Epílogo

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hs

— E então ele saiu de trás da cortina. — Olhei para Louis em busca de sua aprovação antes de terminar a sentença. — Pelado.

A expressão do pai dele foi um pouco difícil de desvendar, mas a mãe não podia ter achado mais cômico, sua risada se espalhando por todo o ambiente.

— E por isso foi amor à primeira vista. — Louis piscou e checou seu próprio corpo, confiante. O que foi o toque final para que o pai dele finalmente esboçasse uma risada também.

Ao chegarmos em sua casa, depois de algumas horinhas de viagem que incluíram muita cantoria, sua mãe mal notou minha presença. Atacou o filho com muitos abraços, matando a saudade do mais velho, até se emocionando com a sua chegada.

Entramos na casa sem pegar as mochilas que trouxemos, a mãe de Louis estava afoita demais para que voltássemos no porta-malas. Queria que sentássemos na sala e que meu namorado não parasse de falar enquanto estivéssemos ali.

Só quando ela trouxe uma bandeja com chá, e meu sangue nervoso esfriou, percebi o quanto eles deveriam ser ricos.

Sabe aquele ditado, para um bom entendedor meia palavra basta? A meia palavra nesse caso veio em forma de paredes impecavelmente brancas exibindo obras de arte que eram claramente custosas, números altos demais para que eu tentasse chutar.

Quando ela desviou a atenção do filho por um segundo, tive a chance de me apresentar. A mão delicada e com marcas do tempo apertou a minha em resposta.

— Isis, prazer. — Ela sorriu. — Me desculpa pela euforia, é que ter esse pestinha aqui é uma ocasião especial.

A irmã de Louis, quem eu estava mais curioso em conhecer e preocupado com a impressão que teria sobre mim, estava na casa de uma amiga. Seu pai a buscaria mais tarde, os dois se juntando a nós então.

Por enquanto, conversamos sem interrupções. A mãe de Louis procurava me incluir nas perguntas, ela era uma pessoa fácil de conversar. Não era invasiva demais, assim como seu interesse não era falso nem soava forçado, tinha uma elegância em como ela mantinha a conversa viva.

Quando o barulho da garagem foi ouvido, a mulher se levantou e arrumou seu vestido. Louis puxou minha mão para seu colo, virando-se em minha direção e me olhando com seus olhos atentos, sua mãe agora já distante de nós, indo em direção ao portão.

Não hesitei em expressar em palavras minha preocupação. — E se sua irmã me odiar?

— Isso não é nem um pouco possível. Você mesmo já me disse que ama crianças. — Ele levou minha mão até sua boca, deixando um beijo próximo ao nosso anel.

— Não quer dizer que sou bom com elas. — Disse. A mãe de Louis agora voltava para a sala acompanhada de uma pequena garota.

— Você é bom em tudo. — Louis sussurrou antes de soltar minha mão. Ajeitei minha postura como tentativa de espantar toda aquela insegurança.

— O seu pai só está pegando umas coisas no carro e já vem. — Isis diz enquanto se aproxima, o barulho do salto fino no chão era, estranhamente, muito agradável.

A garota era como uma miniatura de Louis, ela vinha saltitando com seus sapatos brilhantes pela entrada da casa. Quer dizer, saltitava até perceber a presença do irmão sentado no sofá. Aí então, ela começou a correr até ele.

— Você vai machucar o seu irmão. — A mãe repreendeu, Fayga já se jogando em cima de Louis que parecia aliviado em vê-la, um sorriso ressoando por todo seu rosto. Ajeitei meu corpo no sofá, dando mais espaço para os dois, tentando não ser atingido.

Chiaroscuro [l.s]Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin