Leah sempre sentiu que tinha de existir algo mais. Algo de diferente nesse mundo.
Nunca fora como as outras garotas, isso era certo, e nunca fora a predileta da família - seu irmão mais velho ocupava esse lugar.
Mas quando fez dezoito anos, Leah dec...
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- Ah, fala sério! - Protestei, fazendo beicinho e arrastando a katana atrás de mim. Andei alguns passos, para logo erguer a katana de novo e rodar ela, antes de cortar a cabeça de um zumbi que se aproximava. Outro apareceu, fazendo aquele som nojento e eu bufei de raiva. - Porque vocês não desaparecem e pronto?! - Gritei, ao mesmo tempo que espetava a lâmina na cabeça dele e puxava, fazendo aquele corpo podre cair no chão. Sacudi o sangue e depois percebi Daryl, de pé, a poucos metros atrás de mim, observando. - Sério? Ficou aí o tempo todo e nem me ajudou? - Olhei Dog, parado do seu lado e estreitei os olhos. - E você! Traidor! Daryl olhou o cachorro e depois para mim de novo. - Você se saiu muito bem sozinha, além disso, eu peguei uns esquilos e... um coelho. Revirei os olhos. - Minha nossa Senhora! Homens. Virei as costas e continuei andando, mas parei pouco depois, esperando que Daryl me alcançasse. Dog parou do meu lado, chegando primeiro do que o dono, e eu cocei sua orelha. - Quieto, rapaz. Eu sei. - Falei bem baixo. - O que houve? - Perguntou Daryl. Continuei andando e sorri, como se ele tivesse dito algo bonito. - Estamos sendo seguidos. A algum tempo, já, mas agora tenho certeza. - Hum. - Fez Daryl. - Muitos? Neguei com a cabeça. - Não, não parece. Ajeitei o colete dele com a mão que tinha livre, fingindo, e sorri. Depois diz carinho no Dog. - Vai, Dog, vai! - Ordenei. O cachorro saiu correndo na nossa frente, se embrenhando na floresta. Esperámos um pouco, sempre andando, com Daryl preparando a besta e eu erguendo a katana. Do nada, algo se mexe por entre a vegetação e cai no chão, de joelhos, enquanto Dog latia e ameaçava morder. Girei rápido, junto com Daryl, ele mirando com a besta e eu segurando a katana na minha frente, mas parámos ao ver o que o cachorro tinha achado. Troquei um olhar com Daryl, sem nunca abaixar as armas e franzi o cenho por dois segundos. - Dog! - Chamei, e o cachorro correu para mim, se colocando protetoramente na minha frente. - Quem é você e porque estava nos seguindo? - Perguntou Daryl. Dog tinha achado uma garota. Ela estava assustada, com roupas sujas, como se passasse bastante tempo na rua, cabelo comprido e escuro e olhos grandes, que dançavam entre mim, Daryl e o cachorro. - Não me mata, por favor. Eu... Eu não ia fazer nada de mal. Esse cachorro que me assustou, mas... Eu não fiz nada. - Quem é você? - Repeti. Ela negou com a cabeça, perturbada, como se não soubesse o que dizer. Daryl deu um passo em frente, mirando sua cabeça e ela se encolheu. - Tá, tá. - Falou. - Sou a Lydia. Eu... Perdi meu grupo e estava seguindo vocês porque... - Deu de ombros. - São as primeiras pessoas que encontro em meses. Olhei Daryl e depois de novo para ela. - Como assim, perdeu? Ela suspirou. - Um homem matou minha mãe, era a única familia que eu tinha. Era a líder. - Ela passou as mãos no rosto, tremendo. - Olha, eu não quero problemas, eu só quero ir embora. Prometo que me afasto o mais que conseguir daqui e não volto a seguir vocês. Agarrei o braço de Daryl, puxando afastando da garota ao mesmo tempo que mandava o Dog guardar ela. Nos afastamos um pouco e eu olhei o caipira, que negou com a cabeça, adivinhando meus pensamentos. - Não. Ela não vai com a gente. - Falou. Revirei os olhos. - É uma garota, Daryl. Ele esticou o braço na direção dela. - Pode ser armação! E se ela tiver um grupo e tudo isso for uma armadilha? Suspirei, olhei ela e de novo para Daryl. - Levamos ela, damos algo para comer, se você não mudar de ideia, falamos com Ezekiel. Daryl suspirou. - Não vai mudar de ideia, não é mesmo? - Não consigo. Tem algo nela que... Daryl tocou no meu rosto e sorriu. - Tá, levamos ela. Me coloquei na ponta dos pés e beijei ele. Nos aproximamos de novo da garota e Daryl ergueu a besta. - Levanta. - Ordenei. Ela começou a chorar. - Gente, se vão me enfiar uma flecha na cabeça, para quê tudo isso? Anda logo. Franzi o cenho, olhando ela. - Não vamos matar você. Você vem com a gente, tem cara de quem não come á dias. E precisa de roupas limpas também, devo ter alguma coisa que sirva a você. Ela abriu muito seus olhos já enormes. - Sério? - Anda, me segue. Qualquer coisa e meu marido aqui te mata, qualquer movimento da sua parte, escutou? Daryl me olhou, de cenho franzido quando escutou a palavra "marido", e eu sorri, o rosto da inocência. Lydia assentiu e eu comecei a andar, com Daryl chamando Dog e aquela estranha garota do meu lado. - Sou a Leah, aquele é o Daryl e o cachorro é o Dog. - Falei. A garota me olhou. - Um cachorro chamado Dog? Eu sorri. - É, Daryl foi muito original. Olhei ele, que já estava com a besta no ombro, andando atrás da gente, e ele revirou os olhos, me fazendo rir. Após um tempo, Daryl começou a andar do meu lado, enquanto Lydia seguia dois passos na frente, junto com Dog. - Acha que é uma boa ideia? - Perguntou ele de novo. Suspirei. - Daryl, eu nunca mataria uma criança, é o que ela é. Com grupo ou sem ele, eu apenas irei matar a Lydia, ou qualquer outra criança, se não houver outro jeito. Daryl mordeu o lábio, assentindo.
Mais tarde, nesse dia, Lydia estava sentada á nossa mesa, comendo um prato cheio de carne de esquilo que Daryl fizera. Eu e ele estávamos mais atrás, olhando ela. - Ainda acho uma ideia muito irresponsável, trazer essa garota para cá. - Falou Daryl. Olhei ele. - Obrigada por achar que eu sou irresponsável. - Não foi isso que eu falei. Mas pensa em tudo o que já aconteceu com a gente. Suspirei. - Eu sei, Daryl, e eu entendo. Mas... é só uma garota. E se algo der errado, eu serei a primeira a admitir que você tinha razão e acabo com ela,se for necessário. Daryl tocou no meu rosto e deu um sorriso fraco. - Eu estou do seu lado, você não está sozinha. Se algo der errado, eu estarei aqui.