A filha do Presidente

Forty-two

POV RAFAELLA KALIMANN

Dois dias haviam de passado desde o dia em que a Sarah deu piti.
Foi maior dificuldade pro pessoal da clínica levar ela pra fazer alguns exames, os resultados não me surpreendeu, realmente ela estava com um distúrbio mental.

Aqui estou indo visitá-la na clínica, deixei o Gustavo com a Manu, pois a Gi estava na faculdade.

Respirei fundo esperando pela Sarah no jardim da clínica, assim que ela apareceu logo sentou ao meu lado, claramente ela estava dopada de remédios, meu coração doeu em vê-la nesse estado, mais infelizmente era necessário.

- Como você está?

- Eu..eu tô bem Juliette

Franzi a testa, como assim Juliette?
Peguei em sua mão fazendo um carinho

- Ei Sarah, sou eu a Rafaella

- Rafa? (Ela disse e me abraçou) Veio me levar pra casa?

- Você ainda não pode ir pra casa, mais assim que puder eu e o Gu vamos te buscar, combinado?

Ela pareceu pensar um pouco

- Gu é meu filho?

- Isso, Gustavo é nosso filho, não lembra dele?

- Muito pouco

- Quer que eu ó traga pra você ver ele?

- Quero (Sarah disse e sorriu)

Conversei com ela por mais algum tempo, logo depois ela deu sinal de sonolência, chamei uma enfermeira que à acompanhou até seu quarto.
Conversei com o psiquiatra que estava cuidando dela, ao que tudo indica é que ela estava sofrendo de um transtorno mental bem grave.
Saí da clínica bem pra baixo, nunca desejaria o mal pra mãe do meu filho.

Antes de ir pra casa passei na mansão dos Mellos, eu precisava de mais uns dias de folga, pra procurar uma escolinha pro Gu, afinal de contas agora ele estava morando comigo.

Bárbara me liberou por mais uma semana.
Saí do condomínio da patroa e segui até o apartamento da Manu pra pegar meu filho.
O pequeno estava dormindo, aproveitei a folga e fiquei conversando com a baixinha, Manoela tinha uma inteligência fora do normal, passar meu tempo com ela nunca foi um sacrifício.

Após umas duas horas o Gu acordou, então decidi ir pra casa, até convidei a Manu pra vir com a gente pra almoçar, porém a baixinha teria que trabalhar na parte da tarde.

Ao chegar em casa Gizelly já estava preparando o almoço, Gustavo correu até ela, que pegou o pequeno no colo enchendo de beijos pelo rosto, assim que ela colocou ele no chão ele correu pra sala pra brincar de carinho.
Aproximei da minha esposa selando seus lábios

- E aí como foi?

- Aí Gi, meu coração partiu, ela achou que eu era a Juliette, falei do Gu, ela perguntou se ele era filho dela. O médico me disse que o caso dela é grave, pode ser que ela não se recupere nunca mais, a cada cem mil pessoas uma desenvolve essa doença

- Sério Rafa? Sinto muito por ela

- O jeito é ter fé pra que ela volte ao normal com o tratamento

Gizelly voltou a dar atenção as panelas, sentei na cadeira e fui pesquisar sobre essa doença, cada coisa que eu lia mais meu coração ficava apertado.
Não consegui ler mais nada, pois a angústia já estava grande, fui até a sala e sentei pra brincar com meu filho

- Quando a mamãe Sarah volta?

A pergunta do meu filho me deixou ainda mais pra baixo, talvez ela nunca mais voltaria, mais eu não podia dizer isso a ele

- Logo ela estara de volta meu filho, agora vamos lavar as mãos que o almoço já está quase pronto

Almoçamos em um silêncio total, logo após pedi pra Gizelly ficar com Gu pra mim ir até a escolinha tentar fazer a matrícula dele.
Como meu serviço não tinha horário certo optei por matricular ele em período integral.

