A faísca que fez o fogo rugir

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Depois desse comentário, a cela inteira ficou em silêncio durante um momento.

Lexa deixou escapar um suspiro. Se antes não soubessem que o demônio era mau até os ossos, agora com certeza sabiam.

—Não entendo por que prender o demônio aqui seria considerado um castigo — Disse Clarke, finalmente — Por que não quereria ele ficar aqui? Não seria este um lugar, um grande lugar de jogos para ele?

John  deu a volta para ela.

—Suspeitamos que os seres aos que nos referimos como “demônios” vivem em um mundo não muito diferente ao nosso. Têm uma cultura, uma sociedade, leis, tudo o que temos. Emparelham-se, têm pequenos demônios bebê que criam para que se tornem grandes demônios maus. É seu lar. Aqui eles são somente estranhos, sem liberdade, família ou amigos. Pensem nisso. Quereria passar a vida completamente só em um mundo estranho? Este demônio está essencialmente no exílio.

Clarke se abraçou.

—É tão estranho pensar neles assim, como algo mais que monstros primitivos.

John  passou uma mão por seu cabelo.

— Acredita-se que sua sociedade é bastante complexa, mas não sabemos com certeza já que nenhum humano ou bruxa que saibamos alguma vez passou ao mundo deles.

—Mas sabemos que eles têm prisões, justo como nós o fazemos — Disse Stefan monotonamente — Neste caso, os Duskoff tiraram um detento. Libertaram-no. Estou seguro que esteve bastante contente aqui.

Esteve contente. Sim, matando as pessoas.

— Há quanto tempo sabiam os Duskoff que o demônio ainda residia neste lado do portal? — Perguntou Lexa. Sua voz soava como a madeira inclusive a seus próprios ouvidos, porque suspeitava que os Duskoff poderiam ter detido o demônio muito antes… Se tivessem incomodado em tentá-lo.

Stefan elevou a vista, concentrou seu olhar na face de Lexa e riu amargamente.

—Desde que roubou nossa biblioteca.

—Explique-se.

—Nós tínhamos uma coleção de textos antigos sobre demônios que os Duskoff possuem desde a Idade Média. O demônio adivinhou a localização dos livros e veio uma noite. Abriu caminho por nossa defesa mágica e os roubou todos.

—Faz quanto tempo? — Sua voz soou como a chicotada de uma vara no pequeno quarto.
Cravou suas unhas nas palmas enquanto lutava para refrear-se.

John  tinha descoberto ao menos trinta e cinco assassinatos de não mágicos que o demônio poderia ter cometido, além das duas bruxas, do momento que os Duskoff haviam o trazido para este mundo.

Stefan piscou, e depois esboçou uma lenta e profana risada.

—Faz vinte anos.

—Bastardo! — Gritou Clarke justo antes de apressar-se para ele.

Lexa estava tentada a deixá-la, mas a deteve por sua própria segurança. Stefan tinha ao menos cento e dez quilos, era todo músculo. Ela deu um bom murro que voltou sua face a um lado antes que Lexa fosse capaz de agarrá-la pela cintura e arrastá-la para trás. Deu a volta com facilidade enquanto ela lançava murros ao ar, gritando sobre os assassinatos que poderiam ter sido evitados se eles o tivessem contado.

Mas, certamente, Stefan não preocupava com isso.

Stefan somente riu ao mesmo tempo que Lexa segurava Clarke apertada contra ela, dando a possibilidade de acalmar-se. Ela se tranquilizou e empurrou com ira os braços da comandante. Libertou-a e ela deu um passo afastando-se, olhando com fúria.

ᴇɴғᴇɪᴛɪᴄ̧ᴀᴅᴀsOnde histórias criam vida. Descubra agora