Indigente [COMPLETA]

Capítulo 18 - Provocação.

Capítulo 18 — Provocação.

Quarta-feira, 14 de setembro.

Fernando assinava um termo de responsabilidade na academia para poder entrar como convidado de Carlos, dessa forma, não precisando se cadastrar no sistema.

Carlos ajeitou suas coisas no vestiário, depois pegando o suficiente para começar a malhar e instruir Fernando em seus primeiros treinos, indo com ele para o pátio principal, sem nenhum aluno presente pelo horário.

— Olha só quem está aqui! — Eduardo exclamou, vendo-os se aproximarem.

— E aí, Edu?! — Carlos cumprimentou o colega, logo olhando para o artista. — Viu quem eu trouxe hoje?

— Pois é, veio malhar com a gente? — Eduardo animou-se, olhando para o visitante.

— Vou tentar, mas acho que não vai ser hoje que vou poder pegar pesado. — Fernando respondeu, sorrindo timidamente.

— Imagina, você tá ótimo. — Eduardo o elogiou. — Tô feliz de te ver aqui.

— Ele disse que queria passar o dia todo comigo hoje, coitado. — Carlos olhou para o artista, rindo.

— Bom, das duas, uma: ou ele vai morrer de tédio, ou vai presenciar várias pérolas dos alunos. Vamos aguardar. — O amigo brincou, fazendo-os rirem. — E vocês vão treinar agora ou mais tarde?

— O que você prefere, Nando? — Carlos indagou, agora encarando o seu convidado.

— Não tenho preferência, se você for agora eu posso ir também. — O artista declarou.

— Então vamos. — O instrutor voltou a dizer, andando com eles, vendo uma das colegas de trabalho se aproximar.

— Oi, meninos! — Marcela chegou ao local, cumprimentando os dois colegas de trabalho. — Bom dia!

— Bom dia, Ma. — Eduardo cumprimentou-a.

— Bom dia. — Carlos retribui, recebendo um beijo da professora no rosto, notando que ela olhava para o homem que não reconheceu junto a eles. — Ah, esse é o Fernando, nosso amigo e visitante de hoje.

— Oi, Fer, como vai? — Ela falou, curiosa com a presença dele.

— Tudo bem, por enquanto. — O artista respondeu simpaticamente, lembrando-se de vê-la conversando com Carlos no outro dia.

— O que aconteceu com a sua testa? Tá tudo bem? — Ela quis saber, olhando curiosa para a cicatriz.

— Me queimei. — O artista respondeu, sem entrar em detalhes. — Mas não foi nada.

— Ai, eu vivo me queimando assim, também! — Ela afirmou, rindo consigo, logo olhando aos dois colegas de trabalho que ajeitavam as anilhas nos aparelhos para treinar. — Bom, foi um prazer te conhecer.

— Igualmente.

— Até mais, Fer.

Fernando viu a moça animada se retirar, achando engraçado a intimidade que ela havia tomado a liberdade de ter consigo em poucos segundos. E ficou sozinho por pouco tempo, vendo Eduardo prosseguir para uma das máquinas enquanto Carlos voltava para perto com alguns objetos em mãos.

— Eu trouxe algumas coisas pra você... Uma faixa e esses dois halteres de meio quilo cada, tudo bem tranquilo, pra você começar e ver o que acha. — O instrutor indicou. — Mas se, por qualquer motivo, você estiver se sentindo desconfortável, me fale e aí nós paramos ou alteramos o que precisar. Não deixe de me avisar, ok?