***

A semana passou em um piscar de olhos, e hoje aqui estou na porta da escola tentando acalmar meu pequeno que não quer entrar de jeito nenhum na escolinha.
Gizelly que estava me esperando no carro se aproximou

- Ei Gu, tem que entrar pequeno, a tia Gi também vai pra escola daqui a pouco (Gizelly disse passando a mão nos cabelos dele)

- Mais tia Gi, não conheço ninguém aqui

- Vai passar a conhecer Gu, olha (Gizelly apontou o dedo para as crianças) todos serão seus coleguinhas, ter amigos é bom sabia?

- Tá bom tia Gi

Gustavo abraçou a Gi e me abraçou, ficamos olhando ele caminhar até a professora.
Respirei fundo e agradeci a Gi, se não fosse ela eu não sei como ia convencer ele a ficar.
Voltamos pro carro, eu tinha que deixar minha esposa na faculdade e depois ir trabalhar.

Bárbara era sempre bem atenciosa comigo, hoje ela me pediu pra ir trabalhar, porém não saímos pra lado nenhum, sentamos na beira da piscina onde tomamos um chá e ficamos conversando, ela sabia dos dias difíceis com minha ex mulher.
Depois do almoço ela me liberou, agradeci pelos conselhos e segui até meu apartamento.
Gizelly ainda não tinha chegado da faculdade, peguei meu celular e vi que tinha uma mensagem dela avisando que teria que ir pra casa de um amigo da faculdade fazer um trabalho que foi dado de última hora.

Liguei na escolha do Gu pra saber como o pequeno estava se comportando, fiquei aliviada em saber que estava tudo ok com o pequeno.

POV GIZELLY BICALHO

Era nítido o quanto a Rafa estava esgotada esses últimos dias, todos os dias ela procurava saber do estado mental da ex mulher, e todos os dias as notícias só viam piores, ao que parece a mulher não iria ter melhora.
Na semana passada ela levou o Gu pra visitar a mulher, no mesmo dia ela dormiu chorando em meus braços, Sarah não reconheceu o filho, e isso magoou o pequeno, e também afetou muito a Rafaella.

Hoje programei algo especial pra minha esposa relaxar, terminei o trabalho e fui direto pra escola do Gu, peguei o pequeno mais cedo e deixei ele na casa Branca com meus pais, pedi pra cuidarem do pequeno.

Ao chegar em casa Rafaella estava cochilando no sofá com a televisão ligada, aproximei fazendo carinho em seu rosto, ela abriu os olhos e sorriu, roubei um beijo dela, o clima acabou esquentando, quando vi já estávamos nuas nos amando loucamente.

Logo depois de fazermos amor ela deu um pulo do sofá, procurando suas roupas que estavam jogadas pelo chão

- Tenho que buscar o Gu

- Amor já pequei ele na escolinha, ele está com minha mãe

Ela franziu o cenho

- A gente vai sair hoje, já combinei com a sua amiga Manoela, então volta pra cá e vamos namorar mais um pouquinho

- Como assim Gi? Não quero sobrecarregar seus pais

- Rafa você sabe que eles adoram o Gu, adoraram quando eu pedi pra que ele dormisse lá hoje

Rafaella caminhou novamente até o sofá, deitou sobre mim, e começamos a nos amar como antes.

***

Já era nove e vinte da noite e Manoela havia nos ligado umas cinco vezes, sim, estávamos atrasadas, graças a nossa tarde de amor acabamos nos cansando e dormirmos.
Rafaella estava no banho enquanto eu terminava de me arrumar.

Às dez horas chegamos ao nosso destino, um barzinho quase do lado da boate em que a gente tinha programado pra hoje.
Sentamos e Manoela nos ignorou completamente, éramos seis pessoas na mesa, eu, Rafa, Manu, duas amigas nossas em comum e mais um rapaz, que não parava de flertar com a Manoela.

Conforme o tempo foi passando Manu foi nos dando atenção, não julgo por ele ter ficado com raiva, afinal atrasamos uma hora e meia.

Quase meia noite acertamos a conta do bar e seguimos até nosso próximo destino...