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- Não, Rick não sabe que estou aqui

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- Não, Rick não sabe que estou aqui. Vim sozinha.
Negan, sentado na ponta da mesa, me olhou e eu dei de ombros, retirando a mão que apoiava minha cabeça e colocando em cima da mesa.
- Posso ir até lá. - Falei, me referindo a Alexandria.
- Ou posso usar o rádio e falar com Rick, veremos a sua reação. - Falou ele.
- É mas e se eles não souberem? E se souberem, só terão certeza de que o plano deu certo, e se for uma armadilha para nós... isso dará tempo a eles.
Negan sorriu. - É por isso que eu adoro você! Merda, como você é inteligente com essas coisas.
Fiz careta, pagando um pedaço de pão e  colocando na boca.
- Pensaremos num plano. Enquanto isso - Negan olhou Sasha e sorriu. - Leva nossa amiga aqui de volta na cela.

Depois de deixar Sasha na cela, saí pela porta que ficava próxima da vedação e apoiei os cotovelos no varandim, olhando em frente.
Minha mente ainda pensava em Daryl, todos os dias, todas as horas, mas eu não desistira. Eu ia achar ele. Da mesma forma que nunca mais iria deixar Negan encostar nele.
- Sargento Walsh.
Olhei para o lado e logo revirei os olhos. Eugene estava de pé, do meu lado, segurando um frasco de pickles e olhando a vedação com ar importante.
- Já falaram que você é ridículo? - Perguntei. - Porque eu até que fico contente de não ter mais você na minha comunidade, ficaram só os fortes. Isso é bom.
Eugene respirou fundo e me olhou.
- Já falaram, com todo o respeito por você e sua katana, que está cada dia mais parecida ao Negan? Além disso,a comunidade é do Rick e não sua. Você apenas pensa que é sua, porque tomaram ela na força, matando pessoas e destruindo.... - Ele me olhou e viu que eu encarava ele. - Era só isso, mesmo.
Assenti. - Se concentra na munição e não vem bancar o chefão para cima de mim, não. - Levantei e me aproximei dele, gostando quando ele estremeceue deu um passo atrás. - Comigo isso não funciona, porque enquanto você brincava de mentirinha de cura, eu sobrevivia, assim como vinha sobrevivendo desde a guerra, que era meu trabalho.
Bati no seu ombro duas vezes e entrei de novo no Santuário, para logo escutar uma voz no corredor.
- Nossa, baby doll, assim é capaz do cara cagar as calças.
Vi Negan, encostado na parede, sorrindo que nem besta.
- Não enche, Negan. Não gosto dele e não.
- E de quem a senhorita gosta?
Olhei ele, não acreditando que aquilo estava, de facto, acontencendo.
- Não de você, com certeza. - Continuei andando, ignorando Negan, mas percebi ele me seguindo.
- Deveríamos ir em Alexandria. - Ele falou.
- Para quê?
- Eles não estão nos esperando e o Daryl, se estiver lá, não terá tempo de se esconder.
Parei de andar e Negan parou do meu lado, me sorrindo. Franzi o cenho.
- Negan, eu atirei num deles, sem razão.
- E? Eu matei o chinês.
Revirei os olhos. - E tem a Sasha.
- Se ninguém sabe que ela está aqui, pudemos usá-la como trunfo.
Coloquei as mãos na cintura e olhei o chão, pensando. Tudo o que eu mais queria era achar o Daryl, saber que ele estava bem, mas se Negan visse ele, iria querer levá-lo para o Santuário de novo. Soltei o ar pela boca e ergui o olhar.
- Vou dormir no posto essa noite.
Negan franziu o cenho. - Quê? Espera! Porquê? E o que isso tem a ver com Rick e nosso plano?
Suspirei. - Preciso pensar.
- Baby doll, aqueles loucos já atacaram seu posto uma vez.
Sorri. - Isso foi antes.
- A merda é a mesma.
Cruzei os braços sobre o peito.
- Não é não. Eu atirei num deles, trouxemos Daryl e Eugene, você matou o Glenn, Spencer e nem sei quem mais... Não é a mesma coisa.
- Leah...
- Eu quero ficar quieta por umas horas, eu preciso pensar. Seus amigos aqui me odeiam, não posso pensar com clareza quando tenho de passar o tempo todo olhando por cima do ombro para não morrer.
Negan suspirou, derrotado e depois deu de ombros.

Nessa noite, eu estava no topo do posto, num lugarzinho que eu descobrira que dava para ver as estrelas no céu, bem como a área em redor do posto.
Pegueio rádio, me sentindo aborrecida, e apertei o botão.
- Oh cuzão! Está por aí?
Esperei, olhando em volta e sorri quando a resposta surgiu.
- Já falei que você é a coisa mais irritante que eu conheço?
- Já. Como está tudo?
Ele riu. - Paraíso. Por aqui tá um sol, uma água do mar quentinha, bebida fresquinha... Deveria vir até cá, também.
Revirei os olhos. - Nem sei como botaram você na frente dessa merda.
- Ora, iriam colocar quem? Todos são suspeitos. Sabe? Tou gostando de você, Sargento. A gente se entende.
- Entende merda nenhuma.
Escutei ele suspirar. - Estamos nos preparando.
Assenti, sozinha. - Certo. Amanhã irei colocar minha ideia em prática.
- Não morre, não agora.
- Claro que não. Cuzão?
- Vai perguntar, né? Ele está ótimo. Bem fodido, mas ótimo, relaxa.
Sorri. - Obrigada, cuzão. Depois acertamos tudo.
- Ficarei na escuta. Até depois, Sargento.
Desliguei o rádio e regressei para o interior do posto.

Heart's On FireOnde histórias criam vida. Descubra agora