7_ O manuscrito das eras

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Oie pessoas da leitura! Mais um capítulo para vocês, eu espero que gostem, agradeço muito os comentários e estou a disposição de vocês para comentar sobre o livro. Boa leitura!

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Não encontro meus lobos a tempo. Athos insiste para que eu retorne e não permite que eu vá procurá-los. Sabendo que eles foram longe, caçar, correr, eu não arrisco mandar Átemis atrás deles. Tinha impressão que meu general não concordaria, que diria que precisaria dela ao meu lado o tempo todo, para garantir minha segurança. Eu sigo em silencio, sob meu cavalo, praticamente atônita. Não só porque fui enganada por um velho, quase assassinada ou porque Sovik me encontrou, mas principalmente porque no meio do caminho me dou conta de que perdi a faca. A adaga em marfim que eu sabia que seria usada para me matar tinha ficado para trás, provavelmente com o inimigo.

Se Sovik colocar as mãos nela...talvez eu morra antes.

Tento afastar o medo das minhas teias de pensamentos e refletir racionalmente sobre o ocorrido. Homens vestidos como feirantes, disfarçados, com lanças de javalis me atacaram. Os homens de Álaki e ele, haviam lutado para me defender, o que significava que talvez não quisessem meu mal, talvez Tamarã fosse realmente uma possível aliada.

Mas se Sovik sabia que eu estaria na feira, então tem um espião aqui.

Era fato. O caçador de Mahle não poderia ter adivinhado que eu andaria por lá naquele exato dia, naquela exata hora. Havia um espião entre os homens de Álaki, então eu não poderia confiar neles, nele, ou em qualquer um de Tamarã. Precisava assinar o acordo de paz o mais rápido possível e voltar para segurança de Kimalah, em poucos dias.

Quando retornamos aos estábulos, eu desço sozinha do cavalo e não perco tempo olhando em volta. Caminho para a saída sem dar chance que Álaki me questione sobre alguma coisa. Athos agora não vai mais atrás de mim e sim na minha frente, como se quisesse ter certeza de que nada me acertaria pelo caminho. Átemis segue atrás de mim, calada, mas com olhos espreitos e desconfiados também.

Meu general abre a porta do meu quarto e o inspeciona por inteiro antes de fazer o sinal para que eu entre. Quando entro, ele puxa Átemis para dentro também e fecha a porta com força. Neeko sai de dentro da ala do banho assustada, mas não vejo Soraka.

-O que houve? _ minha serva questiona.

-A imperatriz foi atacada na feira. Ele está aqui_ Athos responde se aproximando da janela e fechando as cortinas.

-O que? _ Neeko parece nervosa_ o caçador de Mahle...

-É obvio que Tamarã não está do nosso lado, temos que partir_ o general diz. Eu caminho para o meu lugar, no sofá e me sento fechando os punhos pousando as mãos no meu colo, respirando fundo.

-Não sabemos se foram eles_ Átemis diz.

-E quem mais seria? _ Athos quase grita_ é óbvio que esse passeio foi programado para que ela saísse, desprotegida e que o general está metido nisso.

-Ele e os homens dele lutaram para protege-la_ Átemis aponta para mim_ eu teria morrido se um deles não tivesse me ajudado.

-Fingimento_ Athos cospe as palavras. Ele se volta para mim recuperando um pouco da calma. Dá um passo na minha direção e dobra um dos joelhos para trazer seu rosto mais perto de mim_ imperatriz, por favor, vamos embora. Não posso assegurar sua proteção se o caçador está infiltrado nesse palácio.

Fico em silencio por um momento, refletindo sobre tudo que aconteceu. Me recordando de cada detalhe. Eu havia saído de Kimalah pela primeira vez com um só propósito, manter a paz. Tamarã era grande, numerosa e não tinha motivos para nos caçar e nos exterminar. Deixei a segurança dos muros porque fui obrigada, mas agora que havia saído, agora que vi como fiquei isolada do mundo, tinha compreendido que toda aquela proteção só me fez mais fraca.

Tocada pelo SolWhere stories live. Discover now