vinte e um

825 79 50
                                    



CECÍLIA FERRI

Aquela noite com Bruno foi muito intensa, não fui para casa, decidi ficar com ele cada segundinho que podia, no outro dia acordei mais cedo do que ele, lavei meu rosto e coloquei uma roupa que havia separado na mochila para ir direto pro escritório, peguei meu celular e vi uma mensagem de David, só para o meu dia começar pior do que já estava.

David: espero que já esteja fazendo parte do nosso acordo.

Bloqueio o celular e engulo o choro vendo que Bruno estava se mexendo na cama, ele olha pra mim com um sorriso no rosto e eu apenas sorrio triste.

– Bom dia princesa, já está toda linda essa hora da manhã?

– Eu preciso ir para o escritório, tá tudo uma bagunça nos compromissos da Bruna.

– Está fazendo mais do que acessorar ela?

– É, acho que arrumei dois empregos. – Falo e ele sorri.

– Não quero te atrasar.

– Eu quero conversar com você antes de ir.

– Está com uma cara séria, o que é? – Ele se levanta chegando mais perto de mim e eu sorrio tentando não me perder nos detalhes perfeito do seu rosto.

– Bruno eu te amo muito, eu nunca amei ninguém da forma que eu te amo.

– Eu também te amo demais, muito mesmo.

– Eu acho que estamos indo rápido demais, eu tenho mil traumas e... Eu não quero que você faça parte deles, não quero te afetar com as minhas merdas.

– O que você quer dizer com isso? Quando eu te pedi em namoro eu imaginava que você tinha traumas passados, mas eu nunca liguei pra isso, a vontade que eu tenho de estar com você ultrapassa qualquer coisa, e estamos juntos para superar cada um deles Ceci.

– Mas talvez eu tenha que supera-los sozinha, eu não posso ficar emocionalmente dependente de uma pessoa. – Falo deixando algumas lágrimas caírem e ele olha pra mim com os olhos arregalados.

– Eu não consigo entender, nós tivemos uma noite ótima, você estava bem ontem.

– Eu espero que você me entenda.

– Desculpa Ceci, eu não entendo porque você está fazendo isso com a gente.

– Me perdoa.

– Eu espero que você não se arrependa.

– Eu preciso ir para o trabalho. – Ele apenas concorda com a cabeça saindo da minha frente e entrando no banheiro.

Pego a minha mochila e já não conseguia mais controlar as minhas lágrimas, eu sentia que poderia vomitar a qualquer momento, pego o Uber e tenho que tentar me acostumar com os olhares dele sobre mim, eu odiava chorar em público mas eu não estava conseguindo me controlar.

Chegando no escritório tive que colocar um sorriso no rosto e tentar organizar tudo de bagunçado, e na hora do almoço recebi mensagem da Júlia falando que queria me ver, o que me preocupou pois eu tinha medo de não conseguir transparecer o quão "bem" eu estava.

– Eu já fiz o nosso pedido e pedi aquela lasanha que você ama. – Julia fala alegre assim que eu chego no restaurante e eu sorrio.

– Hm que delícia, eu nem estou com tanta fome mas acho que esse cheirinho vai me deixar.

– Como está sendo seu dia de trabalho?

– Exaustivo, nossa tá tudo uma bagunça.

– Ainda bem que a Bruna tem você na vida dela.

girl almighty | bruno rezende Where stories live. Discover now