44(Maven)

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Por um dia inteiro, choveu na Corte Estival.

Não uma chuva fraca, com respingos suaves e névoa passageira. Uma verdadeira tempestade, com grossos respingos, raios, trovões e ventos forte, que levaram o mar a se agitar.

Pelo péssimo estado do Grão-Senhor, Arista pessoalmente cuidou do povo, e garantiu que cada um ficasse bem e seguro. Para os que perdessem tudo, teriam abrigo no palácio até que a chuva passasse, mas, no segundo dia, não passou.

Por horas, Tarquin tentou se convencer a levantar, a seguir em frente e quando finalmente conseguiu, fez tudo o que precisava em menos de 3h. Após conferir cada um dos salões, ver que todos os feridos estavam sendo tratados e conferir que ninguém mais passava necessidade, foi conferir se cada um dos seus funcionários estava bem, e quando chegou em Arista, ela lhe entregou um bolo de cartas.

Suas calças estavam molhadas e até os joelhos cortados. A testa suada, o cabelo preso para trás e a testa suada.

Ao ver o nome de Maven nelas, ele olhou para ela.

- Onde conseguiu isso?

Ela deu de ombros, exausta.

- Fui pegar hoje de manhã, mas, como tudo isso aconteceu, só consegui entregar agora.

Tarquin as pegou e olhou em volta para ver se alguém mais precisava dele, mas a própria Arista respondeu.

- Estamos bem, pode ir.

Ele sorriu agradecido, e assim, voltou para seu quarto, se sentou em sua mesa e se voltou para os papéis.

Eram pelo menos 4 cartas e pelo menos duas estavam com o nome dela, o que fez o Coração de Tarquin bobear de alegria e esperança.

A primeira carta:

... Oi?
Como você está?

Eu não sabia ao certo se deveria te começar com: "Querido Tarquin", porque somos parcieros e como eu estou brava com você não queria te dar "falsas" esperanças. Os parênteses são porque... bem, não é que eu queira aceitar essa parceria, mas, SUPONDO que sim, eu talvez, o chamasse de querido. Porque bem, eu (as vezes) sou carinhosa e nesses momentos, te chamaria por algum apelido gentil, mas, parando para pensar, você deve ser chamado de querido por muitas pessoas. Então, hipoteticamente, e nessa carta eu vou te chamar de "Tarq", mas, as vezes, de "meu bem" ou "meu amor", porque é tão antiquado que quase ninguém mais usa.

Então, meu bem, eu pensei bem, e fiz uma lista. Sim, eu não sou só uma destruidora. Como você bem sabe, eu sou uma fêmea organizada, e então, selecionei minhas condições para aceitar essa parceria e motivos pelos quais você deveria me aceitar.

Minhas condições:

1°- Eu quero ter meu espaço para trabalho, e se possível, quero poder concorrer livre e justamente para o posto de general da Corte Estival.

Quem seria mais indicada que eu? Vocês são muito de diálogo, e isso não é ruim, mas, convenhamos que de nós dois, eu tenho uma postura mais rígida.

2°- Meu quarto e o seu seriam o mesmo?

Eu prefiro que sim, porque não quero ter que informar sempre que for te ver.

3°- Meu pai poderia comparecer à nossa cerimônia de união, assim como o restante de minha família. Também quero vê-los em datas especiais, então, ou você vai comigo, ou eu vou sozinha. E nada de algemas, correntes ou guardas quando meu pai vier me ver.

4°-Esse eu juro que não é totalmente necessário, mas, se possível, quero que Autuam e Ouson continuem conosco.

5°- Quero todas as minhas frutas e meu próprio banheiro como algo somente meu. Sei que pode parecer um luxo desnecessário, mas, acredite. Eu já estou abrindo mão de muito do meu orgulho para escrever isso.

Corte de Amor e CuraWhere stories live. Discover now