

A mãe parou o carro. Abri a porta, sai e fui buscar a minha mala. Olhei mais uma vez para o Colégio, reparei numa janela partida que ao roubar a minha atenção me ia fazendo cair de cara no chão. Mas recompôs-me depois da minha “quase queda” e continuei a caminhar até à grande porta de madeira que separava o interior do Colégio do seu exterior. Quando lá chegámos a minha mãe bateu à porta

Toc

Toc

Toc

Depois a porta abriu-se devagar e desconfiadamente. Uma senhora velhinha espreitou, tinha o cabelo grisalho, olhos pretos como breu inundados de mistério.

 Tinha vestida uma bata branca com o emblema do Colégio. Olhou para mim e para a minha mãe como se estivesse a analisar-nos e depois disse:

- Bom dia. O meu nome é Oscarina e sou a rececionista do Colégio de St. Peter.

- Bom dia. Eu sou a Marjorie Edwards e esta é a minha filha Bethany Edwards. Ela está inscrita no Colégio e hoje é o seu primeiro dia.

- Bem- vinda ao Colégio de St. Peter!- disse a Oscarina elevando a voz. Será que era o único ser humano à face da Terra que achava “Oscarina” um nome engraçado a puxar para o horrível? Pelos vistos não pois reparara que a minha mãe estava a mostrar indícios que se poderia desatar a rir nos próximos segundos.- Entrem, entrem…Vou-vos levar ao gabinete da diretora, ela própria gosta de receber os seus alunos desde o primeiro momento que entram pelas portas do Colégio.

Tínhamos de subir a escadaria que passava por cima da secretária da recessão. Que nervos! Mais uma vez o meu sexto sentido estava alerta, aquelas escadas feitas com tábuas de madeira lascadas e velhas não me davam a mínima das confianças!

Posei o pé na primeira escada, nada! Continuei a andar, a andar até chegar lá a cima. Fomos até ao gabinete, a Oscarina bateu à porta:

- Sim?- disse uma voz grave do outro lado. Por momentos pensei que talvez nos tivessem transmitido mal a informação e que aquele vozeirão pertencesse a um diretor e não a uma diretora.

- Está aqui uma aluna e a sua mãe para falarem consigo.

- Podem entrar.- Abriram-nos a porta e entrámos.

- Bom dia. Sou a Diretora Rivers. Muito prazer.- O olhar fulminante da diretora provocava-me arrepios. Os seus olhos verdes estavam direcionados para mim e pareciam que me iam matar com um simples pestanejar.

- Bom dia. Eu sou a Marjorie Edwards e esta é a minha filha…

- Bethany Edwards!- completou a diretora.- Já ouvi falar de ti, más notas, mau feitio, prima dumas das melhores alunas deste Colégio.

-Hey! Eu não tenho mau…

- Ahahah tem razão!.- Concordou a minha mãe puxando-me para trás pois eu estava prestes a perguntar “delicadamente” donde tinha saído a ideia do meu “mau feitio”.

- Sentem-se por favor.- Durante o resto do tempo desliguei-me da conversa. Era apenas palavreado secante sobre o Colégio. Por isso distrai-me a olhar para o gabinete.

Colégio de St. PeterWhere stories live. Discover now