Capítulo 7

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Eu refiz a arte! Olha esse mulherão... De tirar o fôlego não? Que tal uma estrelinha? Não te custa nada!

" Apenas quem tem outra opção se dá ao luxo de desistir"

VICTORIA
***

Me mantive encolhida enquanto os cavalos corriam pela estrada. Uma forte dor de cabeça atrás de meus olhos me forçava a continuamente esfregá-los. Neste momento não sabia mais o que eram lágrimas de frustração e o que eram lágrimas de dor.

Meus braços fervilhavam e meus pés começaram a congelar, eu não havia comido nada o que dava a sensação desconcertante do estômago estar cheio de água ou talvez estivesse em uma tempestade.

Esfreguei mais uma vez meus olhos, que tinham o ardor de brasas os tocando, apenas conseguia ver vultos na minha frente. Apenas iria fechar os olhos um pouquinho, só para descansar a visão... Não dou dorm...

Não sei ao certo em qual momento, mas acabei por dormir, obviamente minha consciência não era tão forte quanto eu acreditava. Mais uma vez sem sonhos, na memória apenas um som constante de cavalos, pareciam desejar me esmagar com seus cascos.

Minha consciência retornou aos poucos, como a areia caindo em uma ampulheta. A posição dos meus membros me contava que estava deitada, era confortável, presumi ser uma cama, espero que Sofia também esteja confortável.

Sofia, Sofia, SOFIA. Abri meus olhos desesperada à procura de minha filha. Meus olhos lacrimejaram, o descanso não foi suficiente depois da dorme que os forcei.

Procuravam por qualquer vulto que estivesse perto. Encontrei um avermelhado a minha frente e me foquei nele, respirei eufórica por um momento e então perguntei:

- Sofia?

- Ela acordou! O que eu faço senhora? senhora? O que eu faço? - Disse uma voz feminina e bem fina.

- Quem é você!? - Indaguei em tom furioso. Socando as minhas pernas para que elas respondessem. Me agarrei naquela superfície e me coloquei sentada, com minha face totalmente franzida, sentindo o pulsar do coração em minha testa.

- Eu? Não deveria se apresentar primeiro não? - Para mim aquelas palavras eram de zombaria, explodindo as batidas do meu coração.

- QUEM É VOCÊ E ONDE ESTÁ MINHA FILHA!? - Interpelei em um tom quase gutural.

- SENHORA! SENHORA! BAIXOU UM ESPÍRITO AQUI, ME AJUDA! - A mesma voz gritou, não muito distante de mim.

Contrai as pernas e saltei agarrando um pedaço de pano com força, senti duas pequenas mãos agarrando as minhas tentando se soltar, acompanhadas a mais um grito de desespero.

O chão era duro e feriu meus joelhos. Estava preparada para apertar forte o vulto à minha frente, quando senti uma fria mão agarrando meu braço, me puxando com uma força tão monstruosa que me levantei sentindo que meu ombro iria sair do lugar.

Uma nova voz se junta aos gritos, uma risada em um tom de escárnio que eu conhecia bem, mas era diferente da Condessa, era mais doce ou algo assim.

- Se sente superior quando ameaça uma criança? - Indagou essa nova voz. Meu coração gelou, o que eu estou fazendo? Abri a mão e ouvi o primeiro vulto correndo para longe - Escolha certa - Recebi outro puxão em meu braço me jogando contra a parede. Minhas costelas instalaram.

- Quem é você? - Indaguei acuada, pela segunda vez.

- Não deveria se apresentar primeiro? Sua educação é risível - ISSO DE NOVO? A voz nem estava falando diretamente comigo.

Dama De Ferro (EM EDIÇÃO)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن