Capítulo 42 - Transparente.

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Capítulo 42 — Transparente.

Carlos já estava dentro de seu pijama quando deitou-se, sentindo o cheiro do amaciante da roupa de cama nova. Finalmente sentia-se relaxado, havia trocado o lençol e levado-o para a máquina de lavar imediatamente, com medo de restar qualquer mancha.

Antes que pudesse pensar em dormir, olhou para a parede, vendo o brinquedo suspenso que denunciava o que havia feito. Tomou um susto ao pensar que quase poderia tê-lo esquecido ali e pulou da cama. Desgrudou-o da parede e o levou para o banheiro.

Higienizou-o antes de guardá-lo de volta na caixa com seus outros brinquedos. Colocou tudo de volta na prateleira alta e agora não restava qualquer indício no quarto que denunciasse o que havia feito, finalmente podendo deitar para dormir.

♢♦♢

Carlos se remexeu na cama, acordando e percebendo que Fernando estava ao seu lado. O quarto ainda estava escuro, mas por estar sem sono, não quis voltar a dormir. Continuou deitado por alguns minutos, apenas aproveitando a presença de seu artista mais um pouco antes de finalmente se levantar.

Encontrou um relógio e viu que já eram quase seis da manhã. Então para aproveitar que o sol ainda não tinha saído, se arrumou para correr. Tomou um café da manhã leve e saiu. Durante o percurso todo, aproveitou o clima fresco da manhã enquanto pensava que gostaria de estar correndo ao lado de Fernando.

Viu o sol nascer aos poucos enquanto corria e apenas parou para tomar um fôlego antes de voltar. Já tinha passado um pouco mais de uma hora quando chegou em casa e fez silêncio ao entrar na sala, deixando a porta aberta para Kid ir ao quintal.

Bebeu água e deixou a camisa suada na lavanderia, aproveitando para estender o lençol lavado na noite anterior. Foi para o quarto de mansinho, vendo o artista dormir confortavelmente. Assim entrou no banheiro da suíte, tomando todo o cuidado possível para não fazer barulho.

Tomou banho e se secou. Penteando os cabelos e colocando o roupão antes de sair, tudo completamente calculado para não fazer barulho. Abria a porta com cuidado, não demorando para perceber que Fernando já estava de olhos abertos.

— Eu não queria te acordar... fiz muito barulho? — Carlos deixava o banheiro, agora indo em direção dele.

— Não, eu não queria dormir muito. — O artista respondeu, abrindo um sorriso preguiçoso.

— Eu não te acordei mais cedo porque não sabia que horas você chegou ontem, então não queria atrapalhar seu sono... — Sentou-se na beirada da cama, acariciando o ombro do outro. — Você dormiu bem?

— Dormi pouco, mas o suficiente. Quando cheguei eram quase duas. — Apoiou os cotovelos na cama, sem se levantar muito.

— Ainda são sete e meia, não quer cochilar mais um pouquinho?

— Não, eu estou bem, se eu dormir mais, não consigo dormir cedo hoje a noite. — Esfregou os olhos, bocejando.

— E você vai trabalhar mais tarde? — Debruçou-se sobre o colchão.

— Não, os domingos são mais tranquilos, eles não precisam de mim.

— Eles não precisam, mas eu preciso. — Sorriu e se deitou confortavelmente. — Ah... Agora que já saí pra correr, só quero ficar de preguiça.

— E você tem preguiça? — O artista brincou, fazendo o outro rir. — O quanto você correu hoje?

— Uns dez quilômetros. Só pra manter o hábito. — Carlos se aproximou mais, voltando a acariciá-lo no ombro.

Indigente [COMPLETA]Where stories live. Discover now