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05
s ɪ ɴ ᴀ
ᴅ ᴇ ɪ ɴ ᴇ ʀ ᴛ

Eu estava em um sono muito bom quando escuto algo vibrar debaixo do meu travesseiro. Passo a mão, pego o meu celular e atendo sem ver quem era no visor.

— Alô.

— Oi, aqui é a menina da cafetaria. Acho que te acordei, não é?

— Ah, sem problemas. — Sento-me na cama.

— Estou tentando te ligar desde ontem à noite, mas você não atendia. Bem, eu não sei seu nome ainda.

— É Sina.

— Sou Sabina. Bom, eu queria te dizer que você está contratada.— Dou um pulo da cama e coloco a mão na boca.

— Sério?

— Sim ― ela diz, rindo. ― Se você quiser,pode começar ainda hoje.

— Claro. A que horas que tenho que ir? ―pergunto, animada.

— Nós abrimos às sete e meia. Tem que estar lá às sete horas.

— Ok.
— Te vejo lá. Tchau.
— Tchau.

Desligo o celular e faço uma dancinha ridícula. Ainda bem que ninguém estava vendo.Tenho um emprego agora... A minha vontade é de gritar para o mundo ouvir que não estou mais  desempregada.

Corro para o banheiro e tomo um banho bem rápido. Visto a minha inseparável calça preta rasgada, uma blusa cinza e faço tranças dos dois lados do meu cabelo.Pego meu celular e vou até a cozinha, tomo um suco e vejo a hora: seis e cinquenta e cinco.

Quase me engasguei.
― Que milagre é esse? Já está acordada? ―
diz Josh colocando o terno.

― Não tão milagre, já que estou atrasada.

― Onde está indo?

― Trabalhar. ― Vou até a porta, mas ele pega meu braço.

― Como assim, trabalhar? Está trabalhando e não me falou nada? ― Puxa o meu braço.

― Por que eu devia falar? Você não me fala nada também. ― Saio de casa e ando pelas ruas olhando o movimento, que já está bem grande, por sinal.

Se eu estou brava com Josh? Sim, estou, e
não é pouco. Já estou cansada disso, estou cansada de fingir que não me importo de não saber de nada,cansei de ser a última a saber das coisas. Nós somos uma família, não devemos esconder as coisas... independentemente do que seja.

Chego na cafetaria às sete e dez e a Sabina abre a porta para mim.― Desculpa, era para eu estar aqui dez minutos atrás. É que eu....

― Ei, está tudo bem. Vamos abrir só daqui a vinte minutos. Pedi para vir mais cedo para eu explicar as coisas para você.— Dou um suspiro de alívio.

― Há, você deve ser a Sina, certo?— Uma senhora de meia-idade diz, ela deve ser a mãe da Sabina, pois se parecem.

― Sim eu mesma. ― Sorrio e ela vem me abraçar.

― Eu sou Ale, a mãe da Sabina e sua patroa. ― Ela pisca.

― Vem, deixa eu mostrar a cafetaria toda para você. ― Ela me mostra a parte de trás do balcão, onde ficam os doces e a máquina de café.

Na cafetaria tinha algumas mesas embaixo e em cima mais algumas também. É, pois é, é de dois andares. Bem grande. ― É o seguinte: nós vamos revezar, um dia eu sirvo as mesas e você fica no balcão, no outro dia a gente troca. Tudo bem?

― Claro. ― Sorrio. — Tem bastante movimento aqui?

― Na parte da manhã isso aqui fica uma loucura, e quando a máquina de café da construtora daqui da frente quebra, fica pior ― ela diz fazendo uma cara estranha e eu rio. Faltavam alguns minutos para abrir, então nos sentamos. ― Você sempre morou aqui em Nova York?

― Não. Eu sou da Alemanha. ― Não tem necessidade de eu dizer a ela que nunca parei em nenhuma cidade.

― Sério? ― Sorrio. ― Veio para cá por quê?Eu queria saber também.

― Por causa da transferência do trabalho do meu irmão ― digo.

― Meninas, já está na hora de abrir ― diz a Ale.
― Hoje você fica com as mesas, ok? ― ela pergunta e eu confirmo. ― Toma. ― Ela me entrega o bloquinho de papel com uma caneta. ―Uma dica: não dê muita atenção aos estudantes do ensino médio, eles são uns idiotas ― ela diz revirando os olhos.

― Aqui não trabalhamos com uniforme, por causas de certas pessoas ― a Ale diz encarando a Sabina, o que me faz rir. ― Mas usamos o broche com o nome e o avental. O seu broche vai ficar pronto só daqui a dois dias ― ela diz, me entregando o avental branco com babados cor-de-rosa.

― Tudo bem ― digo, colocando o avental.

― Qualquer problema, me chamem. Estarei no escritório ― a Ale diz e sai.

― Vamos lá.—A Sabina vai até a porta, destranca e vira aplaca indicando que está aberto.

Entram umas quatro pessoas já fazendo fila e um casal se senta perto do vidro. Vou até eles.

― Bom dia, o que desejam? —Eles me olham — Quero um café puro e uma torta de frango― o homem diz.

― Quero café com leite e um sanduíche natural ― ela diz, sorridente.

― Ok. Só um minuto. ― Anoto os pedidos e vou até o balcão. Preparo tudo e levo até a mesa.

Acho que não vai ser um bicho de sete cabeças trabalhar aqui, afinal.

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Ale as Cláudia

🗝️|ᴏ sᴜᴘʀᴇᴍᴏ ᴀʟᴘʜᴀ • ɴᴏᴀʀᴛ [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora