Capítulo 3

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Abro a porta, apática e tão cansada, que só consigo pensar em uma coisa: cama. Viajar é ótimo, mas retornar para casa é a melhor parte. Apesar do cansaço, sinto-me tão bem por ter conseguido me desvencilhar do último elo que me ligava ao Bruno. Enfim, estou livre e nada mais me prende a ele.

Moro em São Paulo há quase dois meses, estou aos poucos me organizando novamente. Aluguei um apartamento singelo, num bairro periférico, não tenho o conforto que tinha no Rio de Janeiro, mas estou feliz, principalmente por ter tomado uma decisão por mim mesma. Aos poucos vou me equilibrando financeiramente e colocando a vida nos eixos novamente. Apesar de ter deixado um emprego que amava para trás, não me sinto mal por isso. Estar morando aqui representa muito para mim: tenho a minha liberdade e dignidade de volta, sem contar que estou mais perto do Alex.

Depois do banho, jogo-me na cama, nem olho o celular, porque eu preciso descansar, amanhã é segunda-feira. Começa tudo novamente, minha rotina diária de ônibus, metrô e trabalho.

Desperto um pouco atrasada e pego a primeira roupa que vejo, visto enquanto escovo os dentes e arrumo os cabelos. Saio tropeçando do banheiro, calço um sapato baixo e confortável, porque hoje vou precisar correr para não perder o ônibus, jogo tudo que preciso na bolsa e saio em disparada, rumo ao ponto de ônibus.

É madrugada quando saio, o sol ainda nasce preguiçoso no horizonte, por sorte, o ponto de ônibus é a três quadras do meu apartamento. Ainda está um pouco frio, visto o casaco, cruzo os braços contra o peito, e ando apressada, pedindo a Deus que o meu ônibus ainda não tenha passado.

Apresso o passo, olho no relógio de pulso, ainda tenho alguns minutos. Nessas horas sinto falta do meu carro, mas tento não me lembrar disso, tento ver o lado bom das coisas em tudo, inclusive, nas minhas idas e vindas no transporte público, é uma aventura diária. Já conheci muitas pessoas, até recebo umas cantadas de vez em quando, fiz novas amizades, todo dia conheço um pouco da história de vida de novas pessoas.

Por sorte cheguei a tempo na parada, avistei o meu ônibus se aproximando assim que chego. Um alívio tão grande que nem sei como explicar.

— Oi, Alysson, tudo bem, filha? Atrasada novamente? Vai querer o de sempre? — pergunta dona Josefa, vendedora de uma barraca de café da manhã, que fica ao lado da parada de ônibus.

— Oi, dona Josefa, eu dormi demais, sim, o de sempre novamente. — Pego a carteira para procurar as notas para pagá-la. — O meu ônibus!

Dona Josefa me olha com um olhar singelo de sempre, entrega o meu café da manhã organizado na sacola e sorri.

— Leva, Aly, depois você me paga.

— Ah, obrigada, dona Josefa. Você é um anjo.

Pego a sacola e corro para entrar no ônibus, lotado como sempre, cumprimento alguns passageiros, pago a passagem e vou para o fundo do veículo. Seguro-me, fecho os olhos e tento mentalizar a semana que se inicia.

100 Dias com o CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora