07| Às Estrelas que Sonham

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Boa Leitura!!

As mãos do loiro estavam trêmulas.

Após a breve conversa com Jungkook na porta do salão de jantar, e com a promessa de que se encontrariam mais tarde, Park Jimin voltou ao estado caótico que o receio lhe causava.

A respiração acelerada, as mãos suadas, o coração batendo loucamente, prestes a sair do peito; já havia sentido toda esta coletânea de sensações mais de uma vez, poucas delas foram por bons motivos, ㅡ já que só se tornavam sensações boas por causa de um certo moreno que apareceu em sua vida há pouquíssimo tempo ㅡ mas a maioria representava a mais genuína feição do pânico.

Desde sempre foi tratado como alguém irrelevante por seu pai; Park Jaehyun nunca o havia visto de verdade, na cabeça do homem, o filho sempre seria a pessoa que, um dia, o tiraria do trono que tanto lutara para conquistar. Se tivesse o poder da escolha, Jimin preferia que tivesse sido criado apenas por sua mãe. Sunhee, diferente de Jaehyun, sempre colocaria a vida do filho acima da própria. Quando o príncipe era uma criança, a loira lhe contava que o pequeno havia sido um presente das estrelas cadentes; então, por isso, o pequeno Jimin passava horas da noite pendurado na sacada de seu quarto, contando quantas estrelas caiam do céu e fazendo inúmeros desejos, na esperança de que Cosmo lhe ouvisse e realizasse ao menos um deles.

Dentre todos os pedidos, apenas um era repetido toda noite: queria que seu pai o amasse.

No auge de seus cinco anos de vida, o príncipe não compreendia o motivo de Jaehyun o odiar; não entendia a razão de o pai nunca brincar com ele, ou ler um livro na hora de dormir. Almejava que um dia, quando crescesse, o Park mais velho lhe contasse o que havia feito; queria ter a chance de se desculpar, independente do que tivesse feito.

Aos vinte anos, o motivo nunca foi lhe dito, pelo contrário: quanto mais crescia, mais o desprezo aumentava. Passou a adolescência inteira chorando, sentado em sua cama; as lágrimas doloridas escorrendo pelas bochechas gordinhas após longos minutos de gritos estridentes proferidos por seu pai, culpando o seu nascimento pela profecia e pela ruína dos próprios súditos.

Então, Jimin entendeu: de todos os desejos que havia feito às estrelas cadentes, o amor de seu pai era o único que não seria realizado. Nem mesmo Cosmo era tão poderoso ao ponto de adentrar a névoa escura e maquiavélica que rondava Park Jaehyun.

Portanto, o aloirado desistiu e, mesmo que às vezes se sentisse afetado pela presença do homem, não enxergava mais tal amor como objetivo.

Caminhou pelo curto corredor que o levava diretamente até a longa mesa de jantar feita de madeira polida. Diversos pratos diferentes estavam dispostos sobre ela, e o aroma delicioso fez o estômago do príncipe roncar. As paredes, como no resto do castelo, eram de mármore branco com longas tapeçarias azuis cobrindo as partes que não haviam janelas; lamparinas e velas também estavam penduradas para iluminar o ambiente.

Na ponta da mesa, numa cadeira com o encosto mais alto do que as outras, Jaehyun encarava o filho. Os olhos escuros e frios arrepiavam a tez clara de Jimin, que desviou o olhar. Sunhee, sentada à direita do marido, sorria com os lábios para o loiro, lhe transmitindo segurança.

O silêncio sepulcral tomou conta do salão, os empregados nem se mexiam e a Imperatriz encarava o esposo, aguardando a nova barbaridade que seria dita ao filho, pronta para defendê-lo e tentar apaziguar a situação.

ㅡ Já lhe disse que não gosto de atrasos, Park Jimin. ㅡ A voz enrouquecida ecoou no ambiente. Jimin tremeu.

ㅡ Me perdoe, Majestade ㅡ fez uma mesura, ainda sem encará-lo ㅡ Eu estava ocupado. Acabei perdendo a noção do tempo.

SCARLATTO • jjk + pjmWhere stories live. Discover now