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Quando Valeriana era muito mais jovem, a anos atrás, ela foi noiva. Noiva de um macho chamado "Luthor", e esse morreu quando os guardas de Tamlin o assassinaram por não querer abrir a porta, já que a esposa estava se trocando. A ordem era de procurar em tudo e não deixar que ninguém ficasse no caminho e assim foi feito.

Depois de um tempo, quando Valeriana e Tamlin se conheceram, ela o humilhou e esculhambou com palavras como ninguém havia feito. Em outros momentos, ele a teria punido, mas como ele estava bêbado a ponto de cair, só conseguiu pensar em como ela era linda.

Na manhã seguinte, ele descobriu a parceria mas com medo de afasta-la, se manteve quieto. E enquanto eles reconstruiam a Corte, o destino, um dia, foi a favor de Tamlin, porque Valeriana descobriu que seu noivo possuía uma amante. Naquele dia, ela passou a não usar mais perto, e sim, coloridos. Ela jogou tudo dele fora, assim como a aliança e após uma taça de vinho, aconteceu a primeira noite de ambos.

Tamlin e Valeriana haviam guardado a noite como única por diversos aspectos, mas em especial, porque logo após finalizarem o ato, Valeriana colocou a lingerie, se cobriu com um hobbie e saiu.

E quanto Tamlin sentiu que seu coração ia explodir de angustia e medo de ter machucado ela, ela entrou com um grande e lindo bolo de morango, e assim que seu parceiro o terminou, ela o beijou, se sentou em seu colo e acariciou seu rosto.

- Eu estou disposta a amar você, mas, entenda que eu também estou disposta a te fazer sofrer se você passar um limite. Você entende?

Tamlin a olhou e após pensar, ele assentiu.

- Eu quero ter voz e se eu não tiver, eu vou gritar e se não conseguir, eu vou lutar. Eu não me importo se você é forte, porque eu também sou forte. Eu não vou sentar abaixo de você, vou fazer isso ao seu lado, porque eu não sou Ela. Eu sou eu.

A palavra "ela", foi forte o suficiente para saber que ela se referia a Feyre, e apesar disso, Tamlin ainda sim, assentiu.

Quando Tamlin surgiu no almoço organizado por Valeriana, ela se sentiu traída. Traída porque sempre que ele se aproximava demais, ou as damas pareciam interessadas ou assustadas a ponto de correr e fazer todos os planos dela desabarem, e ele sabia disso.

Assim que ele chegou, acenou e se sentou, damas se aproximaram curiosas e outras se apressavam em se despedir e ir embora.

Enquanto eles saiam e Tamlin tentava explicar sua situação e o porquê de ter ido ver ela, ela apenas o ignorou.

Assim que a caça de Tamlin iria começar, Valeriana apareceu. Usando calças de couro, botas, camisa firme, cabelos soltos e besta na mão. Por mais que Tamlin amasse a esposa e quisesse passar tempo com ela, não era bom lidando com ciúme e nenhum dos caçadores ficou satisfeito quando ela pegou o melhor coelho, o maior peixe e o mais cobiçado cervo, por três vezes seguidas.

Ao chegarem, a discussão foi inevitável e mesmo com tudo, a briga ficou ainda mais clara pós Tamlin chutar a parede e Carmelita arremessar um jarro entre eles, os mantendo distante.

- O que se passa na sua cabeça?!
Você estragou tudo! Eu te pedi uma coisa, Tamlin. A merda de uma coisa e você quebrou tudo, simplesmente porque a sua paranóia te cega.

Ele passou as mãos no cabelo.

- Eu só queria conversar com você.

- Por que não esperou até a noite?

- Porque eu queria te ver!

- Você queria saber o que eu estava fazendo com as damas, por medo que eu estivesse tramando algo contra você. -Resumiu, Valeriana.

Tamlin olhou para outro lado, se recusando a olhar para a esposa.

- Sabe o que as vezes eu penso?

Com um gesto da mão, todos os cacos se uniram em um vaso e ela o colocou no lugar, se aproximando.

- O que aconteceria se eu realmente fosse embora?

Naquele momento, todo o orgulho e controle de Tamlin caíram por terra e o chão de seus pés parecia tremer.

- Foi uma pergunta. O que aconteceria?

- Não comece. -Rosnou ele, irritado.

Ela deu de ombros, sem medo.

- Seu medo, é que eu vá embora e comigo vá tudo o que eu te dei. Porque eu não sou Feyre Archeron, e pelo que eu sei, você pode ter dado uma ilusão de liberdade para ela, mas eu quem dei e concertei tudo o que você tem agora. O que aconteceria se eu fosse embora?
Se em uma das suas... "Explosões", eu também explodisse?

As mãos de Tamlin foram até os ombros de Valeriana, a puxando para perto dele com força, olhos verdes contra olhos cinzentos firmes.

- Não comece, Valeriana. Não me teste.

As mãos de Valeriana tocaram o rosto do marido, que por um instante se suavizou. Ela o puxou para perto, e quando ele pensou que iria ganhar um beijo, ela murmurou:

- My illusie oor jou.

O corpo de Valeriana foi transformado em névoa sombria, escapando dos braços de Tamlin, que inebriado pelo feitiço, caiu ao chão, sem ar.

- Vamos ver como você seria sem mim. Ficaria assim até o fim da noite, e espero que isso te faça aprender a nunca mais agir como se eu fosse menos do que exencial para você!

Antes que a voz dele saísse, seus olhos o traíram e sua visão voltou ao seu pior pesadelo. Todo seu castelo estava novamente sujo, em ruínas e vazio. Sem quadros, sem as decorações e sem os reparos de Valeriana. A lareira, quebrada e decrépita sem o retrato dos filhos acima dela e aquilo deu a ele uma sensação de dor, gelo e perda.

Ele nunca havia sido tão carinhoso com os filhos, mas os amava incondicionalmente. Ellarion era a sua melhor versão, mais forte e menos amarga. Liz não havia sido exatamente planejada, e apesar de ter sido um susto, porque Valeriana adoeceu após seu parto, era muito amada pelo pai.

Liz representava toda a boa imagem que a Corte Primaveril deveria passar e Ellarion era a força que a Corte precisava, e em resumo, eles eram o que Tamlin deveria ter sido.

Tamlin e Valeriana não tinham tanto em comum, mas apesar de tudo, se amavam e ele amava os filhos. Isso o fez correr escada a cima, chorando em desespero e chamando pelos filhos.

Porém, na realidade, Tamlin não havia saído do lugar, Valeriana havia saído e agora, Ellarion se aproximava a fim de tentar ajudar o Grão-Senhor.

- Pai?

Tamlin se inquietou.

- Ellarion?! Filho, a sua mãe, ela.... Por favor, só me ajude.

Ellarion respirou fundo, e o ajudou a colocar no sofá. Após atravessar para o quarto do mesmo, o sentou na cama e tentou quebrar o feitiço.

- die illusie kanselleer.

Tamlin respirou fundo, e imediatamente ficou suave, quase como se estivesse dormindo. Do banheiro, saiu Valeriana. Linda, de cabelos soltos e usando um hobbie preto e estampado com rosas.

Ellarion a olhou feio e ela deu de ombros.

- Eu já ia tirar ele de lá.

- Mentirosa. -Rosnou Tamlin e Valeriana fez um som ordenando silêncio.

Valeriana olhou o filho, se aproximou e o beijou na bochecha.

- Você é um doce. Pode ir agora, filho. Prometo não ser tão má.

E Ellarion saiu, apesar de não estar totalmente seguro das palavras de sua mãe.

Corte de Amor e CuraWhere stories live. Discover now