vinte e sete

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CECÍLIA FERRI

– Está brincando que você está fazendo isso? – Bruna pergunta tomando um gole de sua bebida e eu sorrio concordando.

– Não sei porque está surpresa, você tem noção do quão puta eu fiquei de ver ele beijando aquela mulher? Não quero transar com ele.

– Não quer? – Ela fala irônica e eu mordo os lábios.

– Ai que saco Bruna, fazem três dias que eu comecei essa greve e quem está subindo pela as paredes sou eu.

– E pra piorar você resolveu se mudar pro apartamento dele?

– Não, claro que não. Mas eu estou lá esses dias para provocar ele, eu fico andando de toalha pela casa, passo um perfume que eu sei que ele ama, fico olhando pra boca dele enquanto ele fala, e levanto a sobrancelha pra cada coisa que ele fala sério, ele está ficando louco.

– Os vizinhos que lutem quando você acabar essa greve.

– Eles que lutem.

– O que vai fazer agora? – Ela fala enquanto nos levantamos para sair do café que estávamos.

– Vou começar ir para a academia.

– Isso faz parte da sua terapia também?

– Sim, cada dia mais eu estou mais empolgada em focar em mim, e fazer as coisas por mim.

– Eu já disse que você me mata de orgulho?

– Hoje ainda não.

– Eu morro de orgulho de você. – Ela me abraça e eu sorrio.

Pego um Uber e vou em direção a academia, era algo totalmente novo par mim, o personal estava sendo super paciente e aos poucos eu estava pegando o ritmo, mas tenho que confessar que sai de lá com todos os meus músculos doendo, mas a sensação de serotonina a mais no meu corpo, é ótima.

– Eu estava te ligando... – Bruno fala assim que eu entro em sua casa.

– Meu celular tá na bolsa, não vi, aconteceu alguma coisa? BRUNO CADÊ O SEU CABELO?

– Meu cabelo tá aqui? – Ele pergunta confuso.

– VOCÊ CORTOU O SEU CABELO, BRUNO. – Eu coloco a mão no peito e ele me olha como se eu fosse louca.

– Tá doida?

– Amor você não é mais meu leaozinho, eu não acredito que você fez isso com nós.

– Meu Deus eu pensei que você ia gostar.

– Você continua lindo mas...

– Agora que a greve de sexo vai triplicar.

– Não tenha dúvidas disso, vou tomar um banho, amanhã eu vou pra casa.

– Por quê?

– Porque eu tenho uma casa, sabia?

– Mas eu gosto tanto de chegar do treino e ver você aqui.

– É amor, tudo que é bom dura pouco.

– Como foi o treino?

– Ótimo, tô indo cancelar a matrícula na academia amanhã.

– Amor?

– Tô brincando, tô toda dolorida.

– Se você quiser eu posso te fazer uma massagem, eu sei as áreas que dói quando treinamos pesado. – Ele fala chegando mais perto de mim e eu o empurro.

girl almighty | bruno rezende Where stories live. Discover now