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Jake abriu a janela, e no mo segundo seguinte Sunghoon entrou no quarto, indo em direção ao guarda-roupa do Shim e puxando de lá um casaco de lã, vestindo-o da forma mais apressada que podia, embora desajeitado.

— O que você acha que tá fazendo, Sunghoon? — Jake perguntou.

Arrumando o casaco no corpo e encarando o de cabelos negros, sentiu seu coração acelerar assim que ele se aproximou, numa curta distância, parecendo que ia lhe beijar da forma mais calorosa e ao mesmo tempo carinhosa possível (seus narizes chegavam a se encostar, e talvez Jake, agora, só estivesse se segurando para não beijar o outro).

Ele esperava que um dia isso acontecesse. Suas esperanças nunca morriam.

— Eu quero te levar em um canto. — ele respondeu num sussurro, apenas porque estava com medo de que a mãe de Jake escutasse algo e viesse ver o que estava acontecendo.

O Shim nada disse, apenas assentiu com a cabeça, colocando os sapatos nos pés, desligando a luz do quarto e se deixando ser levado pelo outro.

Um misto de ansiedade e curiosidade lhe atingiu, não sabia para onde estavam indo, mas colocava todas as suas expectativas naquele rapaz que gostava. Sentia que aquele momento era só uma pequena parte das outras boas que estariam vindo pela frente.

Quando desceram as escadas na lateral da casa, e se viu fora aquela hora, e ainda mais, sem seus pais saberem, ele sorriu, se sentindo o máximo e adolescente mais rebelde do mundo. Sunghoon agarrou uma de suas mãos puxando-o para longe da casa, numa corridinha pequena até duas residências depois da sua.

Sunghoon agarrou uma bicicleta que estava jogada no chão, subindo nela e esperando que Jake fizesse o mesmo, na garupa.

Um sorriso genuíno apareceu nos dois lábios. O Shim se agarrava a cintura alheia com força enquanto o Park se acostumava com o rapaz, porque a última vez que carregou alguém assim naquela bicicleta, tinha sido há alguns anos atrás, e com seu irmão mais novo, Jungwon. Ele estava meio quebrado nisso, mas aos poucos pegaria a forma de novo e estava tudo bem.

O vento frio batia na pele, os pelos se arrepiavam, mas não era algo ruim, não naquele momento. Às vezes, raramente, um carro passava. Os animais escondidos nas árvores cantavam no silêncio da noite.

Jake não se preocupou para onde estava sendo levado, ele se sentia livre, contente, e Sunghoon não estava diferente.

Se perguntassem para eles o que estavam sentindo naquele momento, com certeza responderiam que era felicidade e amor. Os dois ao mesmo tempo. Justos e misturados. Uma sensação calorosa.

O vento se intensificou. Sunghoon começou a pedalar menos. O barulho do mar inundava seus ouvidos e a paz preenchia os dois. A praia era um dos lugares mais bonitos e calmos durante a noite. A lua era daquelas que brincava com as ondas e dizia para a espuma fazer cosquinhas em seus pés. A areia grudava em suas peles e as poucas pedras abaixo dos sapatos incomodava de pouquinho.

Os dois meninos se sentaram o mais próximo do mar, de forma que, mesmo assim, não fossem atingidos pela água. Lado a lado, Sunghoon, mais uma vez, agarrou a mão alheia.

Há dias vinha pensando sobre como sua vida havia mudado, de como estava se sentindo a pessoa mais feliz na face da terra e tudo por causa de Jake. De como sua barriga esfriava ou de como seu coração parecia querer sair de seu peito. Pensava em como de um segundo para o outro tinha deixado de ser tão discreto para alguém tão caloroso; de alguém tão solitário para alguém tão completo. Era meio complicado acreditar, mas pensava estar, também, se entregando ao amor. Jake era a pessoa mais doce e amável que um dia tivera o prazer de conhecer. Era um sentimento novo, mas algo nele dizia que devia apenas fazer o que quisesse e que devia se deixar sentir.

A reciprocidade estava lá, entre os dedos entrelaçados; os olhares se encontrando; os rostos se aproximando; antes, um beijinho de esquimó e, em seguida, os lábios se encostando, num encontro macio e calmo.

Não havia rapidez, tudo na base da calma. Os lábios brincando um no outro se tornava uma sensação gostosa após um tempo. As mãos brincando com fios de cabelo e acariciando os rostos. Sorrisos aparecendo e risos soltos.

Aquela era uma bolha que nenhum deles queria estourar.

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tá bem blé
mas as coisas começam aqui
e digo que venho imaginando desde o início um pouco de drama (mais do que já teve com o povo perturbando ele, embora não tenha sido uma coisa super elaborada e tals).

Quando a Pantera dá o Grito | JakeHoonWhere stories live. Discover now