ANALISTA [Sasusaku]

Beijo

Como eu não queria morrer depois da minha declaração astuciosa, eu saí correndo daquele quarto como se minha vida dependesse disso.

No fim, dependia mesmo.

Sasuke corre atrás de mim, puto da vida e provavelmente pensando onde ele poderia enterrar meu corpo sem criar maiores suspeitas. Depois de descer as escadas, entro no primeiro quarto que vejo e tranco a porta atrás de mim.

— Sakura, abre essa porra de porta! – ele grita, sem esconder o ódio que está sentindo. Tento recuperar o fôlego antes de responder qualquer coisa.

— Não, seu imbecil!

— Eu não sou o imbecil aqui! – deslizo as costas pela madeira, sentando no chão e respirando fundo.

Mais uma briga, e eu estou cansada disso.

— Você diz com orgulho que fez programa com o meu sócio, e acha que eu sou o errado aqui? Caralho!

— Sim, você está errado. – retruco irritada.

Eu odiava brigar com Sasuke. Odiava. É com ele que eu passo a maior parte do tempo, e sentir seu desprezo sobre mim destruía meu psicólogo. Não tinha nada que me desagradava tanto quanto querer um pouco de sua atenção e não conseguir.

Ele é, e sempre foi tudo na minha vida. Odeio não ter seu carinho, seu tempo, e não ouvir sua voz dirigida à mim.

— Não estou errado! Eu cuidei de você, fiz tudo por você, e depois de tudo, me agradece virando uma vadia. – seu tom de voz está levemente mais baixo, mas ainda é possível perceber a raiva que ele está sentindo. – Até quando você vai me dar problemas? Você não é mais uma criança, cacete! Você pode, por favor, parar de foder com a minha vida?

— Eu não quero as coisas materiais que você me dá! Quero que você me ame de verdade, só isso! – por um breve momento, prefiro que ele não tenha ouvido minha última fala. É um pouco humilhante, por mais que seja verdade.

Seu amor fraternal não é suficiente pra mim. Quero o mesmo amor que ele sentia por sua ex-namorada. Amor romântico. Quero ser a menina dos seus olhos.

Nada além de reciprocidade.

— Você não passa de uma criança, Sakura.

— Não sou uma criança! – grito por fim.

Ouço seus passos se afastando. Não me permito chorar, embora seja minha maior vontade no momento.

Feliz aniversário, Sakura!

♡

Enquanto coloco alguma música para tocar na televisão, me delicio com um pedaço de bolo de morango. Pela manhã, eu fui agraciada com um bolo me esperando na cozinha. Todo mundo – menos Sasuke, que não me deu o ar da graça – cantaram parabéns pra mim, e disseram que meus presentes estavam em Tóquio.

Confesso estar ansiosa para ver o que ganhei.

Depois de comer, eu vou até a piscina e tiro minha roupa, ficando apenas de biquíni. Em seguida, pulo na água, nadando até a outra ponta.

Meu tutor está sentado em uma cadeira de descanso, bebendo a quarta lata de cerveja e mexendo no celular. Em momento nenhum seu olhar paira sobre mim.

Um certo nervosismo cresce no meu interior cada vez que lembro a merda básica que fiz. Naruto vai aparecer aqui em algum momento, e provavelmente serei o motivo de uma briga. Se essa porra tomar proporções grandes demais, a família inteira vai saber o que houve.