𝐂𝐀𝐑𝐄𝐍𝐂𝐈𝐀 ' azriel

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( pedido: @ultilizadexsz_ )



VOCÊ ANDAVA PELOS CORREDORES DA MANSÃO PROCURANDO POR SEU LIVRO, não conseguia o achar em local algum. Sabia que devia estar em algum lugar da casa, já que não havia saído de lá durante dia todo.

Passava seus olhos por todos os cômodos acessíveis, procurando sobre mesas, assentos, armários, mas não o encontrava em lugar algum.

  — Procurando por isso, querida? —A voz que sempre lhe tirara suspiros solta, e um corpo esbelto se revela das sombras que suspeitamente estavam atrás de você durante o dia todo.

  — Nossa, sim. Obrigada Az, estou atrás disso faz um tempão. —Seus olhos analisam todo o deu rosto. —E o senhor Encantador de Sombras, fez o que o dia todo, amor?

  — Eu não diria que hoje foi um dia muito produtivo. Bom, depende do ponto de vista. —Foi tudo que ele disse, como de costume. Depois de conhecer você ele se abriu um pouco mais, e ainda mais depois da parceira ser firmada, mas ainda era difícil de tirar muitas palavras dele, mesmo para você.

  — Bom, acho que vou achar um lugar tranquilo para continuar minha leitura, querido.

Ele parece meio exitante, como se quisesse te dizer algo, mas acaba fazendo um pequeno aceno positivo, que você encara como a sua deixa. Você se aproxima e lhe dá um rápido beijo nos lábios, passando as mãos pelo cabelo escuro do illyriano. Ele acaba por passar os braços ao redor de sua cintura, tentando prolongar mais o contato, num meio abraço. Você pensou ter sentido algo como desespero pelo laço, mas imaginou que fosse paranóia sua e seguiu seu caminho até o campo externo atrás da casa, deixando um Azriel com olhar duvidoso para trás.

Ao se acomodar embaixo de uma das árvores, a maior delas, você, encostada no tronco de madeira escura abre seu livro da capa vermelha. Você conseguia ouvir o canto dos pássaros, o uivar do vento que balançava levemente seu cabelo, até que um som quase silencioso se fez presente. A sensação gelada, quase como se seda fria fosse passada por entre seus dedos, quase inexistente chamou a sua atenção. Movendo seus olhos para suas mãos que seguravam a página do livro você pôde ver as manchas pretas que brincavam por entre seus dedos, passavam pelas dobras e se enroscavam em sua mão.

As sombras. Sempre gentis e dóceis com você, sussurrando elogios e dando carícias em sua pele, leves como o vento mas densas como a água. E frias. Tal como Azriel foi durante todos os anos de tortura.

Olhando envolta a fêmea procura o Encantador de Sombras, sabendo que ele deveria estar por perto. De canto de olho ela consegue avista-lo a observando com seus grandes olhos amendoados. Os cílios batiam devagar, como se o fechar e abrir fosse uma mera inconveniência para alguém que queria admirar algo tão profundamente.

Um suspiro deixa os lábios redondos da fêmea, que com gentileza fecha o livro e o guarda debaixo de sua coxa direita, marcando a página em que se distraiu com um marcador de páginas qualquer.

Ela abre as pernas, deixando um vão entre elas e então, com suas duas mãos, ela bate em suas coxas, chamando o Encantador a se aproximar e se deitar sobre ela.

Ele anda com suas asas negras grandiosas e magníficas, que despojavam ao lado de seu corpo sagaz, passos leves e calmos, como o de um espião. E assim faz seu caminho até sua fêmea, a única capaz de roubar seu coração em todos os séculos que viveu nesse mundo.

Ao se aproximar, ele se deita sobre suas pernas, seus olhos vidrados na imensidão colorida que eram o da jovem.

As sombras so espião, então, formam um escudo em volta dos apaixonados, sutil, mais como um símbolo de intimidade, para que o casal possa se soltar de verdade, coisa que Azriel não fazia em frente de todos.

Aos mãos delicadas da fêmea deslizam levemente por seu corpo até finalmente chegar em seu rosto esbelto, onde por cada traço fino suas mãos dançaram. Com seu dedo indicador, ela contornou o nariz, as maçãs do rosto, o queixo, e por fim a boca avermelhada do illyriano, que só se atreve a fechar os olhos quando um beijo casto é deixando em seus lábios.

Ali, deitado no colo de seu amor, ele sentia que finalmente teria encontrado aquilo que tanto esperava. Seu lar.

AVISOS:
01. Depois de setenta e dois anos eu estou de volta, sinto muito pela demora.

02. Para quem tinha dúvidas, eu vou SIM fazer os imagines que prometi da maratona, só estava sem cabeça nem tempo para escreve-los antes, mas voltei com tudo.

03. Espero que vocês estejam bem, e saibam que qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, vocês podem me chamar!!

—beijos e de cuidem.
M.

𝗜𝗠𝗔𝗚𝗜𝗡𝗘𝗦| 𝗉𝖾𝗋𝗌𝗈𝗇𝖺𝗀𝖾𝗇𝗌 𝗅𝗂𝗍𝖾𝗋𝖺́𝗋𝗂𝗈𝗌 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora