ANAYA
Incrível que quando eu fico coçando em casa, não me aparece tanta coisa pra fazer é só eu marcar alguma coisa que brota coisa do chão. Tô na correria desde 5 horas da manhã, fui no estágio e saí uma e meia.
Tive que desmarcar sobrancelha de todo mundo entre esse horário, porque não fui liberada. Hoje nem é dia de estágio, mas estava com um dia faltando. Obrigada a ir na força do ódio, tive que pedir uber e agora tô aqui trabalhando igual uma cachorra.
Tudo isso porque quero sair mais tarde, além de ser mais um dinheiro que entra. Já peguei o dinheiro do meu salário e entreguei na mão da minha mãe para ela comprar o que tá faltando pra casa, eu odeio pessoa que fica falando que o essencial é coisa de estética. Primeiro pago tudo o que eu tenho que pagar, coloco as coisas dentro de casa e depois de tudo isso eu penso em fazer alguma coisa pra mim.
- Layla, entra que eu vou fazer a sua sobrancelha. - Digo aparecendo na sala de espera que tinha no salão e já puxo ela logo para deitar e eu começar a fazer o designer.
- Me perdoa irmã, a culpa nem foi minha. Sei que eu falei que era pra vim cedo, mas fiquei toda enrolada no curso. Tô aqui soando para conseguir sair daqui cedo.
- Ih, Anaya. Não ligo para isso não, eu estava na faculdade também ia ter que marcar para agora também.
Faço um biquinho agradecendo ela pela paciência, terminei de ajeitar a sobrancelha dela e comecei a tirar na cera. Muito bom, a sobrancelha fica perfeita. Eu amo!
Mordo meu lábio orgulhosa e mostro o espelho para ela ver.
- Cara, que ódio! Tu arrasa demais, precisa nem de henna.
- Pois, é. Mas se você quiser, eu faço.
- Nada, vou para casa que você tá cheia de cliente hoje. Nove horas vou para sua casa, a gente vai se ajeitar e ir.
- Beijo, meu amor. Bom trabalho pra você também.
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Finalmente terminei os atendimentos, só Deus sabe o quanto eu rezei pra sair desse lugar o mais rápido possível. Já estava agoniada, era Lennon me mandando mensagem, as meninas no grupo. Fico puta, mas quem disse que me deixam em paz? Deixa nada!
Sai do salão amarrando o cabelo lentamente e ajeito a bolsa no meu ombro, já começo a correr para casa. Eram quase sete e meia, consegui foi sair cedo.
- Aí mãe, tô morta com farofa. Só falta enterrar. Bença, vida.
- Minha mãe iansã abençoe, vai tomar um banho que eu tô fazendo janta. O troco da compra tá em cima do armário, tá filha?
Afirmo com a cabeça sabendo que não vale a pena nem bater boca, porque a bonita não escuta ninguém quando o assunto é dinheiro. Ela acha que é a dona da razão, já falei que todo dinheiro que eu colocar aqui é pouco perto de tudo que ela já fez por mim.
Comecei a tomar um banho depois de deixar tudo ajeitado no quarto e coloquei uma roupa soltinha quando procurei, na verdade eu achei foi uma cueca do Lennon aqui e coloquei um tope faixa.
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Vivaz (EM PAUSA)
Teen FictionNós driblou toda essa falta de oportunidade. Conseguimo e tô vivendo da minha correria, quem diria?