capítulo 6.2: rumo à los angeles

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Meu coração estava disparado

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Meu coração estava disparado. Quando chegamos nos portões da mansão que nos hospedaria durante a competição, fiquei desesperada com o tanto de fãs que se aglomeraram ao redor do automóvel. Apesar de entender o motivo da euforia delas, o barulho que as mãos faziam contra o vidro uma vez atrás da outra me assustaram.

Vi cartazes com o meu nome, mas a sensação de estar ali dentro, indefesa, me impediu de sorrir com aquele ato de carinho. Eu não estava a ponto de surtar, mas era um tanto quanto assustador ver milhões de pessoas aos gritos a sua volta. E mesmo que eu já tivesse feito parte de um grupo de fãs semelhante a este, é desesperador ser o alvo delas, ser o centro da atenção delas. Céus, nunca mais vou perseguir nenhum dos meus ídolos.

— Droga! Você está bem? — Carla perguntou.

Fiz que sim.

Assim que ultrapassei a porta principal, perdi o ar novamente por ver a magnifica decoração e luxúria. A mansão em Bel-Air era deslumbrante, típico de algum famoso ao nível da cantora Beyoncé. Imaginei o quanto só aquela entrada deveria custar e quem, por trás das câmeras, estava bancando toda aquela fortuna. É evidente a manipulação da Modest!.

— Ah, aqui está a última!

Olhei para o lado e lá estava uma mulher de terno.

— Última?

— Finalmente! As outras vinte selecionadas já estão em Bel-Air e acomodadas em seus devidos quartos — ela disse. — Agora, me acompanhe. Vou mostrar-te a mansão.

— Tá.

A mulher olhou e Carla desapareceu.

— A propósito, sou Anna —
apresentou-se.

— Eu sou America — falei. — Mas você já sabe disso.

Anna riu.

— Faço uma pequena ideia.

Olhei ao redor e vi que estávamos numa sala ampla.

— Onde estamos? — perguntei, curiosa.

— Bem, aqui é o salão principal. Provavelmente nos dias de festas ou recepções você e as outras selecionadas ficarão aqui. Ali — e apontou para a sala dentro de outra porta — é a sala de música. Esta sala e o salão principal são livres, você pode vir aqui sempre que quiser.

— E tem alguma área não-livre?

Anna pensou.

— O terceiro andar — ela respondeu. — Está em reforma, por isso é perigoso.

— Não é o andar para os visitantes?

— Por isso está em reforma.

Mas por quê é perigoso?

Fiz que sim.

Fomos para o outro lado do primeiro andar, na qual Anna anunciou o Salão das Selecionadas, a imensa biblioteca, três dos trinta banheiros, a área de lazer, como o jardim com piscina, a sala de jogos com pista de dança, o pequeno campo de futebol e o cinema com trinta lugares. Anna só apontou para a cozinha e preferiu não me levar lá.

— Bel-Air é enorme! — comentei, subindo as escadas.

Anna concordou.

— Os organizadores da promoção escolheram bem. Fiquei entusiasmada quando me deram o cargo de governanta da mansão. Sou quase como uma tutora, é a minha obrigação saber se vocês estão bem vestidas, acomodadas e se estão se alimentando bem. Qualquer coisa que aconteça de errado está em minha responsabilidade. As vinte e uma estão em minha responsabilidade — Anna falou.

— Você ficará de olho na gente?

— É a minha principal tarefa, America.

Então percebi que muita gente estava se empenhando para nos manter bem. Lana, a instrutura, apesar de um pouco nervosa, queria o bem de todas, independente do quão manipuladora alguma das selecionadas poderiam ser; Carla, com toda a sua má vontade intragável, cumpriu seu papel, sua obrigação e me trouxe em segurança até Los Angeles. E agora, Anna, que educamente me recebeu e me mostrou Bel-Air com toda boa vontade. E eu não posso me esquecer das pessoas que estão por trás de tudo isso, as pessoas que fizeram o sorteio das vinte e uma selecionadas, quem escolheu a mansão, as roupas, quem reservou a nossa passagem de avião, quem organizou com a melhor das intenções a nossa vinda e está trabalhando para nos manter longe dos ataques inofensivos — espero eu — das fãs. A realidade é que as selecionadas só precisam se esforçar para conseguir o fim de semana, nada mais que isso e, na minha concepção, é nada comparado ao que já vi em quase três semanas.

— Este é o seu quarto.

Olhei em volta e reforcei o trabalho de quem estava por trás das "câmeras". Meu quarto é incrível e está longe do que eu poderia proporcionar a mim mesma se me formasse e trabalhasse a vida inteira. O cômodo é tão luxuoso que meus olhos doem ao encarar o chão e as paredes limpas com cera. Mais umas horas esfrengando ali e eu conseguiria ver o meu reflexo como num espelho.

— Tem alguma coisa que te incomoda aqui?

— Deveria?

Anna deu de ombros.

— Não tecnicamente. Bem, é que algumas das selecionadas pediram para mudarem a decoração e que as roupas de cama fossem trocadas — explicou.

— Está bom assim, Anna.

— Tem certeza? Posso fazer isso agora mesmo — garantiu.

A decoração é linda, mas eu adoraria torná-la mais como o meu quarto. As paredes atrás da cama são de pano, ou algo do tipo, e seria mais reconfortante acordar e ver rostos semelhantes. De repente, tive uma ideia.

— Na verdade, já tenho algo em mente...

Anna acenou, derrotada.

Pouco segundos e uma mulher apareceu.

— Está é Lissa e sua obrigação é ajudar-te com as tarefas básicas do dia a dia. Se precisar de alguma coisa, peça pra ela.

Uma empregada? Céus, isso é desnecessário.

— Olá, é um prazer — eu disse, sorridente.

— O prazer é meu, America — ela retribuiu. — A senhorita precisa de alguma coisa?

— Só tenho fome, serve?

Lissa riu.

— É um bom começo — comentou, Anna.

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