Capítulo 4

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Capítulo 4.

A chegada do Rei


A princesa engoliu em seco, à sua frente, estava uma obra esculpida em carne viva, alguém que poderia ser modelado diretamente das mãos dos deuses, ou melhor, tratando-se do rei vizinho, o diabo. Cyane se encolheu, compreendendo metade dos péssimos boatos do seu futuro marido. Seus olhos afiados não negavam o nome dado a ele, "A Besta sangrenta", o homem realmente tinha a frieza de um assassino indiferente.

Seus olhos desceram sobre o emaranhado de cabelos como fogo na cabeça do homem, fazendo a jovem estremecer, pois no seu ensinamento social, sendo uma superstição ou não, ruivos naturais eram seres amaldiçoados pelo mal e aquele ser era nada mais nada menos que o ser mais ruivo visto pela princesa. Ele era simplesmente enorme, com a probabilidade de ter talvez mais de 1,90 de altura, já que ele intimidava até o mais bravo dos homens do seu pai, presentes naquela sala.

Cyane mordeu os lábios de nervoso ao reparar que a armadura encaixava em seu corpo musculoso de forma fenomenal como se fosse criada pra ele, com enfeites de rubis e chamas combinando com os cabelos vermelhos terrosos, com um tom vivo e vibrante que não aceitavam menos que a atenção completa dos espectadores. Como se para zombar dos supersticiosos que tinham medo e o amaldiçoaram simplesmente pela cor de seu cabelo, Theo Alandroal o homem enorme, seu penteado era composto por tranças longas, a parte trançada era cheia de adornos chegando a junção do pescoço robusto, com os ombros largos.

O Rei da nação "inimiga" deu um sorriso gelado para o pai de Cyane, fazendo com que tanto os nobres, cavaleiros, servos ou mesmo a família real, tremerem o coração.

-Rei Alandroal! Quão feliz estou... - Sua majestade real engasgou, quando o ruivo levantou uma das mãos enluvadas, interrompendo a bajulação do outro.

-Corte a baboseira, Kaim. Onde está a minha noiva? - Os olhos frios de um assassino pousaram sobre Cyane, fazendo com que a mesma sentisse a adrenalina subindo pelo corpo, colocando-a em ponto de fuga. Como um animalzinho encurralado por uma enorme fera selvagem. Era possível que ele estivesse simplesmente vindo buscar sua "noiva" como um espólio qualquer de guerra, e partiria? A jovem perdeu uma batida em seu coração, seu pai realmente a daria a aquele bárbaro?

- Bem.. - O Rei Kaim, gaguejou, intimidado. Realmente, aquele era um fraco que se curvava diante dos fortes e intimidava os fracos. Um pouco mais do que um lixo. - Teve uma inusitada mudança...

- O que isso deveria significar? - A mão que não estava segurando o capacete, pousou na bainha da espada que o homem rude, mas majestoso levava diligentemente consigo. Como um objeto precioso e não um instrumento mortífero, responsável pela queda de reinos. - Isso significa que não haverá casamento? É uma proclamação de guerra? - Se possível, o salão ficou ainda mais silencioso e o clima ficou tenso, o rei vizinho que já era assustador pareceu se tornar ainda mais temível, dando ainda mais crédito ao título de besta sanguinária. Um sorriso gelado estremeceu em sua boca, como se o fato de travar uma guerra com Racert, por causa de uma casamento fosse só uma piada divertida e que a aniquilação de milhares de pessoas inocentes não fosse algo realmente doloroso e trágico.

- Não! - Sua majestade, o rei Kaim gritou, perdendo completamente a compostura real. Gotículas de suor brotaram em sua testa, o homem parecia apavorado com a possibilidade de enfrentar uma guerra com tal criatura, impressionando Cyane com o quão absolutamente covarde seu pai era. Não era como se ele realmente se importasse com o reino, sua irmã ou ela... Não, ele se importava com si mesmo, e acima de tudo perder seu status e poder como rei, como um verdadeiro valentão.

Entregue Ao ImperadorWhere stories live. Discover now