⚜️CONCLUÍDA⚜️
Em meio ao verão de 1986, Roseanne Park, uma estudante de Artes, resolve sair de Sydney, na Austrália, para finalmente experimentar a vida. Se matriculou em uma universidade chamada; Thinkers, em Durham, na Inglaterra, para concluir o...
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Não se pode amar ou odiar quem não se conhece ainda.
Leonardo da Vinci
⚜️
ROSÉ
Antes dos meus olhos abrirem, e eu estar totalmente acordada, de alguma forma, eu esperava que Lisa estivesse me observando, como na manhã anterior. Provavelmente, a maioria das pessoas, ao ouvir isso devem ser tomadas pelo estranhamento, pois ao meu ver, é realmente peculiar gostar de ser observada enquanto dorme. Mas eu sentia que em seu olhar não havia maldade alguma, e isso me confortava.
Notei que havia me equivocado, quando abri os olhos e a vi de olhos fechados, dormindo tranquilamente, quase inteiramente coberta pelo tecido branco e fofo do cobertor, seu rosto era a única parte de seu corpo que estava à mostra. Ela dormia de bruços, como um bebê. Lembrei que minha tia acreditava que as posições em que nós dormimos, fala muito sobre nós, e aquela posição em particular, significava que Lisa havia encontrado uma forma de se sentir protegida.
Ela estava tão adorável, que chegava a aparentar ser inofensiva, mesmo que eu soubesse que a qualquer momento ela poderia acordar e revelar o seu olhar felino de sempre, mesmo assim, sentia vontade de abraçá-la, e estava me contendo para não fazer. E não me contive por muito tempo.
Não a abracei, porque achei que seria um tanto desconfortável, mas com todo o cuidado do mundo, afastei o cobertor de seu rosto enquanto assistia os fios descendo sobre seus olhos fechados, os escondendo. Com as pontas dos dedos, os tirei delicadamente da frente de seu rosto, colocando-os por trás da orelha, que carregava argolas pequenas e douradas brilhando como pontos de luz.
Afastei a mão quando ela se mexeu.
A toquei novamente depois de me certificar que ela ainda estava dormindo. A pele de Lisa tinha um brilho natural, parecia a mais nobre e polida peça de porcelana, seu rosto era uma obra-prima, uma pintura a óleo feita por alguém com mãos mágicas, cada detalhe que compunha a obra de valor inestimável que ela era, me causava um estado de admiração inexplicável.
Os lábios fartos e levemente rosados estavam entreabertos, e brevemente me veio a mente de como ela ficava linda quando sorria. A pintinha abaixo do canto inferior do olho direito, dava um certo charme. Notei que haviam manchas amarronzadas abaixo de seus olhos, e soube que ela não tinha um sono regulado, porque já tinha visto as olheiras algumas vezes.
Era incrível, como nada conseguia deixá-la menos perfeita.
Resolvi parar de velar o sono alheio, e ir me aprontar para o café da manhã, antes que Hyun, Sun ou qualquer uma das garotas fosse bater na porta do quarto, para saber o motivo da nossa demora, e também porque se não levantasse, passaria o dia todo ali com tranquilidade, não porque eu era preguiçosa, e sim porque quanto mais a tocava mas queria tocar, quanto mais a observava, mais ela me hipnotizava, e já era domingo, ou seja, o dia que voltaríamos para a faculdade, precisávamos nos aprontar para a viagem de volta.
