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Boa leitura!

Só ficarei livre desse segredo, quando ele tiver perdido todo o valor

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Só ficarei livre desse segredo, quando ele tiver perdido todo o valor. 

Orgulho e Preconceito

L I S A

A torre de Literatura se encontrava, ao meu ver, na parte mais privilegiada do campus; na área inferior da faculdade, onde o sol não batia, onde o vento soprava mais gélido, e a sombra que a estrutura do prédio fazia, tornava o local ainda mais perfeito para se passar a tarde, por outro lado, o sol não dormia ali no fim do dia, ele acordava ali e dormia na área da frente da universidade. Lembro-me bem que no Heaven éramos responsáveis pela limpeza também, então, eu sempre ficava encarregada de limpar a área sul, o que não era pra mim lá muito esforço, pois apesar do trabalho ser um pouco pesado, pelo menos eu tinha o vento arejado que invadia as salas pelas janelas, e quando terminava de limpar tudo, poderia ficar lendo e olhando através delas pensando se algum dia seria livre.

Perdi as contas de quantas vezes me distrai do trabalho encarando aquele, aparentemente infinito, campo verdinho, me imaginando pulando aquela janela e correndo em disparada na direção do sol que iluminava as manhãs, sentindo o vento, na direção contrária, enquanto Jennie e eu riamos sem parar, aliviadas por finalmente podermos nos sentir crianças de verdade.

Para falar a verdade, o último ano que passei no Heaven, fora o ano em que mais pensei em acabar com a minha própria vida de uma vez por todas, dar um fim a tudo aquilo, me autodestruir, e todas as referências que são usadas para especificar que alguém quer cometer suícidio.

Na época, eu acreditava que eu não tinha mais nada a perder, era só eu, com a minha vida na palma de minhas mãos, mas, naquela manhã, depois de ter dançado com Rosé enquanto lembrava de todas as coisas extraordinariamente boas que eu havia vivido, em todas as pessoas boas que eu conheci depois de tantas ruins, eu percebi que eu gostava de viver, mais do que eu imaginava.

Era um daqueles momentos em que eu ficava sozinha, olhando pela janela do lado sul da universidade, enquanto meus olhos alcançavam várias casinhas onde antes era tomado apenas pelo verde infinito da grama, e eu me sentia grata não só pela minha visão sobre a paisagem através da janela ter mudado, mas também pela mudança no modo em que eu enxergava a vida, ter a oportunidade de conhecer lugares e pessoas tão incríveis, me fazia querer ficar por mais tempo, pois sempre haveria algo ou alguém que eu iria adorar conhecer, ou coisas que eu iria amar aprender sobre.

Ok, admito que parte dessa adoração repentina pela vitalidade, claramente devia-se ao fato de eu estar perdidamente apaixonada por aquela loirinha aspirante a pintora que tinha a alma mais, incontestavelmente, pura de todas. Eu sabia disso, porque a dela era gêmea da minha, feitas da mesmíssima coisa, e fadadas ao mesmo objetivo; encontrar e unir-se uma à outra. Isso desde o primeiro vestígio de existência.

Contemplação 1 | ChaeLisaWhere stories live. Discover now