Capítulo 14

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GIZELLY

Por um instante, me vi cega, surda e muda diante das coisas que Rafaella havia me dito. Meu sangue esquentou e uma coisa que a muito tempo não acontecia, aconteceu, aquela vontade súbita de descontar a raiva em alguém. E esse alguém seria Petrix.

Desci a escada sem nem mesmo enxergar os degraus. Ouvindo de longe Bianca chamando pelo meu nome enquanto eu seguia para fora da casa em passos longos e pesados. Eu estava apenas de camiseta regata e um short confortável, totalmente a vontade. E para acabar de completar, descalça.

Fui me aproximando do estábulo onde Petrix, Felipe e Lucas estavam, ouvindo a voz de Bianca e Mari atrás de mim. E quando cheguei mais perto, os três meninos se viraram quando ouviram Bianca perguntar, pela enésima vez, o que estava acontecendo. Fui em direção ao Petrix e acertei seu rosto em cheio. O peguei tão de surpresa, que ele cambaleou e caiu sobre os fenos. Segurei em sua blusa e acertei outro soco.

- TA MALUCO???- O sacudi por sua blusa e ele me olhou com os olhos espantados.

- O que eu fiz, dona Gizelly?-

Sua pergunta cínica só me fez sentir vontade de soca-lo ainda mais. Mas não deu tempo, pois Bianca e Lucas me seguraram.

- COMO VOCÊ FALA AQUELAS COISAS DA MINHA MULHER? TA MALUCO? ME SOLTA!-

- Fala o que houve, Gizelly. O que ele falou?- Bianca perguntou.

Não respondi no entanto, apenas continuei encarando Petrix que agora limpava o nariz. Minha respiração foi acalmando e então me soltaram.

- Gi? O que ele falou da Rafa?- Ela voltou a perguntar.

- Ele sabe o que disse...- Me aproximei novamente e Bianca segurou meu braço. - Pode me soltar! Só vou da um recado pra esse babaca. Se eu souber que você anda falando da Rafa ou ofendendo ela, você vai se ver comigo. E não vai ser na mão outra vez.-

- Vai fazer o que comigo, Gizelly?- Perguntou debochado e Bianca intervil:

- Petrix, o que é isso? Quer juntar suas coisas e ir embora?- A pergunta ameaçadora o fez encarar o chão em silêncio.

- Deixa ele pagar pra ver.- Respondi por fim e me virei na intenção de voltar para casa. Mas ao escutar seu resmungo, voltei apontando o dedo para o seu peito. - Essa fazenda é tanto minha quanto da Bianca. Se você trabalha aqui, você vai receber ordens minha e da minha mulher também. E se eu mandar você comer esses fenos, você vai comer. SOU EU QUEM PAGO AS PORRAS DAS SUAS CONTAS.- O encarei com toda fúria em meus olhos, e se ele não tivesse abaixado a guarda, eu teria partido para cima outra vez. Vendo que não valia mais a pena estar ali, voltei para casa.

Minhas mãos estavam trêmulas, minha cabeça latejando. De longe eu ouvi a voz de Bianca dando algum tipo de sermão nele. Quando entrei em casa, fui direto para a cozinha. Bebi um pouco de água e quando estava lavando o copo na pia para guarda-lo no armário novamente, ouvi a voz da Rafa atrás de mim.

- Desculpa, Gi.-

- Pelo o que, minha linda?-

- Por isso tudo... Eu não quero caus....-

- Ei? Você não me deve desculpas nenhuma.- Me aproximei e a abracei pela cintura. - Alguém tinha que colocar ele no lugar dele. Olha, agora você mora aqui comigo e tem direito à tudo aqui assim como eu, Bia e Mari. Ok?! Não quero que você volte a ter medo de andar por aqui por conta desse idiota.- Falei tudo de uma só vez e ela assentiu. Em seguida deixei um beijo em sua testa e deitei sua cabeça em meu ombro. Mas essa posição tão confortável não durou muito, pois fomos interrompidas.

A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)Where stories live. Discover now